Reciclagem não será solução para crise global gerada pelo lixo plástico, aponta estudo image Material é encontrado no sêmen dos homens, diz pesquisa A produção global de plástico aumentou de 2 milhões de toneladas em 1950 para 475 milhões de toneladas em 2022, segundo um relatório publicado na revista científica "The Lancet" nesta segunda-feira (4). A projeção dos estudiosos é que o número triplique até 2060. Outros especialistas afirmam que isso poderia acontecer até 2050, usando cerca de um quarto do orçamento de carbono restante — ou seja, a quantidade de gases de efeito estufa que ainda pode ser emitida até que a atmosfera do planeta aqueça de forma descontrolada. E o estudo adverte que "está claro que o mundo não conseguirá sair da crise da poluição plástica por meio da reciclagem". Hoje, apenas cerca de 9% dos plásticos, entretanto, são reciclados. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Os novos dados foram publicados um dia antes da retomada de negociações em Genebra entre 180 países para chegar a um tratado sobre como lidar com a poluição causada pelo plástico, depois de outras tentativas já terem falhado. Interesses de governos e corporações na indústria, entretanto, desafiam o andamento das conversas. O plástico foi inventado no fim da década de 1940. Embora alguns dos seus produtos sejam hoje essenciais, grande parte é destinada a itens descartáveis, que não apenas causam poluição plástica direta, como também têm impacto prolongado no meio ambiente e no clima. Mas especialistas enxergam poucos sinais de uma mudança na tendência de crescimento da produção. Microplástico que chega com a correnteza é encontrado em área de preservação ambiental em Fernando de Noronha Fábio Tito/G1 Mais produção fora da Europa Cerca de 99% dos plásticos são derivados de combustíveis fósseis. O refino e transformação dos combustíveis fósseis em produtos plásticos, como embalagens, têxteis, eletrônicos e materiais de construção, liberam bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Em 2019, esse processo respondeu por mais de 5% das emissões globais. Um número crescente de países já limita produtos plásticos de uso único, com pelo menos 140 nações tendo implementado proibições ou restrições a algum tipo de produto plástico. "O único lugar onde a capacidade está diminuindo um pouco é na União Europeia," diz Joan Marc Simon, fundador da Europa Sem Lixo (Zero Waste Europe, em inglês), rede dedicada à redução do lixo plástico. "O resto do mundo está aumentando." No entanto, isso acontece porque os altos custos de produção levaram os fabricantes a produzir fora da Europa ou importar plástico de outras regiões, explica. China e Brasil são focos A China é a maior fabricante de plástico do mundo, respondendo por cerca de um terço da produção global. "O que sabemos com certeza é que todos os principais produtores estão aumentando sua capacidade: EUA, China, África do Sul, Brasil, Irã, Arábia Saudita," prossegue Simon, acrescentando que mais plástico virgem também está sendo produzido em países como Malásia, Vietnã, Tailândia, Indonésia, em grande parte por empresas chinesas. Em 2019, um estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) apontou o Brasil como o quarto maior produtor de plástico no mundo, com 11 milhões de novas toneladas então produzidas ao ano. Já em 2022, a produção chegou a 13,7 milhões de toneladas, uma média de 64 quilos por pessoa no ano, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). No Brasil, segundo a Abrelpe, mais de 3 milhões de toneladas de resíduos sólidos vão parar nos rios e mares todos os anos, quantidade suficiente para cobrir mais de 7 mil campos de futebol. Risco à saúde A poluição por plásticos é "um perigo grave, crescente e pouco reconhecido à saúde", custando pelo menos 1,5 trilhão de dólares por ano globalmente, de acordo com o estudo na The Lancet. Outra pesquisa deste ano, conduzida por cientistas da NYU Langone Health, nos Estados Unidos (EUA), já sugeriu que cerca de 10% das mortes por doenças cardíacas entre adultos de 55 a 64 anos naquele ano podem ser atribuídas aos ftalatos — compostos químicos usados para aumentar a durabilidade e a flexibilidade dos plásticos. "Não há como subestimar a magnitude da crise climática e da crise do plástico", diz Philip Landrigan, pesquisador na Universidade de Boston, dos EUA. "Ambas estão causando doenças, mortes e incapacidades em dezenas de milhares de pessoas hoje, e esses danos se tornarão mais graves nos próximos anos, à medida que o planeta continua a aquecer e a produção de plástico continua a aumentar." Ativistas defendem há muito tempo que a solução para o excesso de plástico é reduzir a produção desde o início. Mas, por anos, discussões públicas e negociações internacionais focaram em lidar com o lixo gerado, com iniciativas como limpeza de praias e reciclagem. Apenas cerca de 9% dos plásticos, entretanto, são reciclados, e muitos tipos não podem ser transformados em novos produtos. Como resultado, a grande maioria acaba em aterros sanitários ou é incinerada. Muito plástico vaza ainda para o ambiente em forma de microplásticos, encontrados nas regiões mais remotas do planeta, no ar e dentro dos corpos humanos. "Ao contrário do papel, vidro, aço e alumínio, plásticos quimicamente complexos não podem ser facilmente reciclados”, alerta o relatório. "Agora está claro que o mundo não conseguirá sair da crise da poluição plástica por meio da reciclagem. O controle da crise dos plásticos exigirá pesquisas contínuas, aliadas a intervenções baseadas na ciência — leis, políticas, monitoramento, fiscalização, incentivos e inovações." Ponto de atrito A redução da produção foi o principal ponto de divergência nas negociações globais inconclusivas sobre plástico que aconteceram em dezembro na Coreia do Sul. Embora limitar a produção levante muitas questões — incluindo se isso significaria impedir a abertura de novas fábricas —, o principal obstáculo é simplesmente alcançar consenso sobre a redução. No ano passado, enquanto mais de 100 governos apoiavam limitar a produção, outros países bloquearam a medida. Dentre eles, Rússia, Arábia Saudita, Irã e China. "Este pequeno grupo de países, que são predominantemente economias petroleiras, está dizendo que esta é um claro limite a não ser cruzado," diz Christina Dixon, da ONG britânica Agência de Investigações Ambientais. Já a advogada Giulia Carlini, do Centro para Legislação Internacional Ambiental (CIEL, na sigla em inglês), diz que um dos obstáculos para reduzir a produção é a forte influência que poderosos atores corporativos estabeleceram nas negociações internacionais. Segundo análise do CIEL, lobistas do setor de combustíveis fósseis e químicos formaram a maior delegação nas negociações da Coreia, maior que a da União Europeia e seus Estados-membros juntos. Carlini acrescenta que, em alguns casos, esses lobistas estão inclusive registrados como parte das delegações nacionais.
Conexão ODS incentiva imersão em comunidades que mudam o Rio Grande do Norte image Encontro com comunidades Setima Filmes No Conexão ODS 2025, um dos pontos altos da programação será o "Encontro com Comunidades", uma atividade planejada para conectar os participantes a uma rica tapeçaria de conhecimentos, desafios e soluções desenvolvidas localmente. Realizado em Natal (RN), de 07 a 09 de agosto, o Conexão ODS, evento promovido pela Somos Um, Pacto Global - Rede Brasil, Sebrae RN e Centro Sebrae de Sustentabilidade, propõe uma vivência que transcende a teoria, permitindo um aprendizado direto das experiências de quem se dedica a resolver questões socioambientais naquela região. A importância desta ação reside na sua capacidade de amplificar as vozes das comunidades, reconhecendo e valorizando seus saberes, sejam eles ancestrais ou contemporâneos, na busca por superar adversidades. "Ao promover essa conexão, pretendemos gerar maior visibilidade para os projetos locais, incentivando o reconhecimento e o apoio às suas iniciativas. Além disso, a interação com os participantes pode abrir portas para novas parcerias e recursos, fortalecendo a resiliência e a sustentabilidade dessas comunidades", explica Ticiana Rolim, presidente da Somos Um e idealizadora do evento. Imersão em realidades transformadoras Cada comunidade se engaja e utiliza de estratégias únicas para enfrentar os desafios socioambientais encontrados, assim os participantes do Conexão ODS poderão observar e absorver diversos conhecimentos através destas abordagens. Associação Casa do Bem: No bairro Mãe Luiza, essa instituição impacta diretamente milhares de pessoas com cerca de 30 projetos em áreas como cultura, esporte, educação e ação social, conduzidos por voluntários locais. Projeto ReforAMAR: Uma visita ao Lar da Vovozinha revelará a obra da ONG ReforAMAR, que transforma vidas por meio da reforma de casas e apoio a organizações em vulnerabilidade. Instituto Navegar: Essa iniciativa combina esporte, educação ambiental e limpeza de mangues, beneficiando crianças e jovens das comunidades do Paço da Pátria e da Redinha através de vivências náuticas. Katu Experiência: Um roteiro imersivo na cultura, história e espiritualidade do povo Potiguara Katu, um negócio de turismo de base comunitária que busca valorizar a identidade e a economia local. Associação Quilombola dos Moradores de Capoeiras: A maior comunidade quilombola do RN, um território que pulsa histórias de resistência e preserva suas tradições por meio de projetos sociais e culturais, abrigando o Ponto de Cultura Quilombola Baobá. Essa imersão tem como propósito fomentar o pensamento crítico e a empatia, inspirando os participantes a se tornarem agentes de mudança ao aprenderem diretamente com a experiência local. "Participar deste encontro a experiência tem por finalidade estimular a reflexão crítica e a sensibilidade humana, encorajando os que participam a se tornarem catalisadores de progresso ao absorverem conhecimentos diretamente das vivências comunitárias", pontua João Hélio, diretor técnico do Sebrae RN. A proposta do "Encontro com Comunidades" no Conexão ODS 2025 transcende as discussões teóricas. Esta atividade configura-se como um vetor estratégico para a conexão entre o setor empresarial e as realidades locais, promovendo um intercâmbio de conhecimentos que impulsiona a Agenda 2030 da ONU. "Essa vivência singular permite estreitar o relacionamento e o conhecimento direto com as realidades locais, mostrando como problemas são convertidos em oportunidades de negócios sustentáveis. É um momento crucial de escuta e aprendizado, que capacitará as empresas a planejar e implementar ações mais eficazes, construindo um futuro verdadeiramente justo e sustentável", finaliza Guilherme Xavier, co-diretor executivo do Pacto Global - Rede Brasil. Conexão ODS Quando: 07 a 09 de agosto de 2025 Onde: Hotel Senac Barreira Roxa – Natal–RN Realização: Somos Um, Pacto Global – Rede Brasil, Sebrae-RN e Centro Sebrae de Sustentabilidade. Mais informações no site www.conexaoods.com.br e instagram @conexaoods
Com apenas 8 mm de chuvas em julho, Rio Acre está a 30 centímetros da cota histórica na capital image Sem chuvas, Rio Acre está prestes a alcançar a menor cota histórica em menos de 1 ano Durante o mês de julho, a capital Rio Branco registrou apenas 8 milímetros de chuvas. Com a seca aumentando, o nível do Rio Acre está a apenas 30 centímetros do menor nível já registrado: 1,23 metro. A pior cota da história foi alcançada em setembro do ano passado. Nesta segunda-feira (4), o manancial marcou 1,53 centímetros. Segundo a Defesa Civil Municipal, há risco de o rio voltar a esse nível ou até ficar mais baixo em menos de um ano. Desde 3 de junho, o Rio Acre está com menos de 3 metros de profundidade e quase não teve variações. 📲 Baixe o app do g1 para ver notícias do AC em tempo real e de graça Com a situação se agravando, a prefeitura deve decretar situação de emergência. A informação foi confirmada pelo coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão. ''Mesmo sem faltar água de forma grave na cidade, estamos cientes de que isso pode acontecer. Por isso decidimos antecipar o decreto para esta terça-feira (5). Na zona rural a situação já é crítica'', explicou o coronel. Rio Acre está a 30 centímetros da menor cota já registrada Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco Ainda conforme a Defesa Civil, o volume registtado em julho é equivalente a um único dia de chuva. Isso representa menos de 30% da média histórica para o mês, que é de 29,3 milímetros. ''O cenário é de agravamento. Não trabalhamos mais com estiagem, já é seca. A situação está crítica e o decreto vai abranger todos os bairros de Rio Branco e 72 comunidades dazona Rural'', disse o coordenador da Defesa Civil. A Defesa Civil considera chuvas significativas aquelas com mais de 30 milímetros. Isso é ainda mais importante nesta época do ano, quando o solo seco absorve pouca água. ''Temos fatores suficientes [para nos preocupar]: muitos dias sem chuvas, altas temperaturas, umidade do ar em queda e qualidade do ar ruim. Produtores rurais, piscicultores e toda a cadeia da bacia leiteira estão no prejuízo. Precisamos agir rápido'', destacou. LEIA MAIS: Sem chuvas em Rio Branco, moradores de comunidades rurais recebem água em caminhões-pipa Com mais de 64% do território em situação de seca, autoridades do AC avaliam estratégia para amenizar prejuízos Por falta de chuvas, produtores rurais enfrentam dificuldades para escoar a produção de bananas em Rio Branco: 'Muito prejuízo' Prevenção e queimadas O coronel informou que dois planos de contigência estão em andamento. Um é para lidar com a falta de água. O outro é para controlar as queimadas. Ele disse também que a qualidade do ar já piorou. Mas, segundo o coordenadro, ainda não está como em 2024, quando a fumaça tomou conta da cidade por semanas. ''Estamos fazendo todos os esforços para que não aconteça o que tivemos anos passado'', concluiu. Rio Acre alcançou 15,88 metros em março deste ano; quatro meses depois, manancial está a apenas 30 centímetros da menor cota da história Initial plugin text Seca Saulo Aires de Souza, especialista em regulação de recursos hídricos e saneamento básico da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), explicou que a atmosfera funciona como um reservatório. Por conta do aquecimento global, que eleva a temperatura na Terra, esses "reservatórios" aumentam a capacidade de armazenar vapor d'água e quando enchem, ocorre o fenômeno da chuva que, nesse caso, costuma ser mais intensa na forma de tempestades. Foi isto que aconteceu na última segunda (28), única chuva do mês. "A água não infiltra e, em um determinado momento, começa a diminuir a alimentação do lençol freático, e o rio vai ficar mais vulnerável quando ficar submetido a períodos mais secos, porque a parcela da água que deveria infiltrar e, nos períodos secos, alimentar os rios, não infiltra, vai embora escoando", destacou. Esta irregularidade na quantidade de chuvas faz com que aumente a frequência de secas e de cheias. Abastecimento O Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre (Saneacre) e o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco(Saerb) já estão atuando nas comunidades mais distantes da cidade. Esses locais são abastecidos por poços artesianos. O Saneacre atende 21 municípios do Acre, e o Saerb é responsável por Rio Branco. Operação Estiagem iniciou em julho em Rio Branco Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco Em Rio Branco, está em andamento a Operação Estiagem, que leva água para comunidades rurais. Com a seca, algumas famílias precisam contratar caminhões-pipa, mas o serviço é caro e pode demorar. A operação começou em 7 de julho e deve continuar até dezembro. Além de levar água, a Defesa Civil também avalia os prejuízos na agricultura, piscicultura e produção de leite. Segundo o tenente-coronel Cláudio Falcão, o objetivo é pedir ajuda humanitária para os produtores rurais, principalmente os da agricultura familiar, que estão tendo grandes perdas. VÍDEOS: g1
Ceratocone: conheça causas, sintomas e tratamentos da doença na córnea que pode afetar adolescentes e ser motivo de transplante image Córnea que se projeta para fora é um sinal do ceratocone. TV Globo/Reprodução Visão embaçada ou distorcida, coceira forte nos olhos, dor de cabeça e, às vezes, aumento no astigmatismo. Os sintomas, quando separados, são geralmente considerados comuns à população, mas, quando combinados, existe a chance de ser um diagnóstico positivo para o ceratocone. A doença, que atinge uma pequena parcela da população - cerca de 54 a cada 100 mil pessoas - afeta a córnea, conhecida como a estrutura transparente do olho, de forma direta. Com o passar do tempo, o órgão vai ficando cada vez mais fino e, consequentemente, adquirindo um formato de cone. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp O oftalmologista Diógenes Caldeira, de Sorocaba (SP), explica que, na maioria das vezes, os primeiros sintomas da doença surgem ainda na adolescência, sendo também comum o diagnóstico no início da vida adulta. "A doença é relacionada à córnea, que recobre a parte da frente dos olhos. Ela não é contagiosa, e sim genética com predisposições causadas por fatores externos e ambientais, como o hábito frequente de coçar os olhos, geralmente associado a alergias oculares", diz. Ao g1, o profissional, que é especialista em cirurgia plástica ocular, afirma que, dependendo do caso, a intensidade do ceratocone pode variar e, consequentemente, o seu tratamento também. "A gravidade do ceratocone depende do grau de afinamento e deformação da córnea. Nos casos leves, muitas vezes é possível corrigir a visão apenas com óculos ou lentes de contato especiais. Nos casos moderados a graves, a distorção é maior e pode ser necessária intervenção cirúrgica ou até mesmo um transplante", conta. Diógenes é coordenador do pronto-socorro oftalmológico do BOS Banco de Olhos de Sorocaba/Divulgação "Me lembro de um adolescente que chegou com ceratocone avançado nos dois olhos, com muita dificuldade de enxergar e com a rotina escolar comprometida. Conseguimos estabilizar a doença com crosslinking - procedimento que fortalece as fibras de colágeno da córnea - e um transplante de espessura parcial, que permite menores taxas de rejeição. Foi um sucesso, a diferença no dia a dia é nítida", complementa. Além da especialidade, Diógenes é coordenador do pronto-socorro oftalmológico do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS). O local é considerado referência nacional para tratamentos de problemas envolvendo a visão e, de acordo com ele, isso se deve ao êxito na captação de córneas. "O banco fez com que a distribuição desse tecido para todo o interior do estado fosse maior. Isso ajudou na rapidez dos transplantes e, com essa evolução, conseguimos desenvolver tecnologias que ajudassem no tratamento de doenças diversas envolvendo a córnea, como o crosslinking e o transplante com a técnica mais atual possível", comenta. O médico ainda pontua que, mesmo com a predisposição genética, há métodos de prevenção. Entre elas, está o diagnóstico precoce e a realização de exames oculares com uma certa frequência, impedindo que o ceratocone atinja estágios mais avançados. "A principal forma de prevenção é controlar alergias, evitar coçar os olhos e realizar consultas oftalmológicas periódicas, especialmente se houver histórico familiar da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e impedir a progressão do ceratocone", destaca. "O ceratocone é uma doença que pode ser controlada se diagnosticada a tempo. A conscientização sobre a doença é essencial para garantir um futuro visual saudável para muitas pessoas. No BOS, discutiremos em breve as novidades no tratamento das doenças da córnea em um simpósio", completa. Dependendo do caso, ceratocone pode ser motivo de transplante Divulgação Tratamento desde 2010 Rosana Rozendo é de Salto (SP) e, desde 2010, leva o filho para tratar o ceratocone no BOS. Ela conta que, antes do diagnóstico, o então adolescente sentiu uma forte coceira nos olhos por meses. "Na época, ele sentia muita coceira no olho. Ele praticava natação e, por conta disso, nós achávamos que o sintoma era causado pelo ozônio que usavam para tratar a piscina. O olho ficava extremamente vermelho e o Guilherme coçava os olhos até quando dormia", lembra. Ao levar o filho no hospital, Rosana revela que passou por três unidades diferentes. Em uma das consultas, o médico disse apenas que "o menino sentia vontade de usar óculos". "Diziam que era manha e que ele só queria usar óculos. Só depois de um tempo veio o diagnóstico do ceratocone e disseram que ele precisava de uma lente de contato rígida, mas não conseguia usar de jeito nenhum porque machucava. Em um período de seis meses, encaminharam ele ao BOS", relata. Guilherme foi diagnosticado com ceratocone em 2010 Arquivo pessoal "Era muito difícil conseguir tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na época. Era um tratamento caro e meu marido dizia que teríamos que vender até a casa para conseguirmos algo para o Guilherme. Os médicos também não conseguiam entender muito bem, já que uma hora o exame dele tinha resultados ruins, outra hora eram bons", complementa. A mãe diz que, apesar da doença já estar relativamente avançada, Guilherme enxergava bem em comparação aos demais. Como continuidade do tratamento, os médicos decidiram pelo crosslinking em ambos os olhos - e o resultado foi positivo. "O ceratocone dele era tão avançado que não dava nem para saber o motivo dele conseguir enxergar. O procedimento fez com que melhorasse ainda mais e a necessidade de transplante foi descartada e ele se trata até hoje no mesmo local. Nós devemos muito a eles", celebra. Confira outros destaques do g1 g1 em 1 minuto: suspeito confessa ter matado estudante trans da Unesp *Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
Incêndio na Serra da Calçada continua e bombeiros retomam combate image Incêndio na Serra da Calçada continua e bombeiros retomam combate A Serra da Calçada, em Brumadinho, segue pegando fogo, nesta segunda-feira (4). O Corpo de Bombeiros retomou o combate por volta de 05:30. A área é de difícil acesso e por isso o trabalho noturno precisou ser interrompido. Segundo o último levantamento divulgado, são três frentes de fogo ativas. Uma delas se aproxima da região de Catarina e a tendência é que o fogo perca força próximo da área de mata. Uma segunda segue em direção a uma área queimada anteriormente e por isso já existe uma barreira formada naturalmente. E a última está próxima a um condomínio, com possibilidade de se aproximar das casas se avançar muito. Os bombeiros permanecem monitorando essa frente. Todas as medidas preventivas para a área residencial foram tomadas. O último incêndio Em março deste ano, a Serra da Calçada foi alvo de incêndio. A ocorrência mobilizou 14 militares do Corpo de Bombeiros, 15 brigadistas, dois policiais civis em aeronave e cinco funcionários da Copasa. As equipes atuaram no combate às chamas e no monitoramento da área até o dia seguinte. A extensão da área queimada não foi divulgada. A causa do incêndio também não foi informada. Militar em combate ao incêndio na Serra da Calçada, neste domingo (3). Corpo de Bombeiros LEIA TAMBÉM Incêndio consome vegetação da Serra da Calçada, na Grande BH; VÍDEO Os vídeos mais vistos do g1 Minas:
Surf Inclusivo oferece aulas adaptadas para pessoas com deficiência em São Vicente entre 9 e 65 anos image Projeto Surf Inclusivo oferece aulas gratuitas para pessoas com deficiência na Praia do Itararé, em São Vicente, SP. Divulgação/Prefeitura de São Vicente A cidade de São Vicente, no litoral de São Paulo, tem sido palco de uma iniciativa que visa ampliar o acesso ao esporte e à praia para pessoas com deficiência. Trata-se do Surf Inclusivo, projeto desenvolvido pela Associação Socioeducativa de Esporte e Lazer (ASEL) com apoio da prefeitura municipal. A iniciativa, que acontece na Escola de Surf Radical, atende pessoas com deficiência física, visual, auditiva, intelectual ou múltipla, com idades entre 9 e 65 anos. As aulas são conduzidas por uma equipe especializada e contam com reconhecimento da Federação de Surf do Estado de São Paulo. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. O coordenador do projeto, Hélio Willian, conhecido como Mad, explicou que muitos integrantes do projeto nunca tiveram contato com o mar antes de conhecerem a ação. "A ideia é oferecer essa oportunidade, respeitando o ritmo de cada um. Às vezes, só de encostar o pé na água já muda tudo. O surfe é o meio, mas o que a gente promove é um momento que transforma vidas", afirmou por meio de nota divulgada pela prefeitura. Antes de praticar, os alunos passam por uma avaliação no Clube Ilha Porchat com uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde. As aulas começam na areia, com instruções básicas. Equipamentos adaptados Segundo a prefeitura, o projeto utiliza pranchas maiores que as convencionais e uma estrutura semelhante a um cockpit (espécie de assento usado por pilotos de avião), feita com fibra de vidro e poliuretano, o mesmo material utilizado em pranchas profissionais. O equipamento garante mais estabilidade e segurança para pessoas com limitações. A prancha adaptada surgiu após um acidente sofrido por Taiu Bueno, surfista campeão de Big Rider (especialista em ondas grandes), que ficou tetraplégico após um acidente no mar em 1991. Durante uma brincadeira, Taiu foi colocado no mar com parte de uma prancha adaptada, que inspirou o desenvolvimento do equipamento adaptado. O modelo atual foi criado por Alexandre Passos, e permite que o aluno entre no mar sem cinto de segurança e permaneça seguro. O equipamento é disponibilizado gratuitamente durante as aulas, que são conduzidas pelo professor Rodney Costa, presente no projeto desde o início. Projeto Surf Inclusivo oferece aulas gratuitas para pessoas com deficiência na Praia do Itararé, em São Vicente, SP. Divulgação/Prefeitura de Santos Como participar As inscrições para o Surf Inclusivo estão abertas de forma contínua e gratuita. Para participar, é necessário acessar o site do Sympla e preencher o formulário disponível. Após o cadastro, o aluno é agendado para avaliação e inserido nas aulas conforme disponibilidade. A cidade também conta com a Escola Radical de Surfe, voltada para crianças e adolescentes de 7 a 17 anos. As inscrições podem ser feitas pelo Instagram oficial @escoladesurfradical ou presencialmente na tenda do projeto, localizada na Praia do Itararé. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos