Festival de cinema apresenta filmes com foco na Amazônia a partir de segunda-feira (14) em Cuiabá <img src="https://s2-g1.glbimg.com/CJCUhtkb_nXQdNg67EB-Tc_LD4Q=/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/P/v/tk4KWpSceFdXVGClLirw/4772c353e5fa3c177d0fd0c0091dae8445953f51.jpeg"/> As atividades acontecem no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) até o dia 20 de julho com programação para todas as idades. UFMT Ascom A 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (Cinemato) começa nesta segunda-feira (14), com uma programação gratuita e de valorização do cinema amazônico. Serão exibidos 62 filmes, entre longas e curtas-metragens, de 18 estados brasileiros. As atividades acontecem no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) até o dia 20 de julho com programação para todas as idades. ☑️ Clique aqui e siga o perfil da TV Centro América no Instagram ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp Com o tema “Decolonizando a Amazônia”, o festival presta tributo ao cineasta Silvino Santos (1886–1970), considerado um dos pioneiros do audiovisual na região. A abertura oficial contará com a exibição restaurada do documentário “Amazonas, o Maior Rio do Mundo” (1918), que será acompanhada por trilha sonora ao vivo. O filme, um marco do cinema, traz registros históricos da vida ribeirinha e da floresta no início do século XX, as imagens foram consideradas perdidas por quase um século. A sessão marcará o início das homenagens ao cineasta, responsável por dirigir outros clássicos como “No Paiz das Amazonas” (1921). A Mostra Competitiva reúne 21 obras, que disputam o troféu Coxiponé entre seis longas e quinze curtas, com narrativas com vozes tradicionais e que demonstram as relações com tema Amazônia. Longas selecionados: “Mawé” (AM), “Pedra Vermelha” (SC), “Kopenawa: Sonhar a Terra‑Floresta” (RJ) e “O Silêncio das Ostras” (MG); Já a mostra de curtas inclui 15 produções de estados como Mato Grosso, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com títulos como “Maira Porongyta”, “Dandara” e “O Enegrecer de Iemanjá” e muitos outros. O evento também apresenta uma Mostra Hors Concours, com filmes premiados em outras edições e festivais e uma série de atividades como seminários, oficinas e rodas de conversa com especialistas e profissionais do audiovisual. A atriz cuiabana Dira Paes estará presente para entregar o prêmio que leva seu nome, concedido a uma personagem feminina de destaque e engajada em causas socioambientais. Os ingressos podem ser retirados via site oficial, é recomendada a chegada com uma hora de antecedência. Realizado desde 1993, o Cinemato desta edição bateu recorde de inscrições, foram 458 filmes enviados em apenas nove dias. Banner festival de 2025 Reprodução
Testemunhas impedem roubo e imobilizam homem que atacou pedestre a caminho do mercado em Uberlândia image Mulher chegou a ser agredida e teve a bolsa puxada durante a tentativa de roubo. Prisão ocorreu no Bairro Santa Mônica neste sábado (12). PM foi chamada e prendeu suspeito após ataque à mulher no Bairro Santa Mônica Redes sociais/Reprodução Um homem foi preso na manhã deste sábado (12) após tentar roubar o celular de uma pedestre no Bairro Santa Mônica, em Uberlândia. Segundo a Polícia Militar (PM), ele simulou estar armado e agrediu a vítima durante o assalto. ➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no Instagram Motoristas e pedestres que presenciaram o crime conseguiram conter o homem até a chegada da polícia. A vítima relatou à PM que seguia para um supermercado na região quando percebeu que estava sendo seguida pelo suspeito. Ele ordenou que ela entregasse o celular e colocou a mão no bolso, simulando portar uma arma de fogo. Em seguida, ele atacou a vítima e a agrediu tentando puxar a bolsa. Nesse momento, as testemunhas gritaram para que ele soltasse a mulher. O homem então se assustou e saiu correndo, sendo contido pelas testemunhas na Rua Maria Dória da Cunha. Ele foi preso em flagrante por tentativa de roubo. A Polícia Militar o levou para atendimento médico em uma unidade de saúde, conforme procedimento padrão. Depois, ele seria encaminhado para a Delegacia de Plantão da Polícia Civil Leia também: Grupo embriagava vítimas até desmaiarem para roubar celulares Diarista indiciada por furto de R$ 700 mil em bens de patroa tentou despistar o crime Funcionário furta lanchonete e é identificado após anunciar produtos nas redes sociais Uberlândia registra mais de 200 roubos 📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas
Mulher é atingida por azulejo durante ataque a ônibus no litoral de SP; VÍDEO image Testemunha diz que objeto foi atirado por jovens do lado de fora do veículo em São Vicente (SP). Mulher é atingida por azulejo no rosto em ônibus no litoral de SP Uma mulher foi atingida no rosto por um azulejo atirado em um ônibus neste sábado (12), em São Vicente, no litoral de São Paulo. Imagens obtidas pelo g1 mostram a vítima sangrando e uma janela quebrada (assista acima). Ninguém foi detido. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O caso aconteceu na Avenida Vereadora Angelina Pretti da Silva, no bairro Jardim Irmã Dolores, por volta das 14h. Segundo Eline Lira de Jesus Dias Vaz, que testemunhou o ocorrido e registrou as imagens, a vítima não quis ir ao hospital. "Um pedaço de azulejo foi atirado contra o ônibus e quebrou na segunda cadeira, onde fica [o assento] preferencial. Graças a Deus ninguém se feriu gravemente, mas uma senhora que estava atrás de mim sofreu um corte", relatou Eline. Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que detalhes sobre o caso devem obtidos com as autoridades policiais. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que apura o ocorrido. Mulher é atingida por azulejo no rosto durante ataque a ônibus em São Vicente (SP) Eline Lira de Jesus Dias Vaz Susto Segundo a testemunha, o azulejo foi atirado por dois jovens do lado de fora do ônibus. Após o susto por conta do barulho da janela se quebrando, os passageiros perceberam o machucado no rosto da vítima. "Quando olhamos para o rosto dela, estava todo cheio de sangue. Foi muito assustador", disse Eline. Ataque em Guarujá Horas antes, outro ataque aconteceu na Baixada Santista. A City Transportes, concessionária responsável pelo transporte público de Guarujá (SP), informou que um ônibus da linha 38 foi alvo de vandalismo enquanto passava pela Vila Zilda na madrugada deste sábado (12). Ninguém se feriu. Segundo a concessionária, um "pequeno grupo de menores atirou uma pedra contra o veículo, atingindo a porta dianteira e quebrando os vidros". De acordo com a City Transportes, o veículo seguiu até o final da viagem e foi recolhido para manutenção. A porta danificada foi reparada e o ônibus já retornou à operação normal. "A empresa reforça que se trata de um caso isolado, sem registro de outras ocorrências semelhantes na região ou em outras linhas. A CITY lamenta o episódio e reafirma seu compromisso com a segurança de passageiros e colaboradores", concluiu a concessionária, por meio de nota. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Rua Mais Feliz acontece neste domingo no Parque Centenário image A programação começa às 10h e vai até as 15h. Além das programação para o público infantil, as secretarias da cidade vão oferecer serviços para os moradores. Parque Centenário recebe o projeto Rua Mais Feliz neste domingo (13) Divulgação / PMMC Com atrações para crianças e adultos, o projeto Rua Mais Feliz acontece neste domingo (13), no Parque Centenário, em Mogi das Cruzes. A programação começa às 10h e vai até as 15h. As crianças que participarem poderão utilizar brinquedos infláveis, pula-pula, piscina de bolinhas, piscina seca de futebol, tobogã, pintura facial e participarão de contação de histórias. ✅ Clique para seguir o canal do g1 Mogi das Cruzes e Suzano no WhatsApp Durante o dia também acontecem atrações esportivas e artísticas. Como oficinas de boxe, taekwondo, voleibol, futebol, basquete, xadrez, dama, dominó e concursos de dança e embaixadinhas. Esta edição do projeto conta com apresentações musicais e do canil da Guarda Civil Municipal (GCM). Além da programação infantil, os visitantes vão poder se vacinar, realizar avaliações odontológicas, testar para infecções sexualmente transmissíveis, receberem kits de escovação dental e orientação nutricional. A Secretaria de Assistência Social vai realizar um plantão de orientações sobre o Cadastro Único, Bolsa Família e outros projetos governamentais. A prefeitura informou que, a partir das 11h, o parque vai disponibilizar um estacionamento gratuito a mais para os visitantes do evento. O Parque Centenário está localizado na avenida Francisco Rodrigues Filho, em Cesar de Sousa. O estacionamento adicional também fica na mesma avenida, no número 3500. Leia também Festival de Inverno começa nesta sexta-feira em Mogi das Cruzes com atrações gratuitas Veja tudo sobre o Alto Tietê
Conselho Regional de Odontologia investiga dentista após suspeita de contaminação por toxina botulínica em clínica de Três Pontas, MG image Nove pacientes apresentaram sintomas compatíveis com botulismo após aplicação da substância; dois seguem internados, um em estado grave. Caso mobiliza autoridades sanitárias e é investigado pela Polícia Civil. Casos de botulismo: Conselho Regional de Odontologia deve apurar conduta de dentista O Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) abriu uma investigação para apurar a conduta do cirurgião-dentista Rodrigo Lucarini, suspeito de ter causado a contaminação de pacientes por toxina botulínica em uma clínica de estética localizada no bairro Botafogo, em Três Pontas (MG). 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp De acordo com o CRO-MG, a fiscalização do conselho foi acionada e uma equipe será enviada à cidade para realizar apurações. A entidade afirmou que, caso sejam comprovadas violações aos preceitos éticos da profissão, um processo disciplinar poderá ser instaurado contra o profissional. O caso começou a chamar atenção após nove pacientes apresentarem sintomas compatíveis com botulismo após passarem por um procedimento estético que utilizava a toxina botulínica. Sete dessas pessoas procuraram o pronto-socorro de Três Pontas, foram medicadas e receberam alta. Duas permanecem internadas na Santa Casa da cidade, sendo que uma delas está em estado grave na UTI. O caso também é alvo de investigação da Polícia Civil, que já instaurou inquérito e deverá ouvir os envolvidos na próxima semana. Além disso, a ocorrência está sendo monitorada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo Ministério da Saúde e pela Vigilância Sanitária municipal. Clínica de dentista que fez aplicações em Três Pontas foi interditada em Pouso Alegre Reprodução EPTV Botulismo iatrogênico Em entrevista à EPTV, afiliada à Rede Globo (veja o vídeo no início da matéria), o médico infectologista Luiz Carlos Coelho explicou que, neste caso, há indícios de botulismo iatrogênico, que é o tipo de contaminação causada por erro ou má aplicação da toxina botulínica em procedimentos médicos ou estéticos. A toxina botulínica é uma substância proteica produzida a partir da bactéria Clostridium botulinum, e pode ser utilizada para fins terapêuticos e estéticos, desde que seja em condições seguras e por profissionais capacitados. No entanto, segundo o especialista, o uso de produto falsificado, adulterado ou de má qualidade, além da má técnica, pode provocar graves reações adversas. “É uma doença rara, mas extremamente grave. O botulismo pode causar paralisia muscular progressiva, afetando inclusive a musculatura respiratória, e levar à morte”, explicou o médico. Os sintomas iniciais incluem boca seca, dificuldade para falar, voz arrastada, visão dupla ou turva, queda das pálpebras e fraqueza muscular, que pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória. Tratamento e prevenção De acordo com o infectologista, ao notar os primeiros sintomas, o paciente deve procurar imediatamente um serviço de emergência. O tratamento consiste na administração de soro antitoxina botulínica, que pode impedir o avanço da doença se aplicado precocemente. O especialista também alertou para a importância de verificar a procedência dos produtos utilizados em procedimentos estéticos e de buscar sempre profissionais habilitados, com registro em conselhos de classe e experiência comprovada. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
Desembargadora aposentada compulsoriamente é investigada por agir com omissão em ação de usucapião que envolve fazenda image Cassinelza da Costa Santos Lopes, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), estava longe das funções desde o início do ano. Desembargadora Cassinelza da Costa Santos Lopes Reprodução/Redes Sociais A desembargadora Cassinelza da Costa Santos Lopes, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), aposentada compulsoriamente do cargo, foi afastada do cargo em março deste ano, após uma investigação sobre a relação dela em desdobramentos da Operação Faroeste. Em 2019, ela ainda atuava como juíza e assumiu o cargo temporariamente após o afastamento do desembargador José Olegário Monção - um dos investigados na operação. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cassinelza agiu com omissão em uma ação de usucapião (aquisição após posse prolongada) que envolve uma fazenda do oeste da Bahia. O órgão aponta ainda "violação de deveres de independência, imparcialidade, integridade e cautela" na conduta. Na quinta-feira (10), a desembargadora foi aposentada compulsoriamente do cargo. A decisão foi publicada no Diário Oficial do órgão de sexta (11), mesmo dia em que a medida entrou em vigor. No entanto, o motivo da aposentadoria e o valor que ela passará a receber não foram divulgados pelo TJ-BA. Aposentadoria compulsória de Cassinelza da Costa Santos Lopes Reprodução Trajetória Com 39 anos de carreira na magistratura, a desembargadora Cassinelza da Costa dos Santos Lopes iniciou trajetória como juíza substituta no ano de 1986, na Comarca de Central. Promovida para a 2ª entrância em 1987, passou a atuar na Comarca de Tucano. Em 1990, foi promovida para a Comarca de Euclides da Cunha, onde ficou até o ano de 2000, quando foi promovida para a Comarca de Salvador, titularizando-se na 9ª Vara de Família, Sucessões, Órfãos e Interditos e Ausentes. Lá, ela permaneceu por cerca de 15 anos. Somente em 2022, tomou posse no cargo de desembargadora do TJ-BA, atuando a 3ª Câmara Cível. Entenda Operação Faroeste A investigação da Operação Faroeste aponta a existência de um suposto esquema de venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores da Bahia, com a participação de membros de outros poderes, que operavam a blindagem institucional da fraude. A primeira fase foi iniciada em novembro de 2019, com a prisão de quatro advogados, e o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de seis magistrados. Outra desembargadora do TJ-BA, Maria do Socorro Barreto Santiago, foi presa no mesmo mês. 