Vagas em plataforma foram gatilho de cobrança por hospedagem na COP30: site agora tem casas e motéis com diárias a partir de R$ 1,1 mil image Plataforma do governo federal promete estadias mais baratas Reprodução A qualidade e o preço das vagas oferecidas pelo Brasil na plataforma de hospedagens para a COP 30 foram o gatilho para as cobranças apresentadas em uma reunião de emergência na Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada. Os quartos de motéis ou casas com camas de casais compartilhados mostrados na plataforma foram o estopim da reclamação das delegações. Segundo a Secretaria Executiva da COP30, a plataforma foi divulgada no início de julho com 2,5 mil leitos para os 196 países signatários para poderem fazer reservas. É comum nas COPs haver uma plataforma oficial, mas no Brasil ela se tornou ainda mais aguardada diante da dificuldade que se tinha com hospedagens, com poucos hotéis na cidade. Mais de um mês após ser divulgada reservadamente para países membros, o site agora aberto para o público geral tem casas e motéis com diárias a partir de R$ 1,1 mil. O valor ainda está acima do orçamento de alguns países. Apesar dos esforços em nível federal, a própria organização admite os desafios e já admitiu pedir que a ONU aumente os subsídios para garantir a participação de países em desenvolvimento. A plataforma é defendida pelo governo brasileiro como a melhor opção para preços mais baixos. Além dela, a maioria das vagas segue em sites privados. O governo brasileiro tornou pública a existência da plataforma após a cobrança pública realizada por Richard Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores (em entrevista à Reuters em 31 de julho). Ao anunciar o site, a Secretaria Executiva da COP30 divulgou que ele teria vagas a partir de US$ 200 e garantiu que Belém terá 53 mil leitos para uma expectativa de 50 mil visitantes. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Entretanto, o tipo e o preço das acomodações disponíveis na plataforma são exemplo do que delegações, consultores e mesmo representantes de entidades brasileiras não esperavam a menos de 100 dias do evento: leitos compartilhados em um mesmo quarto (seja em casas ou motéis); exigência de tempo mínimo de 15 dias, sendo que nem todos os delegados precisam ficar o evento todo; valores acima dos US$ 70 dólares que era o orçamento de países em desenvolvimento para cada diária; localização afastada do Parque da Cidade, onde será o evento. Países pediram retirada da COP30 de Belém por preços dos hotéis O alto número de casas ofertadas na plataforma não surpreende a organização, que já contava que mais de 60% dos quartos disponíveis fossem em residências familiares esvaziadas para serem alugadas no evento. Dos 53 mil leitos prometidos pelo governo federal, 32 mil estão nesse tipo de acomodação. (Leia mais abaixo) ➡️ Nesta terça-feira (5), havia pouco mais de 700 acomodações disponíveis. O menor preço encontrado era de US$ 200 por diária. Este valor mais baixo era cobrado por motéis que foram transformados em hospedagens para o evento. Existe hospedagem suficiente? A proposta do governo federal ao anunciar a COP30 no Pará era realizar o evento entre os amazônidas, próximo à floresta. A iniciativa, no entanto, enfrentava um desafio: infraestrutura. A expectativa é que Belém receba mais de 50 mil pessoas ao longo dos 15 dias de conferência. Vale lembrar que a última COP contou com mais de 60 mil participantes. ➡️ No entanto, a cidade não tem rede hoteleira para atender nem 10% da demanda. Segundo o sindicato de hotéis e pousadas, há 4 mil quartos em Belém. Na região metropolitana, o número é superior (18 mil), mas a distância até o local do evento é maior. ➡️ Para o governo federal, Belém tem hospedagem suficiente. Ao todo, seriam 53 mil leitos disponíveis, divididos em: Hotéis na capital e região metropolitana: 14.547 Navios: 6 mil Residências de temporada via imobiliárias: 10.004 Airbnb: 22.452 Ou seja, mais de 32 mil acomodações são casas. Isso representa 60% da oferta total. Como funciona a plataforma O governo havia prometido uma plataforma com acomodações desde o início do ano. Com atraso, a plataforma está no ar para o público geral desde 1° de agosto, mas esteve aberta aos países desde 1° de julho. Ela foi liberada em duas etapas: Na primeira etapa, a empresa cadastrou 2,5 mil quartos e encaminhou as propostas para os países signatários, com tarifas fixadas entre 100 e 600 dólares. Isso começou no dia 1° de julho e se seguiu ao longo do mês. A medida, no entanto, não foi o bastante. No dia 30 de julho, depois de terem visto as possibilidades de acomodações, 25 países acionaram a ONU para uma reunião de emergência questionando o preço, tipo de acomodação e até se o país teria acomodações suficientes. A segunda etapa, aberta ao público, com 2,7 mil quatros (o que representa cerca de mil imóveis) disponíveis na cidade. Nessa, não há uma limitação de valor. Nesta categoria, há imóveis sendo cadastrados todos os dias, segundo o governo. Na plataforma, a maior parte dos quartos está em casas de famílias e motéis, que fizeram adaptações. No site, o governo justifica: “Para complementar a limitada capacidade hoteleira em Belém, grande parte da oferta de acomodações consiste em apartamentos privativos disponibilizados especificamente para a COP30. Trata-se principalmente de residências familiares, temporariamente desocupadas pelos seus proprietários durante a conferência”. Para alugar um quarto, ainda é preciso estar atento a algumas exigências, como a de locação por períodos mínimos que variam de 5 a 15 dias. Algumas organizações reclamam que isso é um impeditivo, já que não há outra opção além de ficar o evento todo. O g1 conversou com pessoas que usaram a plataforma para locação. Apesar de ter uma fila de espera em alguns momentos do dia, eles dizem que ela funciona e há quem tenha conseguido acomodação. No entanto, o preço alto segue sendo uma reclamação. No lançamento, o presidente da COP, André Corrêa do Lago, disse que o site reúne os menores valores que se foi possível encontrar. Altos preços No site, o menor preço encontrado é de US$ 200 por diária em apartamentos que acomodam apenas uma pessoa, que foram incluídos no início da tarde desta terça-feira. O tempo mínimo de hospedagem é de cinco dias. Com isso, o valor para o evento é de US$ 1 mil (cerca de R$ 5,2 mil). Depois, os preços mais acessíveis estão com os motéis. Neles, a diária custa US$ 410, mas o tempo mínimo de contratação é de 15 dias. Com isso, o valor total para a COP chega a R$ 33,9 mil. O quarto até acomoda duas pessoas, mas o que as organizações dizem é que eles não vão em casal, mas em pares. Assim, esse tipo de acomodação como dupla não é funcional. Para Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, a plataforma não resolveu o problema. Ao estabelecer acomodações com apoio federal (como os navios) a preços elevados, o governo, segundo ele, ajudou a consolidar um padrão caro na cidade. “Está impossível. Em dez anos indo para conferências nunca vi algo parecido com relação a preços. A plataforma, os navios, nada disso oferece acomodações que sejam acessíveis. O governo criou um padrão a US$ 600 e é isso o que as pessoas acham que podem cobrar. Isso está colocando em risco o evento”, explica. Uma consultora internacional que tem ajudado delegações estrangeiras a encontrar hospedagem diz que a plataforma não tem sido útil, já que os preços continuam altos. Vanessa Robinson conta que tem encontrado casas fora da plataforma, mas apenas após muito diálogo com os proprietários sobre o evento e sua importância. “Faltou um diálogo com a comunidade, se o governo precisava tanto dessas casas, sobre o que o evento significa. A importância dele para a população depois. Eu estou fazendo um trabalho de educação para conseguir diárias de US$ 200”, explica. Na próxima semana, o governo terá nova reunião na ONU para responder aos questionamentos dos países. O que diz a organização Segundo a organização, o plano de acomodação para a COP30 em Belém conta com múltiplas soluções para garantir o compromisso com a realização de uma conferência climática ampla, inclusiva e acessível. No total, há 53 mil leitos mapeados em Belém e região metropolitana. Na última sexta-feira, 1/8, o governo brasileiro disponibilizou uma plataforma com 2.700 quartos para o público que vai participar da COP 30, por meio da plataforma: cop30.bnetwork.com. A expectativa é que novos apartamentos sejam adicionados diariamente. Outros 2.500 quartos individuais já haviam sido disponibilizados aos países membros da UNFCCC, resguardando as necessidades de um grupo composto, em sua maioria, por Países Menos Desenvolvidos (LDCs) e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEIDs). Outra medida importante do governo brasileiro foi a contratação de dois navios de cruzeiro. Com isso, foram asseguradas. aproximadamente, 3.900 cabines com capacidade de até 6 mil leitos. A plataforma está sendo atualizada diariamente, à medida que novas ofertas são cadastradas. O processo de inclusão envolve uma etapa de avaliação e capacitação — uma espécie de verificação para confirmar a existência e as condições do imóvel — antes da publicação na plataforma. Por isso, os números de ofertas disponíveis podem variar todos os dias. O que é a COP e por que ela importa?
Jovem forçou entrada quando morreu prensado em porta: o que se sabe sobre o acidente em MS image Maestro homenageia João Pedro Barbosa, jovem que morreu em Ribas do Rio Pardo. João Pedro Barbosa, de 24 anos, morreu no sábado (24) após ficar preso na porta de casa, em Ribas do Rio Pardo (MS). Segundo o pai, o jovem costumava bater na janela para que ele abrisse a porta. O delegado Felipe Braga explicou como o acidente aconteceu: “A parte de cima da porta estava no trinco, a parte debaixo estava meio aberta. Ele agachou e colocou o braço esquerdo e a cabeça. Aí forçou para entrar e não conseguiu. Possivelmente ele estava embriagado”, disse. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp À polícia, o pai de João contou que o filho sempre batia na janela para acordá-lo, mas, naquela madrugada, isso não aconteceu. João era conhecido por seu talento na música e pelo sorriso contagiante. É assim que o descreve, o maestro Jehú Lucas, da Banda Marcial Gilberto Fogaça, onde João Pedro era percussionista há mais de sete anos. “Ele era um rapaz que amava a música e, com o fortalecimento do elo entre os alunos, ele se sentia em casa estando na banda. Tinha uma dedicação incrível, até faltava ao trabalho para nos ajudar em apresentações. Pegou uma moto emprestada uma vez para chegar até o posto da Polícia Rodoviária Federal [que ia inaugurar] só para apresentar conosco, mesmo com a roupa do trabalho”, relembra o maestro. 'Alegria contagiante' O regente conviveu com João Pedro por cerca de dois anos e contou que além da dedicação à música, o jovem era conhecido por ter um sorriso contagiante, que chamava a atenção das pessoas nos locais que frequentava. “Sem muito esforço, tomava conta da atenção da criançada. Lembro que na penúltima noite do pijama que fizemos no projeto todos queriam ser do time dele. Todo ensaio noturno, mesmo cansado do dia de trabalho, lá estava ele, firme e forte, sem perder o sorriso que nos contagiava”, diz o maestro. As viagens da banda contavam com a presença imprescindível de João Pedro, que garantia a alegria do grupo, conforme relata Jehú Lucas. “Tinha um olhar de admiração por aqueles que ainda estavam aprendendo e, mesmo nos dias de viagem, quando ele perdia a hora, esperávamos ele, pois sem ele, não seria tão engraçado e com certeza faria falta em nossa apresentação”. O sorriso e a alegria contagiante também ficaram na memória da amiga Vittória Brum, que conheceu João Pedro na banda, em 2023. “Ele era uma pessoa incrível, mesmo com suas dificuldades ele sempre fazia as pessoa rirem. Ele me disse q ficava feliz em ver os outros rindo dele ou junto com ele. Tinha planos de arrumar uma família e ser feliz. Eu amava muito ele e ele sabia disso.. Muitos o amavam, ele não fazia mal a ninguém e a vida foi tão injusta com ele”, desabafa Vittória. Entenda o caso Segundo a Polícia Civil, a suspeita é que João Pedro tentou passar por um vão entre a porta e o batente quando acabou ficando preso e foi esmagado pela estrutura. Ele foi encontrado já sem vida. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e confirmou a morte no local. A Polícia Militar isolou o local e acionou a Polícia Civil, que investiga o caso para entender o que causou a morte do jovem. O velório do jovem ocorreu no domingo (25), na Capela Municipal de Ribas do Rio Pardo. O sepultamento será no Cemitério Municipal da cidade. João Pedro Barbosa, de 24 anos, foi encontrado morto asfixiado na porta de casa na manhã deste sábado (2) Redes sociais João Pedro Barbosa era percussionista na banda Marçal Gilberto Fogaça, em Ribas do Rio Pardo (MS). Redes sociais Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
UFMS abre inscrições para segundo semestre da Escola de Música image UFMS abre processo seletivo para docentes do ensino superior UFMS/Reprodução A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está com inscrições abertas até 17 de agosto para o segundo semestre da Escola de Música. A aula inaugural será realizada no dia 23. A programação inclui aulas de violino, violão, canto em grupo, instrumentos de sopro e outros. As inscrições devem ser feitas clicando aqui. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Para se inscrever, é necessário pagar uma taxa única de R$ 250. Quem comprovar situação de vulnerabilidade financeira pode solicitar isenção. Estudantes da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (REME) têm direito a 20% de desconto. Já alunos da UFMS que comprovarem vulnerabilidade econômica recebem 10%. Clique aqui e confira o edital. Mais detalhes podem ser solicitados pelo e-mail: emusica.faalc@ufms.br. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul
Carmen Miranda: como estrela portuguesa virou maior símbolo internacional do Brasil image Carmen Miranda, em filme de 1953 Arquivo Nacional via BBC A morte de Carmen Miranda há 70 anos, na madrugada de 5 de agosto de de 1955, precipitou um solene Carnaval fora de época no Rio de Janeiro que ela tanto amava. Nem bem a notícia chegou ao Brasil e, pelo Repórter Esso, a Rádio Nacional a transmitiu ao país, todas as emissoras brasileiras passaram a tocar hits eternizados pela cantora e atriz conhecida como "A Pequena Notável". Taí, Disseram que voltei americanizada, O que é que a bahiana tem?, tão alegres e carnavalescas, comunicavam a tristeza que permeava a nação. Quem conta a história é o jornalista Ruy Castro, na mais completa e detalhada biografia a respeito dessa mulher que, nascida em Portugal e alçada ao estrelato internacional nos Estados Unidos, onde morreu, acabou se tornando o maior símbolo mundial da cultura brasileira, a Brazilian Bombshell. Em Carmen — A Vida de Carmen Miranda, a brasileira mais famosa do século XX (Companhia das Letras, 2005), Castro afirma que as músicas de Carmen, trazidas novamente à tona naquele mês, funcionaram como "uma espécie de senha para um carnaval em agosto". Segundo desejo de Carmen Miranda, ela foi enterrada no Rio, no cemitério São João Batista. De acordo com Carmen Miranda foi a Washington (Record, 1999), escrito pela jornalista Ana Rita Mendonça, 12 igrejas do Rio celebraram missa de sétimo dia em memória da artista. O caixão chegou ao país apenas na semana seguinte e, na noite do dia 12 para o 13 de agosto, houve um velório aberto na Câmara dos Vereadores. "Alguns se chocaram com o fato de Carmen estar vestida de vermelho, penteada e maquiada; outros se encantaram com isso — em Hollywood, até a morte era em Technicolor!", escreve Castro. "Por toda a noite de 12 para 13 de agosto, o Rio desfilou em silêncio diante de Carmen. E gente de outras cidades, usando todos os transportes disponíveis, veio se despedir dela." "Nem o frio da madrugada afugentou seus adoradores", ressalta o escritor. Membros da Velha Guarda, como Pixinguinha, Donga, João da Baiana e outros companheiros, tentaram tocar Taí para saudá-la pela última vez, postados nas escadarias da Câmara. Não conseguiram. "As gargantas se fechavam, o saxofone e a flauta não produziam som, a emoção era muita", descreve Castro. A marchinha acabou sendo entoada por um coro de mais de 50 mil vozes. Em dado momento, o cortejo rumo ao cemitério, em carro de bombeiros, foi seguido por um caminhão de som que tocava os discos de Carmen. O último percurso da estrela, assim, foi como os fãs gostavam de vê-la: com música, muita música. Uma carreira ascendente Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Marco de Canaveses, em Portugal, em fevereiro de 1909. Sua família já havia decidido emigrar para o Brasil. Carmen Miranda chegou ao Rio de Janeiro com menos de 1 ano de idade. Irmã de outros cinco, a garota estudou em uma escola de freiras e, aos 14 anos, teve seu primeiro emprego. Trabalhou em uma loja de gravatas e, depois, em uma chapelaria. Era uma menina que já gostava de cantar e era elogiada por isso. Em 1928, foi apresentada à Rádio Sociedade Professor Roquete Pinto e passou a se apresentar lá. No ano seguinte, gravou sua primeira música, o samba Não Vá Sim'bora, composição de Josué de Barros. Dali por diante, foi só ascensão. Em 1930, Carmen Miranda gravou a marcha-canção Pra Você Gostar de Mim, também chamada de Taí. O disco vendeu 35 mil cópias apenas no ano de lançamento — um recorde que fez com que a jovem cantora fosse aclamada como "a melhor do Brasil". Carmen se tornou uma das estrelas da chamada "era de ouro" do rádio no Brasil e, ao mesmo tempo, passou a emprestar corpo e voz ao início da indústria cinematográfica no Brasil — especialmente, nos musicais. Depois de aparições tímidas em produções anteriores, como o longa musical Alô, Alô, Brasil, de 1935, ela teve o espaço de um estrela popular de primeira grandeza. Carmen Miranda, em foto dos anos 1940 Arquivo Nacional via BBC Carmen Miranda viveu anos enfileirando um projeto atrás do outro. Era uma fase de filmes que tinham enredo feito apenas como pretexto para encadear números musicais. Autora de um estudo acadêmico sobre Carmen Miranda, a pesquisadora Renata Couto, professora da Universidade Unigranrio Afya, acredita que paire um preconceito sobre a relevância da artista. "Boa parte das pessoas faz um julgamento muito apressado sobre ela", diz à BBC News Brasil. "Parte disso, por ela ser uma mulher. A outra parte é pela figura que ficou consagrada da Carmen, que incorpora essa baiana estilizada, quase uma caricatura do que seria o Brasil." A baiana estilizada conquista os EUA Em 1939, o filme Banana da Terra apresentou a versão mais icônica de Carmen Miranda: ela vestindo uma versão estilizada de um figurino que representava uma baiana tradicional. No número, ela interpretava O que é que a bahiana tem?, de Dorival Caymmi — e muitos apontam que o sucesso desse filme acabou impulsionando a carreira e o prestígio do compositor e cantor. Fato é que Carmen, uma portuguesa criada no Rio de Janeiro, incorporou essa imagem caricaturada da baiana em suas apresentações dali por diante. Era este seu figurino quando, um pouco antes do Carnaval de 1939, ela se apresentou no badalado Cassino da Urca e chamou a atenção do produtor americano Lee Shubert, que estava na plateia. Shubert era dono da empresa que geria metade dos teatros da Broadway. Um magnata do entretenimento americano, portanto. Ele contratou a artista para se apresentar lá, e, em maio daquele ano, ela embarcou rumo a Nova York. Nos Estados Unidos, Carmen Miranda fez sucesso com suas vestes estilizadas e o arranjo de frutas sobre a cabeça. Intelectuais brasileiros torceram o nariz: para eles, aquilo era uma visão estereotipada e errônea do Brasil. "Carmen foi uma das primeiras artistas a representar o Brasil no exterior de forma icônica, antes mesmo de Pelé ou da bossa nova", diz à BBC News Brasil Gisele Jordão, coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "A imagem do Brasil como país alegre, exótico e musical tem muito da marca que ela deixou. Essa projeção foi absorvida pela publicidade, pelo turismo e pela diplomacia cultural, criando um 'Brasil tipo exportação' que ainda hoje molda o imaginário internacional." Soft power Com a Segunda Guerra Mundial, a chamada política de boa vizinhança entre os Estados Unidos e a América Latina acabou favorecendo uma artista como Carmen Miranda. Ou pode ter sido o contrário. Como documenta Ruy Castro, ela já era um sucesso inquestionável antes de a política de aproximação ser implementada. "Ela já tinha uns dez anos de sucesso aqui no Brasil quando foi aos Estados Unidos. Evidentemente, conquistou o mundo com a verve artística, a comunicabilidade, a extroversão. Era uma mulher notável quanto à expressão", ressalta à BBC News Brasil o musicólogo Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor aposentado da Universidade Estadual Paulista e ex-professor colaborador da ECA-USP. Tão logo a estrela começou a se apresentar nos Estados Unidos, projetos cinematográficos foram surgindo para ela, que logo ganharia projeção internacional. Cartaz do filme Banana da Terra, de 1939 domínio público "Não há como negar a onipresença da Carmen Miranda nos anos 1930 e, sobretudo, 1940. Seu gigantismo e sua exuberância marcaram e marcam até hoje o mundo teatral, musical e cinematográfico", diz Ikeda. Nesse sentido, Castro explica que a política da boa vizinhança pode até ter se aproveitado do brilho de Carmen — e da sua conveniente caracterização como brasileira, ainda que uma caracterização estereotipada. Gisele Jordão vê um alinhamento "total" entre Carmen Miranda e o projeto de soft power do governo americano. "A presença dela em Hollywood não é fruto apenas de seu talento, mas também de um projeto geopolítico", ressalta a professora. "Durante a Segunda Guerra, os Estados Unidos buscavam estreitar laços com a América Latina para conter influências europeias e garantir apoio hemisférico. Carmen se encaixou perfeitamente nessa estratégia: era latina, mas controlável; exótica, mas divertida; uma embaixadora cultural informal", destaca. "Seu corpo e sua voz foram mobilizados como instrumentos simbólicos de um Brasil amigo e cooperativo." Mas para Ikeda, entretanto, "o que não se pode é atribuir à Carmen Miranda [a intenção] de ser ela um instrumento dessa projeção política e artística dos Estados Unidos no mundo". Seu auge no cinema foi durante os anos da Segunda Guerra — ela estrelou 8 de seus 14 filmes nessa primeira metade dos anos 1940. Suas personagens não eram identificadas como brasileiras, mas sim latino-americanas, de modo genérico e indefinido. A essa altura ela já havia se instalado nos Estados Unidos. Como convinha a uma estrela, morava em Beverly Hills, na Califórnia. Foram 14 anos sem pisar no Brasil, para onde voltou, em férias, em dezembro de 1954. Em uma consulta, seu médico a diagnosticou como dependente química — ela abusava de barbitúricos e álcool — e submeteu-a a um tratamento de quatro meses em uma suíte do hotel Copacabana Palace. Ela voltou aos Estados Unidos somente em abril de 1955. Ainda faria uma turnê em Las Vegas e em Cuba e receberia uma proposta do canal CBS para ter um programa semanal na TV. No dia 4 de agosto de 1955, participou do programa de Jimmy Durante, na NBC. Foi encontrada morta no corredor da sua casa na manhã seguinte, vítima de um ataque cardíaco. Carmen Miranda fotografada por Annemarie Heinrich em 1935 Domínio público Símbolo de brasilidade? Para Jordão, Carmen se tornou símbolo de brasilidade porque encarnou, de forma "performática e midiática", um Brasil "que o próprio Brasil estava tentando entender e vender". Renata Couto ressalta que não se pode ignorar o papel de Carmen Miranda como uma "mulher extremamente revolucionária, que tinha um comportamento pioneiro" em seu tempo: "Ela não se encaixava nos padrões tradicionais e esperados do que era ser mulher nas décadas de 1920 e 1930 no Brasil". Jordão ressalta que, embora tivesse nascido em Portugal, a artista cresceu no Brasil e teve sua identidade artística forjada no rádio, nos teatros de revista e no início da indústria fonográfica nacional. "Ao assumir elementos da cultura popular, especialmente a música afro-brasileira e os trajes das baianas, ela se tornou uma tradução possível, ainda que estilizada, do que se queria projetar como 'alma brasileira'. É um caso clássico de uma brasilidade construída mais pela forma como é vista do que pela realidade que representa." "Essa imagem foi construída a muitas mãos. Envolve o rádio, a indústria cultural, o Estado Novo, o cinema hollywoodiano e também o contexto da política de Boa Vizinhança com os Estados Unidos", diz Jordão. "Carmen foi moldando sua persona a partir de códigos reconhecíveis: a tropicalidade, a sensualidade, o ritmo do samba, mas sempre com uma estética amplificada, quase caricatural." Era um Brasil do teatro de revista. Lúdico, alto astral, popular e festivo. "Não era uma representação direta do Brasil real, mas sim de um Brasil performado, que pudesse circular internacionalmente", afirma Jordão. "Sua imagem visual, com turbantes, frutas e tecidos exuberantes, é resultado de escolhas estéticas que dialogavam tanto com o imaginário externo quanto com a cultura visual interna", prossegue. Para Couto, no entanto, Carmen Miranda vendia não uma ideia de Brasil, mas de América Latina: "Foi uma mulher latina, representou a latinidade. Essa imagem da Carmen como Brasil tipo exportação, eu diria que é uma coisa muito recente". Os elementos da criação da personagem Carmen Miranda também são creditados a Dorival Caymmi. O autor de O que é que a bahiana tem?' orientou a cantora até no gestual para o filme de 1939. Para Jordão, a relação de ambos foi de uma "dinâmica de tradução performática". "Ela potencializou a letra, exagerando nas cores. Mas a música já descrevia esse Brasil tropical, essa baiana que requebra bem, essas coisas", pontua Ikeda. Jordão concorda. "Enquanto Caymmi construía uma Bahia musicalizada com traços de melancolia, espiritualidade e identidade negra, Carmen devolvia essa imagem sob a lente do espetáculo: colorida, exagerada, teatral", comenta. "Ela não era exatamente um alter ego, mas uma amplificação estilizada do universo que Caymmi evocava. Nessa amplificação, ganha-se potência midiática, mas perde-se parte da densidade simbólica." Para a especialista, este é mais um exemplo da ambiguidade de sua trajetória. Afinal, Carmen foi o que se diz de "uma mulher à frente do seu tempo, carismática, irreverente e pioneira". "Mas também um corpo a serviço de estereótipos e interesses geopolíticos. Ao performar a baiana em Hollywood, ela transformou um símbolo de resistência negra em emblema de uma brasilidade exportável, palatável ao gosto estrangeiro, mas distanciada de suas raízes afrobrasileiras." Quanto vale Carmen Miranda? Leilão com raridades da estrela tem lances baixos e domínio de estrangeiros A história do 'maior ladrão de livros raros do Brasil' O Brasil do olhar estrangeiro: parte 4, Brasil chega a Hollywood Carmen Miranda é tema da coluna de Nelson Motta
Confira mais de 540 vagas de emprego em Sergipe disponíveis nesta terça-feira image Carteira de trabalho Marcelo Camargo / Agência Brasil A Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), está ofertando mais de 549 vagas de emprego na plataforma digital do Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT). Para se cadastrar no site ‘GO Sergipe – Geração de Oportunidade’, é necessário ter senha do portal gov.br do governo federal, por meio do aplicativo para celular. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 SE no WhatsApp Quem precisar de apoio para fazer o cadastro ou para atualizar o currículo, pode buscar atendimento presencial no Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT), localizado na rua Santa Luzia, 680, bairro São José, em Aracaju, de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h. É necessário levar documentos pessoais, comprovante de residência e, se tiver, currículo e certificados de qualificação. O atendimento é gratuito. Confira algumas das vagas disponíveis por município: Aracaju Atendente barista (2 vagas) Confeiteiro (1 vaga) Assistente jurídico (1 vaga) Eletrotécnico (1 vaga) Promotor de vendas (1 vaga) Marceneiro (1 vaga) Barra dos Coqueiros Pedreiro (3 vagas) Pintor de obras (7 vagas) Instalador-reparador de redes e cabos telefônicos (4 vagas) Cristinápolis Servente - construção civil (2 vagas) Nossa Senhora do Socorro Auxiliar de logística - exclusiva para PcD (1 vaga) Consultor de vendas (1 vaga) São Cristóvão Gerente comercial (1 vaga) Gerente industrial (1 vaga) Ajudante de engarrafamento (1 vaga) Mais informações de Sergipe Pelo segundo mês seguido inflação do aluguel teve queda em Sergipe
Homem que ameaçou juiz é preso em hospital durante operação que capturou outros 8 foragidos em MG image viatura giroflex PM Polícia Militar Divinópolis Polícia Militar/ Divulgação Um homem de 26 anos foi preso dentro do Hospital Santa Casa, em Cláudio, durante uma operação da Polícia Militar (PM). Segundo a PM, ele já havia sido denunciado por violência doméstica e, mesmo após ser alvo de uma medida protetiva de afastamento do lar, foi ao fórum de Itaguara armado com uma faca, onde ameaçou o juiz e servidores. Contra ele, havia um mandado de prisão em aberto. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp A prisão ocorreu na última sexta-feira (1º) durante a Operação Nexus, realizada pelo 23º Batalhão da PM para capturar foragidos da Justiça. Ao todo, nove pessoas foram detidas em Divinópolis, Cláudio e Carmo do Cajuru — sete na sexta e duas no sábado (2). Entre os detidos, estão três menores de idade, todos apreendidos em Divinópolis por envolvimento com o tráfico de drogas. Um deles, de 15 anos, foi localizado no bairro Itaí e tinha um mandado de busca e apreensão. Outro, de 14 anos, foi apreendido no Alto São João de Deus, e o terceiro, também de 15 anos, no mesmo bairro do primeiro. Em outro ponto da cidade, um homem de 34 anos foi preso em um motel às margens da MG-050 com 21 pinos de cocaína e R$ 205 em dinheiro trocado. Ele já tinha passagens por tráfico, agressão, lesão corporal e abandono de local de acidente. Também em Divinópolis, um homem de 26 anos foi preso no Terminal Rodoviário; um homem de 38 anos foi capturado no bairro Belvedere II por ameaça, e o nono foragido, de 54 anos, foi localizado no bairro Liberdade com histórico de furtos, ameaças, tráfico e uso de drogas. Já em Carmo do Cajuru, foi preso um homem de 30 anos com registros por ameaça e cumprimento de prisões anteriores. LEIA TAMBÉM: Frigobar com formato de cubo mágico é furtado por adolescente para pagar dívida de cigarro eletrônico Preso trio suspeito de matar homem em situação de rua com pedrada na cabeça em São Gonçalo do Pará VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas
Funcionário que quebrou obra com marreta após demissão tem direito à rescisão, mas pode responder por danos materiais, diz advogada image Ex-funcionário quebra parede de obra na UFT após alegar que construtora atrasou pagamento Fernando Rodrigues, ex-funcionário de uma construtora que destruiu parte de uma obra na UFT em Gurupi, afirma que permanece sem receber os valores da rescisão. Por falta de pagamento o trabalhador quebrou parte de uma parede da obra onde trabalhava com uma marreta na última quinta-feira (31). Conforme a advogada Beatriz da Silva Leite, independente das ações do ex-funcionário, ele ainda tem o direito de receber a rescisão, mas pode ter que pagar pelo dano. "Então, uma conduta, ela não retira o direito da outra, não anula. Se ela [empresa] não quitou as verbas rescisórias devidas, ela permanece sim responsável pelo pagamento de todos os direitos trabalhistas. Inclusive eles podem até pagar multa da rescisão trabalhista. Ele não vai perder o direito das obras de rescisão, mas o que pode ocorrer é uma compensação parcial, caso a empresa ela entre com uma ação civil pedindo, por exemplo, o ressarcimento do dano", explicou. 📱 Clique aqui para seguir o canal do g1 TO no WhatsApp O momento em que o ex-funcionário derruba parte de uma parede foi filmado e divulgado nas redes sociais. No vídeo, cedido pelo jornalista Clifton Morais, o homem aparece quebrando com uma marreta parte da construção que está sendo realizada no campus de Gurupi. A Polícia Militar foi acionada e retirou o homem do local. Segundo a advogada, nesses casos o trabalhador pode responder na esfera criminal e cível, pelo danos materiais e crime de dano. "A depender da avaliação do caso concreto, ele pode responder por crime de dano. Se ficar configurado que ele agiu com a intenção de causar prejuízo à empresa, ela pode registrar um boletim de ocorrência e pleitear a responsabilização penal dele. Civilmente, pode ser pleiteado por danos materiais, caso fique comprovado que houve um prejuízo econômico efetivo e que o dano ele foi causado intencionalmente pelo ex-funcionário", disse. Ex-funcionário quebra parede de obra da UFT após alegar que construtora o demitiu e não pagou os valores devidos Reprodução/Clifton Morais LEIA TAMBÉM Vídeo mostra ex-funcionário de construtora quebrando parte de obra com marreta após ser demitido: 'Pagamento nunca saiu' Menino de 5 anos é internado com queimaduras no rosto e no corpo após explosão de churrasqueira na casa do vizinho; VÍDEO Relembre o caso Segundo Fernando, ele atuava como mestre de obras e os pagamentos eram feitos de acordo com as medições dos serviços realizados, que eram descritos em um cronograma. "São R$ 4.575 da primeira e R$ 12.857 dessa última medição. Eles só chegaram e me mandaram embora, e falaram que iam pagar a gente só que nunca mais deu resposta. Eu fiquei sem dinheiro e sem nada até minha água está cortada, energia, estou comendo na casa da minha noiva por que tive que desfazer das minhas coisas para poder não acontecer nada comigo", contou. A obra é feita pela Vanconcelos Engenharia LTDA, contratada pela UFT, que está responsável pela execução do serviço e despesas com os funcionários. O g1 tentou contato com a empresa, mas não teve resposta até a publicação da reportagem. Segundo a Polícia Militar, no dia em que o caso aconteceu um engenheiro disse que o trabalhador alegou ter sido demitido sem receber os valores devidos e por causa disso teria quebrado uma parede. Fernando Rodrigues contou ao g1 que está com contas atrasadas devido à falta de pagamento da empresa. "Até agora estou com minhas contas todas atrasadas, pensão, aluguel, mercado, tudo. Mandou a gente embora no dia do pagamento que nunca saiu". No dia, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) em desfavor do ex-funcionário. A polícia informou que o trabalhador se comprometeu a comparecer perante a Justiça quando intimado, assinando o termo de compromisso de comparecimento. A UFT informou que a empresa foi licitada no final de 2024 e que não possui vínculo direto com os trabalhadores contratados pela construtora. A universidade ainda disse que entrou em contato com a empresa, solicitando providências imediatas quanto à resolução da situação (veja nota completa abaixo). Íntegra da nota da Universidade Federal do Tocantins A Universidade Federal do Tocantins (UFT) tomou conhecimento, por meio de reportagem veiculada recentemente, da ocorrência de um incidente nas obras da Clínica Veterinária em construção no Câmpus de Gurupi, no qual um trabalhador aparece em vídeo danificando parte dos serviços, alegando não ter recebido pagamento pelos serviços prestados. Esclarecemos que a referida obra foi regularmente licitada no final do ano de 2024, tendo como vencedora a empresa Vasconcelos Engenharia Ltda, responsável por toda a execução, incluindo a contratação e gestão da mão de obra envolvida. Conforme a legislação vigente e o contrato firmado, a UFT não possui vínculo direto com os trabalhadores contratados pela empresa, sendo esta integralmente responsável pelas obrigações trabalhistas decorrentes. Tão logo teve ciência do ocorrido, a UFT entrou em contato com a empresa, solicitando providências imediatas quanto à resolução da situação e à garantia da segurança e continuidade da obra. Importante destacar, por fim, que a UFT não possui nenhuma pendência de pagamento com a Contratada relacionada a este contrato de obra. A Universidade segue acompanhando o caso com atenção e cobrando da empresa as devidas providências. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.
Israel afirma que vai permitir a entrada gradual e controlada de mercadorias em Gaza por meio de comerciantes locais image Gaza Reprodução/TV Globo Israel vai permitir a entrada gradual e controlada de mercadorias em Gaza por meio de comerciantes locais. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) por meio da Cogat — agência militar israelense que coordena a ajuda humanitária. “O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que se reduz a dependência da coleta de assistência por parte da ONU e de organizações internacionais”, declarou a agência. Autoridades palestinas e da ONU afirmam que Gaza precisa da entrada de cerca de 600 caminhões de ajuda por dia para atender às necessidades humanitárias — número que Israel permitia antes da guerra. No último domingo (3), o grupo terrorista Hamas afirmou estar disposto a coordenar com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha a entrega de ajuda a reféns que mantém em Gaza, caso Israel atenda a certas condições. A informação é da agência de notícias Reuters. A declaração foi feita após a divulgação de um vídeo que mostrava um refém israelense extremamente desnutrido, o que gerou fortes críticas por parte de potências ocidentais. (Veja abaixo). 'Cavando minha própria cova' em túnel de Gaza - refém israelense é visto em novo vídeo Segundo autoridades israelenses, 50 reféns ainda permanecem em Gaza, dos quais apenas 20 são considerados vivos. O Hamas, até o momento, impediu organizações humanitárias de terem qualquer tipo de acesso aos reféns, e os familiares têm poucas ou nenhuma informação sobre suas condições. Em busca de um cessar-fogo As negociações indiretas entre Hamas e Israel, visando garantir um cessar-fogo de 60 dias na guerra de Gaza e um acordo para a libertação de metade dos reféns, terminaram em impasse na semana passada. No sábado (2), o enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse às famílias dos reféns mantidos pelo grupo terrorista que estava trabalhando com o governo israelense em um plano que efetivamente encerraria a guerra em Gaza. Trump fez do fim do conflito uma das principais prioridades de seu governo, embora as negociações tenham fracassado. Steve Witkoff está visitando Israel enquanto seu governo enfrenta crescente pressão devido à deterioração das condições humanitárias no enclave. Em uma gravação da reunião, vista pela Reuters, Witkoff é ouvido dizendo: "Temos um plano muito, muito bom no qual estamos trabalhando coletivamente com o governo israelense, com o primeiro-ministro Netanyahu... para a reconstrução de Gaza. Isso significa efetivamente o fim da guerra." A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre seus comentários. Witkoff também disse que o Hamas estava preparado para se desarmar para acabar com a guerra, embora o grupo tenha dito repetidamente que não iria depor suas armas. Em resposta, o Hamas , que domina Gaza desde 2007, mas foi militarmente derrotado por Israel na guerra, disse que não abandonaria a "resistência armada" a menos que um "estado palestino independente e totalmente soberano, com Jerusalém como sua capital" fosse estabelecido. Fome em Gaza A crise humanitária em Gaza tem preocupado o resto do mundo. Neste domingo, pelo menos mais seis pessoas morreram de fome na região, segundo uma autoridade israelense. Na última terça-feira, o Catar e o Egito, que estão mediando os esforços de cessar-fogo, endossaram uma declaração da França e da Arábia Saudita delineando medidas para uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino. Israel culpa o Hamas pelo sofrimento em Gaza e diz que está tomando medidas para que mais ajuda chegue à sua população, incluindo a interrupção dos combates por parte do dia em algumas áreas, lançamentos aéreos e o anúncio de rotas protegidas para comboios de ajuda. As agências da ONU disseram que os lançamentos aéreos de alimentos são insuficientes e que Israel deve permitir a entrada de muito mais ajuda por terra e facilitar rapidamente o acesso a ela. A guerra em Gaza começou quando o Hamas matou mais de 1.200 pessoas e fez 251 reféns em um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, segundo dados israelenses. Desde então, a ofensiva israelense matou mais de 60.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. De acordo com autoridades israelenses, 50 reféns permanecem em Gaza, dos quais acredita-se que apenas 20 estejam vivos. Neste domingo (3), o braço armado do Hamas afirmou que está pronto para entregar ajuda da Cruz Vermelha aos reféns mantidos em Gaza se Israel abrir corredores humanitários permanentemente e interromper "todas as formas de tráfego aéreo" durante a entrega de pacotes aos reféns. *Com informações da agência de notícias Reuters
Lançamento de livro de pesquisadores da UFRJ detalha impacto da desinformação entre os consumidores image Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio Divulgação O Laboratório de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab UFRJ) lança, nesta terça-feira (5), o livro “Atingidos pelas Redes Sociais: os impactos da indústria da desinformação nos consumidores brasileiros” no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. A obra reúne análises e dados inéditos sobre desinformação no ambiente digital, com contribuições de mais de 20 pesquisadores. Os estudos são baseados em pesquisas realizadas pelo "Observatório da Indústria da Desinformação", criado em 2023 em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O lançamento contará com uma mesa de debate, das 15h às 16h30, com a professora Marie Santini, diretora do NetLab UFRJ; o pesquisador Márcio Borges, que é diretor-geral da WMcCann RJ; e Nicolo Zingales, professor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O debate também contará com participações em vídeo do médico Drauzio Varella e da atriz Paolla Oliveira, que relatarão suas experiências pessoais com o uso indevido de suas imagens em golpes e fraudes nas redes sociais. Após as discussões, das 16h30 às 17h30, haverá uma sessão de autógrafos com os autores da obra e a distribuição gratuita de exemplares para os participantes. A quantidade de livros é limitada. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Serviço Evento: lançamento do livro “Atingidos pelas Redes Sociais: os impactos da indústria da desinformação nos consumidores brasileiros” Data: terça-feira (5) Horário: a partir das 14h30 Local: auditório do Museu do Amanhã – Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro A entrada é gratuita, e a distribuição de exemplares está sujeita à disponibilidade no local.
Festa das Neves: veja programação religiosa no dia da padroeira de João Pessoa image Imagem de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa Ewerton Correia/TV Cabo Branco A programação religiosa da Festa das Neves termina nesta terça-feira (5), dia de Nossa Senhora das Neves, considerada padroeira de João Pessoa e também da Paraíba. Uma série de eventos acontecem na Catedral Basílica (confira programação completa abaixo). O 5 de agosto também marca o aniversário de João Pessoa, que completa 440 anos, e a fundação da Paraíba. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do PB em tempo real e de graça Um dos momentos da programação é a bênção sobre a cidade de João Pessoa e todo o estado da Paraíba, com a imagem de Nossa Senhora das Neves, que acontecerá às 8h45, no mezanino da Catedral Basílica. Logo após a missa das 16h, acontece a grande procissão com a imagem de Nossa Senhora das Neves, momento culminante da festa, que reúne milhares de devotos pelas ruas do centro histórico da capital. Programação religiosa da Festa de Nossa Senhora das Neves 8h45 – Bênção da cidade e do estado com a imagem de Nossa Senhora das Neves, no adro da Catedral. 9h – Missa Solene, presidida por Dom Manoel Delson, arcebispo metropolitano da Paraíba, com a participação do clero arquidiocesano. 12h – Celebração com o rito da Unção dos Enfermos, presidida pelo padre Sandro Santos. 15h – Santo Terço, com a participação do grupo Terço dos Homens. 16h – Missa de encerramento, presidida por Dom Alcivan Tadeus, bispo auxiliar da Arquidiocese da Paraíba. Procissão de encerramento - logo após a missa das 16h. Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba