Cidade mineira onde segundo maior diamante do Brasil foi encontrado é uma das quatro áreas produtoras do país
As outras três estão localizadas na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso. Apesar da exploração em quatro áreas diferentes, os dois maiores diamantes já encontrados no Brasil são da cidade localizada no Alto Paranaíba. Diamante encontrado em Coromandel se tornou o segundo maior achado no Brasil.
Reprodução/Redes Sociais
Coromandel, a cidade mineira onde o segundo maior diamante do Brasil foi encontrado é umas da quatro áreas produtoras de diamantes brutos em atividade no país, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). As outras três estão localizadas na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso.
Apesar da exploração em quatro áreas diferentes, os dois maiores diamantes já encontrados no Brasil são da cidade mineira. O maior, batizado de "Getúlio Vargas foi encontrado em 1938 e tinha 727 quilates, enquanto que o segundo, encontrado em maio, tem 646,78 quilates.
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Conforme a ANM, a mina localizada na Bahia é a maior da América Latina para extração de diamantes brutos. Já as áreas de garimpo de Coromandel, do Piauí e do Mato Grosso têm produção artesanal e são aluvionares, ou seja, em terrenos formados pela deposição de sedimentos pelos rios.
Outras duas áreas produtoras em Goiás e no Pará estão em processo de regularização das licenças ambientais e fora de atividade.
Ainda de acordo com a agência nacional reguladora, todas as áreas produtoras são vistoriadas semestralmente por técnicos das unidades regionais, para confirmação da origem dos diamantes.
Como o diamante se formou?
O diamante bruto de Coromandel se formou a partir de kimberlitos, rochas raras que se originam a partir do resfriamento lento do magma no interior da Terra. Segundo o geólogo da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Daniel Fernandes, a origem dessas pedras preciosas é dividida em dois tipos principais: primária e secundária, ambas ligadas a eventos naturais ocorridos há milhões de anos.
A chamada origem primária diz respeito à formação dos diamantes em kimberlitos, rochas raras que se formam a partir do resfriamento lento do magma no interior da Terra. Com o tempo, essas rochas se rompem e liberam diamantes, que são transportados para estruturas conhecidas como paleocanais, espécie de antigos leitos fluviais subterrâneos.
Esses paleocanais concentram os diamantes que, por sua vez, enriquecem o solo da região de forma natural. Esse processo é justamente o que torna Coromandel um dos pontos mais valiosos para a mineração de gemas no Brasil.
Já a origem secundária envolve a movimentação dos diamantes ao longo do tempo. Por estarem sujeitos a processos naturais como erosão e ação da água, essas pedras acabam "rolando" e se deslocando, o que dificulta sua localização precisa.
Diamante encontrado em Coromandel se tornou o segundo maior do Brasil
ANM/Divulgação
O diamante pode mudar de cor após lapidação?
Sim, durante o processo de lapidação do diamante ele pode mudar de cor. De acordo com o geólogo, os diamantes tem a composição formada de carbono. Quanto mais puro for o diamante, ou seja, quanto mais a composição for formada apenas por carbono, maior será a transparência e o valor.
Contudo, a pureza é algo extremamente rara na natureza porque pode ser que a gema seja contaminada pelos elementos químicos presentes ao redor.
"Existem casos em que a pedra é contaminada por nitrogênio, por exemplo, o que faz com que ela fique com esse aspecto amarronzado e amarelado. Por isso, esse diamante de Coromandel não é considerado tão valioso, uma vez que 95% dos diamantes são contaminados pelo nitrogênio e apresentam essa coloração", explicou o geólogo.
Além disso, os diamantes podem ter todas as cores do arco-íris, dependendo do elemento químico pelo qual ele é contaminado durante a formação. A cor pode variar, ainda, conforme as regiões brasileiras, uma vez que cada uma delas tem o solo rico em determinado elemento.
Segundo Daniel, ao longo da carreira profissional já observou diversos compradores que tiveram prejuízo ao comprarem um diamante e ele mudar de cor após a lapidação. O fenômeno ocorre porque grande parte das gemas apresenta uma capa de alteração hidrotermal, capa de cloritização ou outro nome a depender do elemento químico pelo qual a capa é formada.
Durante a lapidação essa capa é perdida e é quando o diamante pode mudar de cor, ficando branco ou amarelado.
"Por isso é importante que uma análise microscópica seja feita para saber se o diamante realmente apresenta determinada coloração ou se é apenas uma capa".
Logo, é a cor que determina o valor do diamante de acordo com a pureza, ou seja, quanto mais transparente for o diamante, mais caro ele será. A fluorescência da pedra também interfere na avaliação, uma vez que diamantes mais caros apresentam menor fluorescência.
"É através da fluorescência que conseguimos identificar as zonas de cor do diamante, porque há casos em que ele pode ter apenas uma cor ou até duas. Eu vejo muitos amadores tendo prejuízo com diamantes por conta dessas questões".
Exame de fluorescência mostra que pedras de menor valor tem maior fluorescência
Daniel Fernandes
Como é calculado o valor de um diamante?
Ainda conforme Daniel Fernandes, o primeiro fator considerado é peso em quilates. Depois, a transparência e a pureza também são fatores importantes, porque resultam em uma gema lapidada de alto valor. A cor também interfere diretamente, já que os diamantes existem em praticamente todas as cores do arco-íris, e algumas são mais valiosas que outras.
A pedra encontrada em Coromandel foi avaliada em R$ 16 milhões, segundo a prefeitura municipal, passou a ocupar o posto de segundo maior diamante já encontrado em território brasileiro com 646,78 quilates, segundo a ANM. Ela só é menor que o diamante "Getúlio Vargas" descoberto em 1938 e que tinha 727 quilates.
“No Brasil, não existe uma tabela oficial que defina seu valor, mas não há dúvidas de que se trata de uma gema extremamente rara. Fiquei muito feliz em ver o Brasil novamente em destaque. Isso cria esperança para todo garimpeiro que sonha encontrar uma pedra como essa”, ressaltou Daniel.
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As outras três estão localizadas na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso. Apesar da exploração em quatro áreas diferentes, os dois maiores diamantes já encontrados no Brasil são da cidade localizada no Alto Paranaíba. Diamante encontrado em Coromandel se tornou o segundo maior achado no Brasil.
Reprodução/Redes Sociais
Coromandel, a cidade mineira onde o segundo maior diamante do Brasil foi encontrado é umas da quatro áreas produtoras de diamantes brutos em atividade no país, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM). As outras três estão localizadas na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso.
Apesar da exploração em quatro áreas diferentes, os dois maiores diamantes já encontrados no Brasil são da cidade mineira. O maior, batizado de "Getúlio Vargas foi encontrado em 1938 e tinha 727 quilates, enquanto que o segundo, encontrado em maio, tem 646,78 quilates.
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Conforme a ANM, a mina localizada na Bahia é a maior da América Latina para extração de diamantes brutos. Já as áreas de garimpo de Coromandel, do Piauí e do Mato Grosso têm produção artesanal e são aluvionares, ou seja, em terrenos formados pela deposição de sedimentos pelos rios.
Outras duas áreas produtoras em Goiás e no Pará estão em processo de regularização das licenças ambientais e fora de atividade.
Ainda de acordo com a agência nacional reguladora, todas as áreas produtoras são vistoriadas semestralmente por técnicos das unidades regionais, para confirmação da origem dos diamantes.
Como o diamante se formou?
O diamante bruto de Coromandel se formou a partir de kimberlitos, rochas raras que se originam a partir do resfriamento lento do magma no interior da Terra. Segundo o geólogo da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Daniel Fernandes, a origem dessas pedras preciosas é dividida em dois tipos principais: primária e secundária, ambas ligadas a eventos naturais ocorridos há milhões de anos.
A chamada origem primária diz respeito à formação dos diamantes em kimberlitos, rochas raras que se formam a partir do resfriamento lento do magma no interior da Terra. Com o tempo, essas rochas se rompem e liberam diamantes, que são transportados para estruturas conhecidas como paleocanais, espécie de antigos leitos fluviais subterrâneos.
Esses paleocanais concentram os diamantes que, por sua vez, enriquecem o solo da região de forma natural. Esse processo é justamente o que torna Coromandel um dos pontos mais valiosos para a mineração de gemas no Brasil.
Já a origem secundária envolve a movimentação dos diamantes ao longo do tempo. Por estarem sujeitos a processos naturais como erosão e ação da água, essas pedras acabam "rolando" e se deslocando, o que dificulta sua localização precisa.
Diamante encontrado em Coromandel se tornou o segundo maior do Brasil
ANM/Divulgação
O diamante pode mudar de cor após lapidação?
Sim, durante o processo de lapidação do diamante ele pode mudar de cor. De acordo com o geólogo, os diamantes tem a composição formada de carbono. Quanto mais puro for o diamante, ou seja, quanto mais a composição for formada apenas por carbono, maior será a transparência e o valor.
Contudo, a pureza é algo extremamente rara na natureza porque pode ser que a gema seja contaminada pelos elementos químicos presentes ao redor.
"Existem casos em que a pedra é contaminada por nitrogênio, por exemplo, o que faz com que ela fique com esse aspecto amarronzado e amarelado. Por isso, esse diamante de Coromandel não é considerado tão valioso, uma vez que 95% dos diamantes são contaminados pelo nitrogênio e apresentam essa coloração", explicou o geólogo.
Além disso, os diamantes podem ter todas as cores do arco-íris, dependendo do elemento químico pelo qual ele é contaminado durante a formação. A cor pode variar, ainda, conforme as regiões brasileiras, uma vez que cada uma delas tem o solo rico em determinado elemento.
Segundo Daniel, ao longo da carreira profissional já observou diversos compradores que tiveram prejuízo ao comprarem um diamante e ele mudar de cor após a lapidação. O fenômeno ocorre porque grande parte das gemas apresenta uma capa de alteração hidrotermal, capa de cloritização ou outro nome a depender do elemento químico pelo qual a capa é formada.
Durante a lapidação essa capa é perdida e é quando o diamante pode mudar de cor, ficando branco ou amarelado.
"Por isso é importante que uma análise microscópica seja feita para saber se o diamante realmente apresenta determinada coloração ou se é apenas uma capa".
Logo, é a cor que determina o valor do diamante de acordo com a pureza, ou seja, quanto mais transparente for o diamante, mais caro ele será. A fluorescência da pedra também interfere na avaliação, uma vez que diamantes mais caros apresentam menor fluorescência.
"É através da fluorescência que conseguimos identificar as zonas de cor do diamante, porque há casos em que ele pode ter apenas uma cor ou até duas. Eu vejo muitos amadores tendo prejuízo com diamantes por conta dessas questões".
Exame de fluorescência mostra que pedras de menor valor tem maior fluorescência
Daniel Fernandes
Como é calculado o valor de um diamante?
Ainda conforme Daniel Fernandes, o primeiro fator considerado é peso em quilates. Depois, a transparência e a pureza também são fatores importantes, porque resultam em uma gema lapidada de alto valor. A cor também interfere diretamente, já que os diamantes existem em praticamente todas as cores do arco-íris, e algumas são mais valiosas que outras.
A pedra encontrada em Coromandel foi avaliada em R$ 16 milhões, segundo a prefeitura municipal, passou a ocupar o posto de segundo maior diamante já encontrado em território brasileiro com 646,78 quilates, segundo a ANM. Ela só é menor que o diamante "Getúlio Vargas" descoberto em 1938 e que tinha 727 quilates.
“No Brasil, não existe uma tabela oficial que defina seu valor, mas não há dúvidas de que se trata de uma gema extremamente rara. Fiquei muito feliz em ver o Brasil novamente em destaque. Isso cria esperança para todo garimpeiro que sonha encontrar uma pedra como essa”, ressaltou Daniel.
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G1
Coromandel é uma das quatro produtoras de diamante do Brasil | G1
As outras três estão localizadas na Bahia, no Piauí e no Mato Grosso. No entanto, os dois maiores já encontrados no Brasil são de Coromandel.
Geadas fracas devem ser registradas no sudoeste, centro-sul e Campos Gerais do Paraná entre terça-feira (10) e quinta (12), segundo Simepar. Frio no Paraná
Giuliano Gomes/PR Press
Uma massa de ar frio avança sobre o território do Paraná e derruba as temperaturas durante a semana do dia 9 ao 14 de junho, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
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Conforme o órgão, o declínio das temperaturas já será registrado no início da manhã desta segunda-feira (9).
🌫️ Na região oeste e sudoeste há condição para a formação de nevoeiros, também no começo da manhã. Ao longo do dia, porém, o fenômeno perde a força.
🌧️ É previsto também pancadas de chuvas na região dos Campos Gerais, Curitiba e litoral. Para a região central do Paraná, a expectativa é de chuva forte, pontual e concentrada.
🌨️ Entre terça-feira (10) e quinta (12), há possibilidade de formação de geadas fracas no sudoeste, centro-sul e Campos Gerais, segundo o Simepar. Nesses dias, a tendência é de maior estabilidade e baixas temperaturas ao amanhecer.
🌤️ Na sexta-feira (13), a previsão do Simepar é de estabilidade, sem chuva.
🌧️ Porém, a partir de sábado (14), uma nova frente fria avança pelo Sul do Brasil, conforme o Simepar. Com isso, as condições de instabilidade retornam ao território paranaense.
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Segundo a Procuradoria-Geral da República, grupo faz parte do 'núcleo crucial' da organização criminosa que atuou pela ruptura democrática. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai realizar, a partir desta segunda-feira (9), o interrogatório dos oito acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo faz parte do chamado "núcleo crucial" da organização criminosa que atuou pela ruptura democrática.
Ao longo de maio, testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas na Corte. O interrogatório dos réus marca a reta final da fase de instrução do processo penal. Na sequência, acusação e defesa podem ter prazo para pedir diligências adicionais.
Encerrada esta etapa, deve ser aberto o prazo de 15 dias para alegações finais.
Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos e Paulo Sérgio Nogueira
g1
Serão realizadas audiências na Primeira Turma ao longo de toda a semana, até a sexta-feira (13).
O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, que fechou uma delação premiada com a Polícia Federal. Os outros sete réus serão interrogados em ordem alfabética.
O g1 explica o que a PGR atribui a cada um dos acusados que devem ser interrogados.
Jair Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro tem alta após passar por nova cirurgia abdominal.
REUTERS/Adriano Machado
Quem é: ex-presidente da República;
O que diz a PGR: o ex-presidente formou, com os outros sete aliados denunciados no mesmo documento, o "núcleo crucial da organização criminosa".
Deles partiram as "principais decisões e ações de impacto social" para a ruptura democrática. Bolsonaro é o líder da organização criminosa armada voltada para o golpe de Estado.
Atuou, por exemplo, na propagação de ataques ao sistema eleitoral, na edição da versão final do decreto golpista e na pressão sobre os militares para aderir à insurreição.
Ainda interferiu diretamente na conclusão do relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. A PGR disse que há elementos que apontam que Bolsonaro tinha conhecimento do plano Punhal Verde Amarelo, o plano para assassinar autoridades.
Bolsonaro denunciado: veja principais pontos das acusações da PGR
Alexandre Ramagem
Alexandre Ramagem dá entrevista ao RJ1 — Foto: Reprodução/TV Globo
Reprodução
Quem é: deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O que diz a PGR: prestou auxílio direto a Bolsonaro na deflagração do plano criminoso.
Teve "importante papel", segundo a PGR, na "construção e direcionamento das mensagens que passaram a ser difundidas em larga escala pelo então Presidente da República" a partir de 2021.
Os investigadores atribuem a ele ainda um documento "que apresentava uma série de argumentos contrários às urnas eletrônicas, voltados a subsidiar as falas públicas" do ex-presidente com ataques às urnas eletrônicas.
Comandou um grupo de policiais federais e agentes da Abin que se valeu da estrutura de inteligência do Estado indevidamente - a chamada "Abin Paralela".
Almir Garnier Santos
O almirante Almir Garnier Santos foi comandante da Marinha
Reprodução
Quem é: ex-comandante da Marinha;
O que diz a PGR: as investigações indicam que o militar aderiu ao plano de golpe.
Em reunião em dezembro de 2022, o então comandante da Marinha se colocou à disposição de Bolsonaro para seguir as ordens do decreto golpista.
Confirmou seu aval à trama golpista em uma segunda reunião no mesmo mês.
Anderson Torres
Ex-ministro Anderson Torres em depoimento à CPI dos Atos Golpistas
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Quem é: ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro;
O que diz a PGR: nos cargos na gestão Bolsonaro, replicou narrativas sobre a suposta fraude nas urnas divulgada em live de julho de 2021, "distorcendo informações e sugestões recebidas da Polícia Federal".
Atuou para implementar o plano para viabilizar os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal em estados do Nordeste, de modo a evitar que eleitores favoráveis ao presidente Lula chegassem às urnas.
Elaborou documentos que seriam usados no golpe de Estado. Na casa de Torres foi encontrada a minuta de um decreto de Estado de Defesa, para intervenção no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Já como secretário de Segurança do Distrito Federal, omitiu-se nas providências para evitar o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Augusto Heleno
Ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno.
Geraldo Magela/Agência Senado
Quem é: ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Bolsonaro;
O que diz a PGR: assim como Ramagem, atuou no auxílio direto a Bolsonaro para colocar em prática o plano criminoso.
Teve papel importante na construção de ataques ao sistema eleitoral — em uma agenda encontrada na casa do militar, havia um planejamento para fabricar discurso contrário às urnas.
Participou do plano para descumprir decisões judiciais, a partir de um parecer que seria elaborado pela Advocacia-Geral da União. Sua agenda também contava com registros que indicariam que ele sabia sobre as ações da "Abin Paralela".
Seria o chefe do "gabinete de crise" criado pelo governo Bolsonaro depois da consumação do golpe de Estado.
Paulo Sérgio Nogueira
Quem é: ex-ministro da Defesa;
O que diz a PGR: participou de reunião com Bolsonaro e outras autoridades, em julho de 2022, em que o ex-presidente teria pedido que todos propagassem seu discurso de vulnerabilidade das urnas.
Na reunião, Bolsonaro antecipou aos presentes o que faria na reunião com embaixadores, no mesmo mês (na ocasião, fez ataques ao sistema eleitoral). No mesmo encontro, o militar instigou a ideia de intervenção das Forças Armadas no processo eleitoral.
Esteve na reunião de dezembro em que a proposta de decreto do golpe; na semana seguinte, numa reunião com os comandantes miliares, apresentou uma segunda versão do decreto.
"A presença do Ministro da Defesa na primeira reunião em que o ato consumador do golpe foi apresentado, sem oposição a ele, sem reação alguma, significava, só por isso, endosso da mais alta autoridade política das Forças Armadas", diz a PGR.
Além disso, "ao pela segunda vez insistir, em reunião restrita com os Comandantes das três Armas, na submissão de decreto em que se impunha a contrariedade das regras constitucionais vigentes, a sua integração ao movimento de insurreição se mostrou ainda mais indiscutível"
Walter Braga Netto
Ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto
Isac Nóbrega/PR
Quem é: ex-ministro da Defesa e da Casa Civil; também foi candidato a vice na chapa presidencial com Bolsonaro em 2022;
O que diz a PGR: foi um dos presentes na reunião com Bolsonaro e outras autoridades, em julho de 2022, em que o ex-presidente teria pedido que todos amplificassem seus ataques ao sistema eleitoral.
Uma reunião na casa de Braga Netto, em novembro do mesmo ano, discutiu a atuação dos "kids pretos" dentro do plano "Punhal Verde Amarelo", o plano para matar autoridades.
Participou do financiamento da ação para assassinar o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, no estímulo aos movimentos populares, em reuniões para operacionalizar o plano golpista e na pressão sobre os militares que não aderiram ao golpe.
Uma vez consumada a ruptura, seria o coordenador-geral da "gabinete de crise".
Mauro Cid
Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em Brasília, nesta quinta-feira, 24.
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Quem é: ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro;
O que diz a PGR: fazia parte do "núcleo crucial" junto com Bolsonaro e os outros seis denunciados. Mas tinha "menor autonomia decisória".
Atuou como porta-voz do ex-presidente, transmitindo orientações aos demais integrantes do grupo. Trocou mensagens com outros militares investigados para obter, inclusive com a ação de hackers, material para colocar em dúvida o processo eleitoral.
Tinha, em seu celular, documento datado de novembro de 2022. O material era uma minuta a ser assinada por representante de partido político, com informações sobre suposta fraude nas urnas. Também tinha, no mesmo aparelho, documento que seria um discurso de Bolsonaro após o golpe.
Participou de diálogos em que se tratou do plano "Punhal Verde e Amarelo".
Crimes
A PGR atribuiu ao grupo cinco crimes:
➡️abolição violenta do Estado Democrático de Direito: pune o ato de "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais". A pena varia de 4 a 8 anos de prisão.
➡️golpe de Estado: fica configurado quando uma pessoa tenta "depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído". A punição é aplicada por prisão, no período de 4 a 12 anos.
➡️organização criminosa: quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma ordenada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena de 3 a 8 anos.
➡️dano qualificado: destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia, com violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima. Pena de seis meses a três anos.
➡️deterioração de patrimônio tombado: destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena de um a três anos.


Muitos religiosos consideram o contato com cachorros como algo impuro. Além disso, autoridades mais conservadoras enxergam os pets como uma representação da influência cultural do Ocidente. Uma mulher com seu cachorro em uma calçada no norte de Teerã, Irã, em 2 de junho de 2025
Vahid Salemi/AP
Várias cidades do Irã têm proibido a população de passear com cães em público, por causa de preocupações com a "saúde pública, ordem social e segurança", informou o The Guardian, de acordo com a mídia local.
A proibição começou com uma diretriz policial 2019 em Teerã, a capital do país. Neste domingo (8), as regras foram estendidas para a cidade de Ilam, no oeste do Irã.
Pelo menos outras 17 cidades introduziram proibições semelhantes nos últimos dias, incluindo Isfahan, no centro, e Kerman, no sul.
O hábito de ter e passear com cães gera polêmicas no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
Embora não exista uma legislação que proíba expressamente a posse desses animais, o tema divide opiniões. Muitos religiosos consideram o contato com cachorros — especialmente com sua saliva — como algo impuro.
Além disso, autoridades mais conservadoras enxergam os pets como uma representação da influência cultural do Ocidente.
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Supremo Tribunal Federal realiza audiências para interrogatório dos acusados, mais uma etapa da instrução processual. Em maio, foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação. O interrogatório de oito réus na ação penal que trata da tentativa de golpe de Estado em 2022 marca a reta final da instrução processual, a fase de coleta de provas sobre o caso.
A audiência dos acusados no Supremo Tribunal Federal (STF) é o momento em que eles podem ser questionados sobre a participação nas ações e apresentar seus argumentos.
O grupo a ser ouvido — que conta com o ex-presidente Jair Bolsonaro — faz parte do "núcleo crucial" da organização criminosa que atuou pela ruptura democrática, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Encerrada essa etapa, acusação e defesas podem ter prazo para pedir diligências adicionais. Na sequência, deve ser aberto o período de 15 dias para alegações finais. Concluída essa fase, o processo pode ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.
Entenda abaixo como vai funcionar o interrogatório e quais são as próximas fases da ação penal no Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro sentado ao lado de Cid; saiba como será o interrogatório sobre plano golpista
Reta final da instrução processual
O entendimento dos tribunais é de que o interrogatório dos réus é o último ato da instrução processual — a fase da ação penal em que é feita a coleta de provas sobre os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República.
Na etapa de instrução, também foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação ao longo do mês de maio.
Agora, os réus terão a palavra — podem apresentar seus argumentos sobre as acusações da PGR.
Nesse momento, o grupo ainda responde a processo penal. Ou seja, não há uma definição sobre condenação ou absolvição, que só vai ocorrer com o julgamento do caso.
Participantes
Participam das audiências o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, o procurador-geral da República, Paulo Gonet e os advogados dos acusados.
Moraes será o primeiro a interrogar o grupo. Na sequência, as perguntas do procurador Gonet devem ser encaminhadas por meio do relator. E, depois, o magistrado deve verificar se advogados dos réus querem fazer perguntas.
Mauro Cid é o primeiro
O primeiro interrogatório será o do ex-ajudante de ordens da gestão Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Cid tem um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal.
Pelos entendimentos da Justiça, na condição de delator, deve ser ouvido antes dos outros réus. A medida tem como objetivo garantir o direito de defesa de todos os acusados.
Demais réus
Os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética:
Alexandre Ramagem;
Almir Garnier;
Anderson Torres;
Augusto Heleno;
Jair Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira; e
Walter Braga Netto.
Por estar preso, Braga Netto será ouvido por videoconferência.
Direito ao silêncio
O interrogatório é considerado um meio de defesa dos réus. Os acusados têm direito ao silêncio, ou seja, podem não responder às perguntas, para evitar produzir provas contra si mesmos.
O exercício desse direito não pode trazer restrições processuais ao grupo.
Julgamento no STF que pode tornar Bolsonaro e 7 aliados réus
Adriano Machado/Reuters, Geraldo Magela/Agência Senado, Marcos Corrêa/Presidência da República, Wilton Junior/Estadão Conteúdo, Geraldo Magela/Agência Senado e Isac Nóbrega/PR
Próximos passos
A ação penal contra Bolsonaro e outros sete réus está na fase de instrução processual.
Terminada essa etapa, deve ser aberto prazo para que acusação e defesa peçam diligências adicionais, necessárias quando surgem questões a partir das informações levantadas na fase de instrução.
Concluído esse período, o processo deve entrar no momento das alegações finais. Será concedido prazo de 15 dias para que acusação e defesas apresentem, por escrito, uma espécie de resumo das apurações e argumentos pela condenação ou absolvição.
A partir daí, o caso pode ser levado a julgamento na Primeira Turma. Caberá ao colegiado decidir se o grupo deve ser condenado o absolvido. Se houver condenação, os magistrados vão definir a pena de cada um.
Em caso de absolvição, o processo é arquivado. Nas duas situações, é possível recurso dentro do próprio STF.


Carros foram incendiados em meio a protestos contra deportações de imigrantes. Trump disse que 'multidões violentas' estão atacando forças de segurança. Manifestantes são retirados de rodovia em Los Angeles pela Guarda Nacional
As manifestações contra as políticas imigratórias de Donald Trump cresceram em Los Angeles, após a chegada das tropas da Guarda Nacional neste domingo (8). Os agentes foram à cidade sob ordem do presidente.
FOTOS: protestos em Los Angeles têm confrontos, fogo em carros e presos
Horas depois, o centro da cidade foi tomado por protestos com confrontos com gás lacrimogênio e balas de borracha, fogo em veículos e prisões. O confronto começou quando centenas de pessoas protestavam em frente ao Centro de Detenção Metropolitano, no centro de Los Angeles, informou a Associated Press.
Segundo a agência de notícias Reurters, as tropas foram posicionadas ao redor de prédios do governo federal, enquanto policiais e manifestantes entravam em confronto em manifestações separadas contra as batidas de imigração federal na cidade.
Por volta das 15h, no horário local -- 21h, no horário de Brasília -- a Guarda Nacional conseguiu retirar os manifestantes da rodovia 101, que corta Los Angeles, e tinha sido tomada pelos atos. (Veja vídeo abaixo).
Mais tarde, manifestantes foram vistos ateando fogo a carros que têm direção automática. Segundo repórteres da Globonews, que estão no local, ao menos sete pessoas foram presas.
A polícia de Los Angeles declarou diferentes protestos como “reuniões ilegais”, alegando que alguns manifestantes lançaram concreto, garrafas e outros objetos contra os policiais. Vários carros autônomos da Waymo, empresa da Alphabet, foram incendiados em uma rua do centro na noite de domingo.
“O processo de prisões foi iniciado”, publicou o departamento de polícia nas redes sociais. A polícia também utilizou cavalaria para tentar controlar as multidões.
O FBI ofereceu uma recompensa de US$ 50.000 por informações sobre um suspeito de atirar pedras contra viaturas policiais em Paramount, ferindo um agente federal.
Los Angeles registra confrontos com chegada da Guarda Nacional
Guarda Nacional e policias de Los Angeles na manifestação
AP Foto/Jae Hong
Chegada da Guarda Nacional
Tropas enviadas por Trump chegam a Los Angeles
Nas redes sociais, Trump postou um vídeo das tropas avançando contra os manifestantes e escreveu que instruiu as equipes a "tomarem todas as medidas necessárias para libertar Los Angeles da invasão migrante e colocar fim a esses tumultos".
Ele disse que os grupos "estavam se aglomerando e atacando nossos agentes federais para tentar impedir nossas operações de deportação".
O republicano anunciou no sábado (7) que iria mobilizar dois mil soldados da Guarda Nacional da Califórnia em resposta aos protestos contra operações de imigração. A ação foi feita contra a vontade do governador do estado, Gavin Newsom.
Em resposta, Gavin Newsom publicou uma carta dos governadores dos EUA do Maine, Kentucky, Maryland e outros estados democratas criticando as ações de Trump.
Ele escreveu: "Todos os governadores democratas concordam: as tentativas de Donald Trump de militarizar a Califórnia são um alarmante abuso de poder".
Não é a primeira vez que Trump aciona a Guarda Nacional para conter manifestações. Em 2020, ele pediu a governadores de vários estados o envio de tropas a Washington D.C. para conter protestos após a morte de George Floyd por policiais de Minneapolis.
Desta vez, porém, Trump age em oposição direta a Newsom, que detém o controle sobre a Guarda Nacional da Califórnia.
Segundo o presidente, a federalização das tropas é necessária para "enfrentar a ilegalidade" no estado. Newsom rebateu dizendo que a medida é "deliberadamente provocativa e só servirá para aumentar as tensões".
Falando a repórteres em Nova Jersey, Trump ameaçou com violência manifestantes que cuspirem em policiais ou em tropas da Guarda Nacional: “eles cospem, nós revidamos”. Ele não citou incidentes específicos.
“Se virmos perigo para o nosso país e nossos cidadãos, seremos muito, muito firmes em termos de lei e ordem”, declarou.
Manifestante ergue cartaz contra agentes do ICE, órgão responsável pelo controle da imigração nos EUA
Daniel Cole/Reuters
Los Angeles tem novos protestos contra deportação de imigrantes após Trump mandar Guarda Nacional
Daniel Cole/Reuters
Entenda a seguir o que se sabe sobre o envio de tropas por parte de Trump aos protestos em Los Angeles.
O que diz a lei
Como será a atuação das tropas
Mobilização de tropas na história dos EUA
O que Trump já disse sobre o uso de militares
Manifestantes chutam um veículo da Patrulha de Fronteira em protesto em Paramount, na Califórnia, neste sábado (7)
Eric Thayer/AP
O que diz a lei
Em geral, forças militares federais não podem executar funções de segurança pública contra cidadãos americanos, exceto em emergências.
A principal base legal para ativar militares ou a Guarda Nacional em casos de rebelião é a Lei de Insurreição, de 1807.
Trump, no entanto, não invocou essa lei no sábado. Em vez disso, usou outra lei federal semelhante, que permite a federalização da Guarda Nacional em certas circunstâncias.
🚨 A Guarda Nacional é uma força híbrida, com função estadual e federal. Normalmente opera sob comando dos estados, com financiamento das administrações locais. Às vezes, os soldados são enviados para missões federais, ainda sob comando estadual, mas com recursos federais.
A lei citada por Trump permite que a Guarda seja colocada sob comando federal em três situações:
se os EUA forem invadidos ou estiverem sob ameaça de invasão;
se houver rebelião ou ameaça de rebelião contra a autoridade do governo federal;
ou se o presidente estiver impedido de "executar as leis dos Estados Unidos" com forças regulares.
No entanto, a mesma lei também afirma que essas ordens devem ser emitidas "por meio dos governadores dos estados." Não está claro se o presidente pode mobilizar tropas da Guarda Nacional sem a ordem do governador estadual.
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Como será a atuação das tropas
O decreto de Trump afirma que as tropas terão um papel de apoio, protegendo os agentes do ICE (Imigração e Alfândega) durante o cumprimento da lei, e não realizando diretamente atividades de policiamento.
O professor especializado em justiça militar e segurança nacional Steve Vladeck, da Faculdade de Direito da Universidade de Georgetown, disse que isso acontece porque as tropas da Guarda não podem atuar como força policial a menos que Trump invoque formalmente a Lei de Insurreição.
Vladeck alertou que isso aumenta o risco de que os soldados acabem usando força no papel de "proteção" e que o movimento pode ser o início de uma mobilização mais agressiva no futuro.
"Não há nada que essas tropas possam fazer que os próprios agentes do ICE, contra quem os protestos são dirigidos, não possam fazer", escreveu Vladeck em seu site.
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Mobilização de tropas na história dos EUA
📜 A Lei de Insurreição e outras legislações semelhantes foram usadas na época dos direitos civis para proteger ativistas e estudantes que lutavam pela integração racial nas escolas.
O presidente Dwight Eisenhower enviou a 101ª Divisão Aerotransportada a Little Rock, em Arkansas, para proteger estudantes negros após o governador estadual mobilizar a Guarda Nacional para impedi-los de entrar na escola.
O presidente George H. W. Bush usou a mesma lei para responder aos distúrbios em Los Angeles em 1992, depois da absolvição dos policiais brancos que espancaram o motorista negro Rodney King, em um caso amplamente divulgado em vídeo.
A Guarda Nacional também já foi mobilizada em outras emergências, como a pandemia de Covid-19, furacões e desastres naturais. Mas, geralmente, essas mobilizações ocorreram com o consentimento dos governadores estaduais.
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O que Trump já disse sobre o uso de militares
➡️ Em 2020, Trump pediu que governadores enviassem tropas da Guarda Nacional a Washington D.C. para conter os protestos pela morte de George Floyd.
Naquela época, Trump chegou a ameaçar invocar a Lei de Insurreição, uma medida rara na história moderna dos EUA. Mas o então secretário de Defesa, Mark Esper, se opôs, dizendo que a lei deveria ser usada "apenas em situações extremamente urgentes e graves".
Trump acabou não usando a lei durante seu primeiro mandato, mas, durante a campanha para o segundo mandato, indicou que faria diferente.
Em 2023, em Iowa, Trump afirmou que foi impedido de usar os militares para conter a violência nas cidades e disse que, se a situação se repetir, "não iria esperar."
Trump também prometeu usar a Guarda Nacional para reforçar suas metas de imigração e seu principal assessor, Stephen Miller, explicou como isso funcionaria: tropas de estados governados por republicanos aliados enviariam reforços a estados vizinhos que se recusassem a cooperar.
Após o anúncio de Trump sobre a federalização da Guarda Nacional, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que outras medidas poderiam ser adotadas.
Em publicação na rede X, Hegseth disse que fuzileiros navais da ativa baseados em Camp Pendleton estavam em “alerta máximo” e também seriam mobilizados “se a violência continuar”.
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*Com informações das agências de notícias Reuters e Associated Press.
Manifestante é presa durante protestos contra as ações anti-imigração de Donald Trump
REUTERS/Mike Blake

Em busca de um meio-termo para a troca de tarifas, os dois países firmaram um acordo temporário em 12 de maio, concordando em reduzir as taxas por um período de 90 dias. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China)
AFP
Representantes dos Estados Unidos e da China têm uma reunião marcada nesta segunda-feira (9), em Londres, na Inglaterra, para discutir um novo acordo comercial e resolver a guerra comercial iniciada pelas tarifas de Donald Trump.
O presidente americano anunciou a reunião na última sexta-feira (6). Segundo Trump, participarão da reunião o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial dos EUA, embaixador Jamieson Greer.
“A reunião deverá ocorrer com grande sucesso. Agradecemos a atenção dispensada!”, afirmou o republicano em publicação no Truth Social.
EUA e China marcam encontro para tratar sobre acordo comercial.
Reprodução/Truth Social
A declaração foi feita um dia após Trump conversar com o presidente da China, Xi Jinping, sobre o tarifaço.
O presidente dos EUA afirmou que ele e Xi conseguiram resolver as “complexidades” do acordo comercial sobre tarifas de importação e reiterou que a conversa “resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países”.
Ainda na quinta-feira (5), Trump declarou que as negociações entre os dois países seguem em andamento e estão em “boa forma”.
Já Xi declarou que a China cumpriu o acordo firmado em Genebra de maneira “séria e sincera”, destacando que “diálogo e cooperação são a única escolha correta para a China e os Estados Unidos”. A declaração foi divulgada pela emissora estatal chinesa, CCTV.
Xi também teria enfatizado que os dois países devem se esforçar para alcançar um resultado mutuamente benéfico, ressaltando que “os dois lados devem respeitar as preocupações um do outro e manter uma postura de igualdade”.
Entre tapas e beijos
Trump tem mantido um cabo de guerra com Pequim desde o anúncio, em abril, de um pacote de tarifas que impactou diversos países, especialmente a China.
Em busca de um meio-termo, os dois países firmaram um acordo temporário em 12 de maio, concordando em reduzir as tarifas por um período de 90 dias. O tratado foi assinado após um encontro entre as delegações em Genebra, na Suíça.
Desde a assinatura do acordo, no entanto, os dois países enfrentam dificuldades para chegar a um consenso nas negociações.
Na última sexta-feira (30), por exemplo, Trump acusou a China de violar os termos do acordo. Em resposta, o Ministério do Comércio chinês classificou as acusações como “infundadas” e prometeu adotar medidas firmes para proteger os interesses do país.
Na segunda-feira (2), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que Trump pretendia conversar com Xi para tentar resolver os impasses nas negociações.
Na quarta-feira, Trump publicou em seu perfil no Truth Social que gostava de Xi, mas afirmou que negociar com o presidente chinês era “muito difícil”.
"Gosto do presidente Xi da China. Sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é muito duro e extremamente difícil de fazer um acordo", afirmou Trump à época.
Trump conversa com Xi Jinping sobre tarifaço: 'conclusão muito positiva para ambos os países'
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