📲 Clique aqui e siga o perfil do g1 Bahia no Instagram Na época, a Polícia Federal (PF) informou que ela estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. O esquema, segundo a denúncia, consistia na legalização de terras griladas no oeste do estado. A organização criminosa investigada contava ainda com laranjas e empresas para dissimular os benefícios obtidos ilicitamente. Há suspeitas de que a área objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na dinâmica ilícita tenha movimentado cifras bilionárias. Ainda em novembro de 2019, a PF prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio. Em março de 2020, em outra fase da operação, a desembargadora Sandra Inês também foi presa. No mês seguinte, ela foi exonerada do cargo de Supervisora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec). Já em junho de 2021, foi preso em Barreiras um homem suspeito de pedir propinas em nome do juiz Sérgio Humberto, investigado na operação. Ainda em junho, um agricultor que denunciou esquema de grilagem na Operação Faroeste foi assassinado na mesma cidade. No dia 22 do mesmo mês, o STJ revogou prisão da desembargadora Lígia Ramos. Em 24 de junho, o STJ determinou a manutenção da prisão de desembargadora Ilona Reis, após pedido da Procuradoria Geral da República. Em outubro, Maria do Socorro também teve prisão revogada. LEIA MAIS: Operação Faroeste: Justiça da Bahia aposenta desembargador investigado por suposto esquema de venda de sentenças Juízes são convocados pelo TJ-BA para substituir desembargadores que foram afastados por suspeita de venda de sentenças Presidente do TJ da Bahia e mais 5 magistrados são afastados por suspeita de venda de sentenças STJ prorroga o afastamento de desembargadores e juízes investigados na Operação Faroeste Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻
Acidente de trânsito deixa ao menos dois feridos na Zona Leste de Manaus image Colisão entre carro e caminhão ocorreu na tarde deste sábado (12), em frente ao Residencial Lula. Ao menos duas pessoas ficam feridas em acidente entre carro e caminhão em Manaus Um acidente de trânsito envolvendo um carro deixou ao menos duas pessoas feridas, na tarde deste sábado (12), em frente ao Residencial Lula, na Zona Leste de Manaus. ​​📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp *Reportagem está em atualização. Acidente ocorreu no início da tarde deste sábado (12), na Zona Leste de Manaus. Karla Melo/Rede Amazônica
Fungos mortais estão se multiplicando — podemos impedir o surgimento de novas ameaças? image BBC conversou com cientistas que estão na corrida para desenvolver novos tratamentos contra doenças causadas por fungos, que são cada vez mais comuns e perigosas. Fungo da espécie Aspergillus g1 As mudanças climáticas costumam ser associadas a incêndios florestais, enchentes e danos a construções e à agricultura. Mas o aumento das temperaturas também faz com que as doenças fúngicas consigam se espalhar para partes do planeta que, antes, eram frias demais para a sobrevivência dos fungos. Pesquisas recentes realizadas pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, indicam que um fungo mortal que afeta milhões de pessoas por ano em países mais quentes logo poderá se propagar pela Europa, com o contínuo aquecimento do planeta. Trata-se de uma espécie do gênero Aspergillus que pode causar infecções pulmonares mortais. Estima-se que ele seja responsável pela morte de cerca de 1,8 milhão de pessoas por ano, em todo o mundo — e a previsão é que ele se propague da África e da América do Sul em direção ao norte. O alerta coincide com a recente série de ficção científica The Last of Us (2023-2025). A produção, baseada em um jogo de videogame homônimo, mostra um fungo terrível que altera o cérebro humano e dizima grande parte da população mundial. A série exagera enormemente este risco, mas ainda existem receios muito reais sobre o aumento das doenças causadas por fungos, segundo a professora de Doenças Infecciosas Pediátricas Adilia Warris, da Universidade de Exeter, no Reino Unido. "As doenças fúngicas podem variar de enfermidades leves e irritantes, como a frieira... até infecções possivelmente mortais, que atingem a corrente sanguínea ou o cérebro, o que pode ser fatal", explica a professora. Os pés são um bom abrigo para os fungos devido às rachaduras por onde as células fúngicas podem invadir a pele. É um ambiente escuro e úmido, especialmente com o uso de meias e sapatos. Mas um tipo diferente de fungo – os patógenos do mofo – representa outro problema quando aspirado pelos pulmões, especialmente se o nosso sistema imunológico já estiver debilitado. Esses fungos liberam esporos que podem germinar nas "estruturas em forma de pão" que crescem no tecido pulmonar, causando doenças, segundo Warris. O outro grupo importante de fungos já vive dentro de nós: as leveduras. O exemplo mais conhecido é Candida albicans, que faz parte da flora humana normal. "Você encontra esta levedura [em] muitas pessoas saudáveis no [seu] intestino", prossegue a professora, "e ela simplesmente ajuda a manter a saúde intestinal, ao lado de uma série de bactérias." Mas, se ela entrar na corrente sanguínea porque as defesas imunológicas da pessoa estão prejudicadas ou no caso de lesões dos órgãos, seja por traumas ou por procedimentos cirúrgicos, Warris explica que "o paciente irá desenvolver [algo comparável] ao que as bactérias podem fazer — uma septicemia [infecção generalizada], que é uma doença grave." Tempestade perfeita Muitos desses fungos já estão à nossa volta. A questão é por que eles passaram a representar mais problemas. A professora de Microbiologia Clínica Rita Oladele, da Universidade de Lagos, na Nigéria, afirma que deveríamos nos preocupar mais com as doenças fúngicas, principalmente depois da pandemia de covid-19. Ela explica que, com o aumento das temperaturas, surgiram patógenos emergentes. E os avanços médicos, com o consequente aumento da nossa expectativa de vida, também colaboram para isso. Afinal, existem mais pessoas vivendo por mais tempo com seu sistema imunológico comprometido. "Nós fazemos agora mais transplantes, e de praticamente qualquer órgão", prossegue a professora. "Você tem pacientes com câncer passando por quimioterapia. Tudo o que enfraquece o sistema imunológico [coloca] os pacientes em risco de infecções fúngicas." E pacientes que tomam esteroides por períodos mais longos para combater doenças também correm o risco de contrair infecções causadas por fungos. Oladele destaca que existe uma disparidade "significativa" entre o Norte e o Sul Global em relação à capacidade de diagnosticar e administrar adequadamente os pacientes com graves infecções fúngicas ou que correm o risco de contraí-las. Não se trata apenas dos locais onde a disponibilidade de diagnósticos é preocupante, mas também da disponibilidade e acessibilidade dos medicamentos antifúngicos. A professora explica que as infecções causadas por fungos certamente apresentam maior incidência em clima mais quente, especialmente em locais onde há muito mais pessoas infectadas com o HIV, que prejudica o sistema imunológico. E, "apesar da maior incidência desta doença no Sul Global, ela irá também levar à migração, já que as pessoas buscarão atendimento melhor em outros locais", ela acrescenta. A influência das mudanças climáticas Arturo Casadevall é professor de Microbiologia Molecular e Imunologia da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Ele afirma que, com o aquecimento global, as doenças fúngicas irão se propagar para locais onde, até agora, elas não foram encontradas. "Sabemos que a vida se adapta, a vida sobrevive, mas o receio é que, à medida que o mundo se aquece, muitos dos fungos causadores de doenças (por exemplo, em plantas e insetos, que são organismos que vivem à temperatura ambiente) conseguirão sobreviver em temperaturas mais altas", explica ele. "E, se isso acontecer, observaremos doenças fúngicas atualmente desconhecidas pela medicina." Além disso, "a umidade é um fator importante para os fungos... Os fungos precisam de muita água e se multiplicam em ambientes com alto teor de umidade." Mas as condições secas também afetam a proliferação dos fungos, segundo Casadevall. "Temos um fungo nos Estados Unidos, por exemplo, que causa uma doença conhecida como coccidioides immitis. Ele é encontrado no deserto, no sudoeste do país." "Mas, à medida que os desertos dos Estados Unidos se expandem, o habitat deste organismo também aumenta." "Por isso, acho que a umidade será uma variável importante e, como sabemos, ela sofre grande influência da temperatura do ar – e [ambas] serão afetadas pelas mudanças climáticas." A equipe do professor Casadevall vem conduzindo pesquisas em Baltimore, no Estado americano de Maryland. É lá que fica sediada a Universidade Johns Hopkins. Examinando diferentes áreas da cidade, eles tentam criar modelos que indiquem as alterações da área de incidência das doenças fúngicas. O estudo concluiu que os fungos da cidade já começaram a se adaptar ao novo clima, o que provavelmente está acontecendo em todo o mundo. "Estamos tentando compreender como isso acontece", afirma o professor. "Um bairro mais fresco é aquele em que, por exemplo, existem muitas árvores e grama, enquanto os bairros mais quentes são aqueles onde há poucas árvores e muito concreto. E as diferenças de temperatura podem ser significativas, de 4 ºC ou 5 ºC." Fungo da série The Last of Us pode afetar humanos e causar nova pandemia? Nossos corpos estão ficando mais frios Existe outra mudança de temperatura importante acontecendo, dentro do nosso corpo. No passado, o corpo humano era quente demais para o desenvolvimento adequado dos fungos. Mas, nas últimas décadas, ele passou a ser mais frio. "Estamos muito bem protegidos contra os fungos porque temos um sistema imunológico desenvolvido", pontua Casadevall. "Temos uma espinha dorsal e todos os animais com espinha dorsal possuem sistemas imunológicos avançados. Mas também temos alta temperatura, basicamente de 37ºC. O nosso corpo é tão quente que afasta a maioria das espécies de fungos." "É por isso que, quando as pessoas contraem doenças fúngicas, elas ocorrem na pele, como as doenças das unhas", explica o professor. "É uma área [do corpo] mais fresca." Mas Casadevall destaca que o nosso corpo tem hoje, em média, temperatura 1ºC mais baixa do que 100 anos atrás. E isso altera a nossa suscetibilidade às doenças fúngicas. "A medicina moderna curou muitas doenças [infecciosas] e, como vivemos em um ambiente mais limpo, nossos níveis de inflamação diminuíram. Por isso, nossas temperaturas também caíram", segundo ele. Ou seja, a nossa temperatura corporal, em média, é mais baixa do que um século atrás, pois hoje sofremos muito menos infecções que acionam o nosso sistema imunológico. E, paralelamente, o mundo está ficando mais quente. O combate Como podemos nos proteger? A classe de medicamentos antifúngicos mais usados hoje é a dos azóis. Eles funcionam interferindo no funcionamento e no crescimento das células fúngicas. Os azóis são empregados para tratar diversas infecções causadas por fungos e também são amplamente usados na agricultura para proteger a produção. O problema é que o uso excessivo dessas substâncias está contribuindo para selecionar fungos cada vez mais resistentes a elas. "Observamos o surgimento de resistência a estes compostos com muita rapidez", explica o professor de Doenças Fúngicas Michael Bromley, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. "E o motivo por que eles parecem desenvolver resistência é a presença de fungicidas no meio ambiente, devido ao uso dessas substâncias em produtos de proteção agrícola, para impedir que patógenos fúngicos infectem as plantas." Por isso, o uso disseminado de azóis na agricultura passou a ser considerado a causa de grande parte da resistência clínica dos fungos. O fungo Aspergillus é conhecido pelo seu impacto sobre a deterioração e decomposição de alimentos. Ele vive no solo e nas pilhas de compostagem. Bromley afirma que cerca de 10 mil toneladas de azóis fungicidas são pulverizadas na agricultura todos os anos, na União Europeia. A pulverização de grandes quantidades de fungicidas fez com que os organismos desenvolvessem a capacidade de enfrentar esses produtos. E, como estes azóis são similares aos empregados para o tratamento de doenças fúngicas em seres humanos, os hospitais também passaram a enfrentar a resistência dos fungos. Qual é a solução? Bromley destaca que algumas pessoas exigem a proibição do uso de fungicidas de azol na produção agrícola. Mas essa medida reduziria o rendimento das safras e, por consequência, a produção de gêneros alimentícios. Por isso, o professor pesquisa tratamentos alternativos. Ele conta que teve algum sucesso no desenvolvimento de novos compostos que alteram o DNA das células fúngicas, que acabam morrendo. Existe também uma outra técnica, que utiliza fosmanogepix — um agente antifúngico inovador, eficaz contra mofos e leveduras. Ele funciona de forma diferente dos outros tratamentos, desestabilizando os ganchos empregados pelas células fúngicas para movimentar as proteínas necessárias para sua sobrevivência. Bromley afirma que estas drogas ficarão disponíveis nos próximos anos. E existe ainda outra razão para termos otimismo. A aspergilose é uma das doenças fúngicas mais mortais para os seres humanos. Ela é transmitida à temperatura corporal. Estima-se que, anualmente, a aspergilose cause centenas de milhares de mortes em todo o mundo. Mas ela apresenta uma limitação importante. "Em doenças causadas por Aspergillus, não observamos a transmissão de um paciente para outro", segundo Bromley. "É muito raro. O que parece acontecer é que elas chegam a nós pelo ambiente." "Isso significa que, se pudermos interromper o surgimento de resistência no meio ambiente, existe uma real esperança de que algumas dessas drogas que estamos desenvolvendo possa ficar conosco por muito tempo." A crescente população mundial faz com que seja necessário usar fungicidas para proteger a produção agrícola. E este uso indiscriminado fez com que os fungos aprendessem como evitar os tratamentos. Por isso, precisamos de novos tratamentos — e alguns deles já começam a ser vislumbrados. A questão é se conseguiremos desenvolvê-los com a rapidez necessária.
Motorista de aplicativo pula de carro em movimento ao ser sequestrado por assaltantes no Recife image Francisco Joaquim teve veículo roubado no Curado, na Zona Oeste da cidade. Criminosos apontaram arma para cabeça da vítima, que tinha parado carro no acostamento. Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri) fica no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife Reprodução/TV Globo Um motorista de aplicativo pulou de um carro em movimento ao ser sequestrado por assaltantes na BR-408, no bairro do Curado, na Zona Oeste do Recife. Francisco Joaquim de Barros, que também é estudante de enfermagem, tinha estacionado o veículo porque precisava ir ao banheiro e foi abordado por criminosos armados, que o renderam. 📲 Siga o perfil do NE2 no Instagram O crime aconteceu na quinta-feira (10) e, neste sábado (12), a vítima conversou com o g1. O homem disse que estava indo para a casa da sogra, em Nazaré da Mata, quando sentiu vontade de ir ao banheiro. Entretanto, por perto, não tinha nenhum estabelecimento ou outro local que ele pudesse ir. Por isso, ele decidiu ir num matagal da BR-232. "Na emergência, parei no acostamento, e não tinha ninguém por perto. Parou um carro bem velho perto, e desceu um rapaz de mochila nas costas. Ele fingiu que também ia fazer necessidades e eu fui para o mato. Quando voltei, ele estava na mesma posição e o veículo em que ele estava tinha ido embora. Me apressei para entrar no meu carro e, quando abri a porta, ele me abordou", contou a vítima. O criminoso apontou a arma para a cabeça de Francisco Joaquim e mandou que ele entrasse no veículo. Depois, que passasse para o banco de trás do carro. "Fiquei sentado e ele disse que vinha um comparsa, depois, mandou eu deitar e colocar a camisa na cabeça. O outro chegou muito agressivo, apontando uma arma para a minha cabeça. Um deles ligou para alguém e, ao telefone, disse 'olha, já estou com o carro. Levo para onde?'. Eles perguntaram se o carro tinha seguro e rastreador e mandaram não mentir, porque para onde iam, tinha mecânico e iam descobrir", declarou. A vítima contou que não sabia onde estava, mas sentiu o carro reduzindo velocidade algumas vezes, e por isso decidiu se jogar. Com o impacto da queda, ele ficou com várias feridas no corpo. "Peguei na maçaneta e pulei. Ele chegou a frear, e eu senti o pneu traseiro perto da minha cabeça. Aí eu corri desesperado e eles seguiram na BR-408. Pedi ajuda a algumas pessoas e me mandaram ir para o quartel da Polícia Militar. Lá, uma policial ligou para o 190 e, no telefone, uma moça me orientou a ir na delegacia. Os PMs fizeram um curativo nos meus ferimentos e o meu primo fez um PIX para um deles, que me deu o dinheiro em espécie e pediu uma moto para que eu fosse prestar queixa", disse. Carro que foi roubado no Recife; dono pulou de veículo em movimento ao ser sequestrado Reprodução/WhatsApp Francisco Joaquim prestou queixa no Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil, em Afogados, na Zona Oeste da cidade. O caso é investigado pela corporação, que disse que abriu um inquérito sobre o fato. Desde então, a vítima tem circulado pela cidade com amigos tentando encontrar o carro. "O carro tem seguro, mas a seguradora tinha ficado de botar um rastreador e não fez, e eu tinha acabado de comprar. Tinha pago somente quatro parcelas. Estou sem ter como trabalhar, porque é com o carro que pago minha faculdade e sustento minha esposa e filhos", afirmou. Por que os crimes prescrevem? I g1 Explica VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias
Funk bruxaria, umbrellas e público de até 10 mil pessoas: conheça o 'baile privado' do interior de SP que conquista público no Brasil image Primeira edição da Submundo 808, em abril de 2023 em Campinas, reuniu cerca de 500 pessoas. Hoje, só no TikTok, festa acumula mais de 11,5 milhões de curtidas e soma 255 mil seguidores no Instagram. Festa Submundo privada em Campinas, no Interior de SP. Divulgação/ Submundo 808 A primeira edição da Submundo 808, realizada em abril de 2023 em Campinas (SP), reuniu cerca de 500 pessoas. Na época, os sete criadores não imaginavam que produziriam a mesma festa para um público estimado em 10 mil. O Dia Nacional do Funk é celebrado neste sábado (12), em homenagem ao Baile da Pesada, um evento que marcou a popularização do funk no Brasil. Apesar de acontecerem em épocas diferentes, a festa campineira ganhou o público - e viralizou nas redes - reproduzindo a estética de bailes funks de rua de SP. Com funk 'bruxaria' paulista, line-up underground, 'umbrellas' e uma estética semelhante ao que é visto nas ruas, a Submundo 808 angaria seguidores e fãs nas redes sociais: só no TikTok, a festa acumula mais de 11,5 milhões de curtidas e soma 255 mil seguidores no Instagram. O funk "bruxaria" pode ser considerado, atualmente, uma vertente mais experimental do funk — e bem mais grave. Geralmente é composta por um sample (um trecho de alguma música/produção já existente, mais aguda e robótica); um assovio (geralmente bem fino); e muitos elementos agudos e estourados. O g1 conversou com Vinicius Mariano, de 33 anos, e André Miquelotti (conhecido profissionalmente como DJ Tresk), de 31 anos, co-fundadores da festa. Apesar de ser um "baile privado", os jovens afirmam que mantém o compromisso com as causas sociais e identitárias do funk. Siga o g1 Campinas no Instagram 📲 Os sete fundadores nasceram e cresceram em periferias de Campinas. Durante a adolescência e início da juventude, os jovens frequentavam bailes funks da cidade, como o Baile do Ozipa e o Baile do Paiol. Vinicius e André explicam que as experiências com o funk na juventude foram a inspiração para a construção estética da Submundo 808. "Nossa ideia era criar uma festa que valorizasse a cultura do funk em todas as suas vertentes. Até por a gente consumir os bailes de rua, e as quermesses e comícios que tinha nos nossos bairros. A nossa criação veio muito a partir do que a gente já consumia e ouvia", diz Vinicius. Os produtores afirmam que a idealização da festa também surgiu de uma falta: todos cresceram sem acesso a eventos culturais e de entretenimento voltado para pessoas periféricas. "Eu queria oportunidade de ir na Submundo quando eu era mais novo. Infelizmente, a gente não teve essa oportunidade lá atrás, e isso é coisa que a gente queria ter tido. Tanto como espaço seguro, como um espaço para poder ser quem a gente é", explica André. Funk bruxaria, umbrellas e público de até 10 mil pessoas: conheça o 'baile privado' do interior de SP que conquista público no Brasil Júulios Mariano/@juulios Baile funk privado? A mesa do DJ no centro do público, a música extremamente alta e uma estética bem próxima do que vemos nas ruas: funk "bruxaria", line-up underground e muitas umbrellas pelo ar. Apesar da lista de semelhanças, uma diferença separa a Submundo do movimento dos bailes de funk: o QR Code da entrada. Enquanto os pancadões são abertos ao público, a Submundo 808 é um "baile funk privado". Os ingressos para a festa são vendidos em lotes, com preços médios entre R$ 50 e R$ 80 — valores que podem ser caros para quem não tem muito. Vinícius e André afirmam que os lotes promocionais das primeiras festas partiam de R$ 15, e que ainda procuram iniciar a venda da festa por um valor acessível. Contudo, a festa cresceu muito. Então, por maiores que sejam esses lotes, eles esgotam muito rápido. "O volume de procura, ele é muito alto, né? Mas em outro lado, a gente tem algumas outras iniciativas que a gente sempre achou importante desde o começo das primeiras festas, que a gente leva isso até hoje, como o lote social", diz Vinícius. Primeira edição da festa Submundo em SP. Divulgação/ Submundo 808 Para não afastar a periferia da festa, o grupo criou um ingresso social para quem comprovar estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico). Além disso, eles afirmam que também promovem o acesso através de iniciativas como a Lista Trans e VIP Aniversário, voltado para aniversariantes do mês. Mesmo com o preço salgado, o professor de música especialista em funk, Thiago de Souza, percebe que a periferia não se afastou da festa. "A molecada também precisa que outras camadas sociais acessem para ganhar dinheiro, para poder trabalhar. Também é muito perverso, é muito ruim a gente querer que a pessoa de periferia, de favela, fique só na favela, só na periferia", explica o professor. "O problema é o destino que isso pode ter. A chance de se elitizar, de se gourmetizar, é grande se a rapaziada não tomar um cuidado de sempre ter o compromisso de dialogar com as bases", finaliza Thiago. Compromisso com o funk Apesar de ser um "baile privado", os co-fundadores da festa afirmam que mantém o compromisso com as causas sociais e identitárias do funk. Temas como CPI dos Pancadões e acesso das periferias à cultura são pontos importantes para o grupo. "A gente tá passando por um momento muito delicado sobre CPI dos pancadões, e muitas outras coisas. E a gente sempre se preocupou muito de trazer essas coisas", explica André. A Submundo 808 ganhou notoriedade nas redes sociais no mesmo período em que o funk era alvo de tentativas de controle por parte do poder público, com projetos de lei discutidos no Congresso para restringir ou criminalizar manifestações culturais ligadas ao gênero musical. Desde fevereiro deste ano, um projeto de lei de autoria da vereadora Amanda Vettorazzo (União) discute a proibição shows em eventos com apoio do poder público de artistas que, segundo ela, fazem 'apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas'. O projeto de Lei na Câmara Municipal de São Paulo é chamado de "Lei Anti-Oruam". Além desse projeto mais midiático, também na capital, a "CPI dos Pancadões" investiga os bailes funks do município. Vou para Campinas! A Submundo ficou tão popular que passou a receber frequentadores em ônibus fretados vindos da capital. Os organizadores conseguiram encher casas em Brasília (DF) e São Paulo (SP). Nas redes sociais, o público pergunta aos produtores quando haverá uma edição em São Carlos (SP), Ribeirão Preto (SP) e... Lisboa, capital de Portugal. Funk bruxaria, umbrellas e público de até 10 mil pessoas: conheça o 'baile privado' do interior de SP que conquista público no Brasil Júulios Mariano/@juulios Apesar de viverem na zona leste da capital, os amigos Rodrigo Vasconcelos, de 24 anos, Gabriel Gaglioni, de 25 anos, Guilherme Augusto, de 21 anos, Paulo Roberto, de 26 anos, Arthur de Andrade, de 25 anos, frequentam religiosamente as edições da Submundo 808. O quinteto conheceu a festa pelas redes sociais, e, mesmo a quilômetros de distância, passaram a viajar para Campinas (e até Brasília) para curtir todas as edições. "O que chamou a nossa atenção para ir foi o jeito que eles faziam a festa. Era muito diferente do que a gente ia e frequentava aqui em São Paulo. A gente falou: "mano, a gente tem que ir lá, o rolê só vai ter de bruxaria". A gente foi, e está aí até hoje sem faltar uma", conta Guilherme Augusto. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas