Título da obra em latim
MEDULLA S. THOMAE AQUITATIS PER OMNES ANNI LITURGICI DIES DISTRBUITA, SEU MEDITATIONES EX OPERIBUS S. THOMAE DEPROMPTAE
Recopilação e ordenação de
FR. Z. MÉZARD O. P.
OBSERVAÇÃO
Todos os títulos com asterisco contêm material que hoje
não mais se atribui a Santo Tomás de Aquino
6. Segunda-feira depois do I domingo da Quaresma: Cristo devia ser tentado no deserto.
Segunda feira depois do I domingo da Quaresma
«Jesus estava no deserto quarenta dias e quarenta noites e ali foi tentado por Satanás» (Mc 1, 13)
I. —Cristo, por vontade própria deixou-se tentar pelo diabo, assim como voluntariamente entregou o corpo à morte; do contrário, o diabo não ousaria aproximar-se dele. Ora, o diabo atenta de preferência os solitários; pois, como diz a Escritura (Ecle 4, 12), «se alguém prevalecer contra um, dois lhe resistem». Por isso foi Cristo para o deserto, como para o campo da luta, para ser nele tentado pelo diabo. Donde o dizer Ambrósio, que Cristo foi ao deserto deliberadamente, para provocar o diabo. Pois, se este não viesse atacá-lo, i. é, o diabo, Cristo não o teria vencido.
Mas, acrescenta ainda outras razões, dizendo que Cristo assim procedeu misteriosamente para livrar Adão do exílio; pois, este fora precipitado, do paraíso, num deserto. Para nos mostrar, com o seu exemplo, que o diabo inveja os que progridem no bem.
II. — Cristo, indo ao deserto, se expôs à tentação. Crisóstomo diz: «contra os solitários é que o diabo emprega toda a força da sua tentação. Por isso, no princípio tentou a mulher, quando a viu desacompanhada de Adão». Contudo, isso não significa que o homem deva, indiscriminadamente, se deixar expor à tentação.
Há duas espécies de ocasião à tentação. Uma da parte do homem, como quando não evitamos as ocasiões próximas de pecar. Pois, tais ocasiões devemos evitá-las, como foi dito a Lot: «Não pares em parte alguma dos arredores de Sodoma» (Gn 19, 17). A outra espécie de ocasião vem do diabo, sempre invejoso de quem se esforça para ser melhor. E essa ocasião de tentação não devemos evitá-la. Por isso diz Crisóstomo: «Não só Cristo foi levado pelo Espírito ao deserto, mas também todos os filhos de Deus possuidores do Espírito Santo, que não consentem em ficar ociosos, mas são ungidos pelo Espírito Santo a empreender grandes obras; e isso, para o diabo, é estar no deserto, onde não há o pecado que ele se compraz. Também todas as boas obras constituem um deserto, para a carne e para o mundo, porque contrariam as tendências de uma e de outro.»
Ora, dar ocasião de tentação ao diabo não é perigoso, porque maior é o auxílio do Espírito Santo, autor das obras perfeitas, do que o ataque do diabo invejoso.
III, q. XLI, a. 2.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
#God #Deus #Isten #Gott #Jesus #Católico #Catholic #Katholik #katholisch #Katolikus #catholique #Faith #Fé #foi #信仰 #Latin #Latim #Gospel #Evangelho #Evangélium #évangile #Dieu #福音 #日本 #カトリック #Bible #Biblestr #Nostr #Grownostr
View quoted note →
6. Segunda-feira depois do I domingo da Quaresma: Cristo devia ser tentado no deserto.
Segunda feira depois do I domingo da Quaresma
«Jesus estava no deserto quarenta dias e quarenta noites e ali foi tentado por Satanás» (Mc 1, 13)
I. —Cristo, por vontade própria deixou-se tentar pelo diabo, assim como voluntariamente entregou o corpo à morte; do contrário, o diabo não ousaria aproximar-se dele. Ora, o diabo atenta de preferência os solitários; pois, como diz a Escritura (Ecle 4, 12), «se alguém prevalecer contra um, dois lhe resistem». Por isso foi Cristo para o deserto, como para o campo da luta, para ser nele tentado pelo diabo. Donde o dizer Ambrósio, que Cristo foi ao deserto deliberadamente, para provocar o diabo. Pois, se este não viesse atacá-lo, i. é, o diabo, Cristo não o teria vencido.
Mas, acrescenta ainda outras razões, dizendo que Cristo assim procedeu misteriosamente para livrar Adão do exílio; pois, este fora precipitado, do paraíso, num deserto. Para nos mostrar, com o seu exemplo, que o diabo inveja os que progridem no bem.
II. — Cristo, indo ao deserto, se expôs à tentação. Crisóstomo diz: «contra os solitários é que o diabo emprega toda a força da sua tentação. Por isso, no princípio tentou a mulher, quando a viu desacompanhada de Adão». Contudo, isso não significa que o homem deva, indiscriminadamente, se deixar expor à tentação.
Há duas espécies de ocasião à tentação. Uma da parte do homem, como quando não evitamos as ocasiões próximas de pecar. Pois, tais ocasiões devemos evitá-las, como foi dito a Lot: «Não pares em parte alguma dos arredores de Sodoma» (Gn 19, 17). A outra espécie de ocasião vem do diabo, sempre invejoso de quem se esforça para ser melhor. E essa ocasião de tentação não devemos evitá-la. Por isso diz Crisóstomo: «Não só Cristo foi levado pelo Espírito ao deserto, mas também todos os filhos de Deus possuidores do Espírito Santo, que não consentem em ficar ociosos, mas são ungidos pelo Espírito Santo a empreender grandes obras; e isso, para o diabo, é estar no deserto, onde não há o pecado que ele se compraz. Também todas as boas obras constituem um deserto, para a carne e para o mundo, porque contrariam as tendências de uma e de outro.»
Ora, dar ocasião de tentação ao diabo não é perigoso, porque maior é o auxílio do Espírito Santo, autor das obras perfeitas, do que o ataque do diabo invejoso.
III, q. XLI, a. 2.
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
#God #Deus #Isten #Gott #Jesus #Católico #Catholic #Katholik #katholisch #Katolikus #catholique #Faith #Fé #foi #信仰 #Latin #Latim #Gospel #Evangelho #Evangélium #évangile #Dieu #福音 #日本 #カトリック #Bible #Biblestr #Nostr #Grownostr
View quoted note →
4. Saturday After Ash Wednesday: The Grain of Wheat
Saturday After Ash Wednesday
"Truly, truly, I say to you, unless a grain of wheat falls into the earth and dies, it remains alone; but if it dies, it bears much fruit" (John 12:24)
I. — The grain of wheat is used in two ways: for making bread and for sowing. The above verse pertains to the grain of wheat as seed, not as the substance of bread, because in the latter case, it does not need to fertilize in order to bear fruit. If the grain of wheat does not die, it does not lose its seminal virtue, but it changes in species. "What you sow does not come to life unless it dies" (1 Corinthians 15:36)
Now, just as the Word of God is seed in the soul of man, in the sense that it is introduced by sensible voice to produce the fruit of good works, cf. "The seed is the word of God" (Luke 8:11); so the Word of God, clothed in flesh, is the seed sent to the world to yield a great harvest. For this reason, it is also compared to the mustard seed, as is read in the Scriptures (Matthew 13). Our Lord says: "I came as seed to bear fruit; and thus, truly I say to you, ‘unless a grain of wheat falls into the earth and dies, it remains alone,’ that is, if I do not die, the fruit of the conversion of the peoples will not be produced." It is also compared to the grain of wheat because He came to restore and sustain human lives: indeed, this is primarily what wheat bread does. “The bread strengthens a man’s heart” (Psalm 103:15) and “the bread that I will give is my flesh for the life of the world” (John 6:52).
II. — “but if it dies, it bears much fruit” (John 12:24).
Our Lord alludes here to the usefulness of the Passion, as if He were saying: unless I fall to the ground, humbled, in my Passion, no benefit will follow, for if the grain of wheat does not die, it remains unproductive. But if it dies, that is, if I am punished and killed by the Jews, much fruit will be produced:
1. The fruit of the remission of sins. "The whole fruit will be the expiation of his sin" (Isaiah 27:9). This fruit was produced by the Passion of Christ, cf. “For Christ also suffered once for sins, the righteous for the unrighteous, to bring you to God” (1 Peter 3:18).
2. The fruit of the conversion of the Gentiles to God. "It was I who chose you, and appointed you that you should go and bear fruit, and that your fruit should remain” (John 15:16). This fruit was produced by the Passion of Christ, cf. “And I, when I am lifted up from the earth, will draw all people to myself” (John 12:32).
3. The fruit of glory. "The fruit of good works is glorious" (Wisdom 3:15). And, this fruit too was produced by the Passion of Christ, cf. “Therefore, brothers, since we have confidence to enter the Most Holy Place by the blood of Christ, by a new and living way that he opened for us through the curtain, that is, his flesh” (Hebrews 10:19).
In Joan, XII
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
#God #Deus #Isten #Gott #Jesus #Católico #Catholic #Katholik #katholisch #Katolikus #catholique #Faith #Fé #foi #信仰 #Latin #Latim #Gospel #Evangelho #Evangélium #évangile #Dieu #福音 #日本 #カトリック #Bible #Biblestr #Nostr #Grownostr
