# Vem aí o pixão |ler pixsão|:
A Receita Federal do Brasil avança no desenvolvimento de uma plataforma tecnológica de grande escala, projetada para gerenciar a arrecadação do Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), os futuros impostos sobre valor agregado (IVA) que surgirão com a reforma tributária.
**Comparação com o Pix: Uma Nova Ordem de Complexidade**
O órgão compara a magnitude do novo sistema ao Pix, mas com uma diferença crucial: o volume de dados processados será aproximadamente 150 vezes maior. Essa disparidade se explica pela natureza das informações contidas nas notas fiscais. Enquanto o Pix lida com dados simplificados de remetente, destinatário e valor, as notas fiscais concentram um leque complexo de informações sobre produtos, créditos tributários, emissores e destinatários. Estima-se que cerca de 70 bilhões de documentos circulem anualmente por esta nova estrutura.
**Funcionalidades Inovadoras para um Sistema Tributário Moderno**
A plataforma permitirá o recolhimento em tempo real dos futuros tributos sobre o consumo. Além disso, terá a capacidade de calcular abatimentos de impostos já pagos ao longo da cadeia produtiva, garantindo a neutralidade do tributo. Uma das funcionalidades mais aguardadas é o mecanismo de devolução parcial de tributos para famílias de baixa renda, o popular "cashback tributário", que visa mitigar o impacto dos impostos sobre os mais vulneráveis.
**O Poder do Split Payment e o Combate à Sonegação:**
Um dos módulos centrais da plataforma é o split payment. Este sistema direcionará automaticamente a parcela dos impostos de cada transação para os respectivos entes federativos: União, estados e municípios. A expectativa é que essa funcionalidade seja uma arma poderosa contra a sonegação fiscal, eliminando o uso de "noteiras" – empresas de fachada criadas para fraudes – e minimizando erros de cálculo. Especialistas projetam que o split payment possa impulsionar a arrecadação em R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões anuais, um valor que se aproxima das estimativas atuais de sonegação.
Cronograma de Implementação: Um Caminho Gradual
2025: A plataforma já se encontra em fase de testes com cerca de 500 empresas.
2026: Prevê-se o início das operações para testes, com uma alíquota simbólica de 1% (0,1% IBS e 0,9% CBS), compensada com o PIS/Cofins existente, sem impacto adicional efetivo para o contribuinte.
2027: Marco para o início efetivo da cobrança do CBS, após a extinção do PIS e Cofins, especialmente em operações B2B. Paralelamente, terá início a cobrança do Imposto Seletivo (IS), voltado a desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
2029 a 2032: Período de transição para a consolidação do IBS, com a gradual extinção do ICMS e do ISS, ajustando as alíquotas atuais e elevando progressivamente o novo tributo.
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