11. Saturday after the First Sunday of Lent: The Charity of God in the Passion of Christ
Saturday after the First Sunday of Lent
"But God demonstrates His own love toward us, in that while we were still sinners, Christ died for us." (Romans 5:8)
I. — Christ died for the ungodly. This is a great thing when we consider who it is that died; it is also great when we consider for whom Christ died. Now, "it is difficult for anyone to die for a righteous man" (Romans 5:7); in other words, it is hard to find someone who would die to save a righteous man; and indeed, as Isaiah says, "the righteous perishes, and no one takes it to heart" (Isaiah 57:1). Thus, "it is difficult for anyone to die for a righteous man." If someone—namely, a rare exception—dares to die for a good man out of zeal for virtue, it would truly be a rare thing; and it is a very lofty deed, as St. John says (John 15:13): "Greater love has no one than this, than to lay down one's life for his friends." However, to die for ungodly and wicked men is something that never occurs. For this reason, we should rightly marvel, for this is what Christ did.
II. — If we seek to know why Christ died for the ungodly, the answer is that through His death, God demonstrated His love toward us; that is to say, His death shows that He loves us infinitely because "while we were still sinners," Christ died for us.
The very death of Christ demonstrates God's charity toward us, for He gave His own Son so that, by dying, He would make satisfaction for us. "For God so loved the world that He gave His only begotten Son" (John 3:16).
In this way, just as the charity of God the Father toward us is shown by having given us His Spirit, it is also demonstrated by having given us His Son.
When St. Paul says that God "demonstrates His love toward us," he emphasizes the vastness of divine love, in that He delivered His Son to die for us; and then, regarding our condition; for God did not do this because of our merits, but "while we were still sinners," as St. Paul says in his Epistle to the Ephesians (Ephesians 2:4): "But God, who is rich in mercy, because of His great love with which He loved us, even when we were dead in trespasses, made us alive together with Christ."
In Romans V.
III. — In these matters, it can scarcely be believed. The Scripture says: "Look among the nations and watch—be utterly astounded! For I will work a work in your days that you would not believe, though it were told you." (Habakkuk 1:5). For Christ to have died for us is something astonishing, something that is hardly conceivable. And this is what the Apostle says, "Indeed, I will do a work in your days, a work that you will not believe, even if someone were to declare it to you." (Acts 13:41)
Such is the grace of God and His love toward us that He has done more for us than we can comprehend or conceive.
In Symb.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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11. Sábado depois do I domingo da Quaresma: A Caridade de Deus na Paixão de Cristo
Sábado depois do I domingo da Quaresma
«Mas Deus manifesta a sua caridade para conosco, porque, quando ainda éramos pecadores, no tempo oportuno, morreu Cristo por nós.»(Rm 5, 8)
I. — Cristo morreu pelos ímpios. E isto é grande, se considerarmos quem é aquele que morreu; também é grande, se considerarmos por quem foi que Cristo morreu. Ora, «é difícil haver quem morra por um justo» (Rm 5, 7), ou seja, é difícil encontrar quem morra para salvar um homem justo; e até, como diz Isaías: «o justo perece, e não há quem considere sobre isto no seu coração» (57, 1). E por isso, «é difícil haver quem morra por um justo». Pois se alguém, isto é, alguma rara exceção, ousar, pelo zelo da virtude, morrer por um bom homem, será coisa realmente rara; e isso, por ser um feito muito elevado, como diz S. João (15, 13): «Ninguém tem maior amor que o daquele que dá a vida por seus amigos». Porém, morrer por homens ímpios e maus, é algo que jamais ocorre. E por isto devemos, com razão, nos admirar, pois foi isto que Cristo fez.
II. — Se procurarmos saber porque Cristo morreu pelos ímpios, a resposta é que, por sua morte, Deus manifestou sua caridade para conosco, ou seja, sua morte mostra que Ele nos ama infinitamente, porque, « quando ainda éramos pecadores», Cristo morreu por nós.
E a mesma morte de Cristo mostra a caridade de Deus para conosco, pois entregou seu próprio Filho para que, morrendo, satisfizesse por nós. «Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu seu Filho Unigênito» (Jo 3, 16).
E, desse modo, assim como a caridade de Deus Pai para conosco se demonstra por ter nos dado o seu Espírito, assim também se demonstra por ter nos dado o seu Filho.
Quando S. Paulo diz que Deus «manifesta a sua caridade para conosco», assinala a imensidade do amor divino, pelo fato de ter entregue seu Filho para morrer por nós; e, em seguida, por nossa condição; pois Deus não o fez por causa de nossos méritos, mas «quando ainda éramos pecadores», como diz S. Paulo na Epístola aos Efésios (2, 4): «Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela sua extrema caridade, com que nos amou, estando nós mortos pelos pecados, vivificou-nos em Cristo».
In Rom., V.
III. — Nessas coisas, mal se pode crer. Diz a Escritura: «acontecerá uma coisa em vossos dias, que ninguém acreditará, quando for contada.» (Hab 1, 5). Pois que Cristo tenha morrido por nós, é algo de surpreendente, algo que mal se pode conceber. E é isto o que diz o Apóstolo, «faço uma obra em vossos dias, uma obra que vós não crereis, se alguém vo-la contar.»
(At 13, 41)
Tamanha é a graça de Deus e seu amor para conosco, que Ele fez por nós mais do que podemos compreender ou conceber.
In Symb.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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10. Friday after the First Sunday of Lent: On the Feast of the Lance and the Nails of Our Lord
Friday of the First Week of Lent
"One of the soldiers pierced His side with a spear, and immediately there came out blood and water." (John 19:34)
I. — It is significant that Scripture says "pierced Him," and not "hit Him," for through this side, the door of eternal life was opened to us. "After this I looked, and behold, a door was opened in heaven" (Revelation 4:1). This is the door that symbolized that one, at the side of the ark, through which the animals entered to be saved in the flood.
II. — But this door is the cause of salvation. Therefore, Scripture says "immediately there came out blood and water," and it is very miraculous that, from the body of a dead person, where the blood is coagulated, blood should flow.
This happened to show us that, through the Passion of Christ, we achieve full cleansing of our sins and our stains.
— Of our sins, by the blood, which is the price of our redemption, according to Scripture, "You were not redeemed with corruptible things, like silver or gold, from your aimless conduct received by tradition from your fathers, but with the precious blood of Christ, as of a lamb without blemish and without spot." (1 Peter 1:18-19)
— Of our stains, by the water, which is the washing of our regeneration, according to Scripture, "I will sprinkle clean water on you, and you shall be clean from all your filthiness." (Ezekiel 36:25); "In that day there shall be a fountain opened to the house of David and to the inhabitants of Jerusalem, for sin and for uncleanness." (Zechariah 13:1)
And thus, these two things refer especially to the two sacraments: the water to the sacrament of baptism; the blood to the Eucharist. Alternatively, both can refer to the sacrament of the Eucharist, since in the Eucharist water is mixed with wine; although it is not the water of the substance of the sacrament.
This figure is also fitting: just as from the side of Christ, who slept on the cross, blood and water flowed, by which the Church is consecrated, so, from the side of Adam, who was asleep, the woman was formed, who prefigured the Church itself.
In Joan., XIX
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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10. Sexta-feira depois do I domingo da Quaresma: Na festa da lança e dos cravos de Nosso Senhor
Sexta-feira da I semana da Quaresma
«um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.» (Jo 19, 34)
I. — É significativo que a Escritura diga «abriu-lhe», e não «feriu-lhe», pois, por este lado, nos foi aberta a porta da vida eterna. «Depois disto olhei, e eis que vi uma porta aberta no céu» (Ap 4, 1). É esta a porta que figurava aquela, no lado da arca, por onde entraram os animais que haviam de se salvar no dilúvio.
II. — Mas esta porta é causa da salvação. Por isso, diz a Escritura «imediatamente saiu sangue e água», e é muito miraculoso que, do corpo de um morto, onde o sangue está coagulado, saia sangue.
Isto ocorreu para mostrar-nos que, pela Paixão de Cristo, conseguimos plena ablução de nossos pecados e de nossas máculas.
— De nossos pecados, pelo sangue, que é o preço da nossa redenção, conforme a Escritura, «fostes resgatados da vossa vã maneira de viver recebida dos vossos pais, não a preço de ouro ou de prata, mas pelo precioso sangue de Cristo, como dum cordeiro imaculado e sem contaminação» (1 Pe 1, 18-19)
— Das nossas máculas, pela água, que é o banho da nossa regeneração, conforme a Escritura, «derramarei sobre vós uma água pura, e vós sereis purificados de todas as vossas imundícies» (Ez 36, 25); «Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para se lavarem as manchas do pecado.» (Zc 13, 1).
E, por isto, estas duas coisas referem-se especialmente aos dois sacramentos: a água ao sacramento do batismo; o sangue, à eucaristia. Ou também, pode-se referir, um e outro, ao sacramento da eucaristia, pois na eucaristia mistura-se a água ao vinho; ainda que não seja a água da substância do sacramento.
Convém ainda esta figura: assim como do lado de Cristo, que dormia na cruz, saiu sangue e água, pelos quais a Igreja é consagrada, assim, do lado de Adão, que dormia, foi formada a mulher, que prefigurava a própria Igreja.
In Joan., XIX
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
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