“Não sou candidato a prefeito de Tel Aviv”, diz Boulos se isentando sobre a fala Lula ao igualar Israel com Hitler. image
O partido mais honesto do Bostil, que tem como seu fundador uma figura paterna... ... da bandidolátria. 😒 image
Lula poupa Maduro e Putin, mas ataca Israel e põe em dúvida compromissos com democracia Fica a dúvida de quais são as intenções do presidente brasileiro: se é uma questão de assessoramento, de ideologia, ou pragmatismo Fabiano Lana, O Estado de São Paulo (18/02/2024) Depois das revelações que deixaram patentes certas intenções golpistas do ex-presidente Bolsonaro e sua turma, Lula estava, mais uma vez, com o caminho aberto para se consolidar como líder democrata tanto com a opinião pública interna quanto no cenário internacional. Mas, no lugar de confirmar essa tese, ofereceu três declarações que provocaram dúvidas sinceras. Lula de fato teria compromissos com a democracia? Em entrevista na Etiópia, o presidente brasileiro comparou a ação de Israel em Gaza ao regime nazista; poupou o presidente russo, Vladimir Putin, das suspeitas da morte do ativista Alexey Navalny e; também cinicamente, não condenou a expulsão dos funcionários da agência da ONU ligada aos direitos humanos na Venezuela, por condenar a prisão de uma integrante da oposição, Rocío San Miguel, que acusou o governo de praticar tortura contra presos políticos. Nos três casos, em que se posicionou, na prática, a favor de governos ou movimento antidemocráticos, é possível uma linha mínima de defesa do presidente Lula que tem sido bastante utilizada por seus apoiadores nas redes. Israel, ao que tudo indica, tem cometido crimes de guerra na sua sanha vingativa contra o Hamas, deixa dezenas de milhares de mortos, inclusive crianças inocentes, e o exagero retórico teria uma base factual na violência desmedida. Mas, em uma situação tão antiga, complexa e nuançada como a da Palestina, estar assertivamente de um lado ou de outro é estar errado e cometer injustiças. No caso de Navalny, é acusado de xenofobia e do onipresente “fascismo”. De fato, o ativista russo participou de uma marcha contra o governo em que estavam neonazistas ao seu lado e deu declarações contra imigrantes de etnias não russas. Mas a morte do ativista não diminui o fato de que ele não é o primeiro, e talvez não seja o último, opositor russo envenenado em circunstâncias misteriosas. Nem o que aparece morto. Há uma lista de gente que morreu dessa maneira, inclusive uma repórter, Anna Politkovskaya, crítica de Vladimir Putin. O autocrata russo, inclusive, também é responsável por morte de crianças inocentes em bombardeios na Ucrânia, mas nesse caso recebe o beneplácito do colega sul-americano. Já com relação à Venezuela, um líder tão boquirroto como nosso presidente, rápido em condenar inimigos políticos internos e externos, alegar desconhecimento tergiversa o cinismo. Lula segue na sua campanha de reabilitar o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Pelo jeito, pode ser a pior pessoa do mundo, mas basta ser antiamericano ou mesmo antiocidental que contará com a boa-vontade lulista. Fica a dúvida de quais são as intenções do presidente. Se é uma questão de assessoramento, de ideologia, ou pragmatismo. No último caso, entretanto, cada vez faz menos sentido. Porque além do apoio de seu rebanho mais fiel, que irá consentir e defender qualquer coisa que faça, Lula não agrega ninguém com suas declarações. No máximo perde apoios. De aplausos inesperados, até agora, só do grupo terrorista Hamas. Por causa de suas posições internacionais, Lula agora está distante dos Estados Unidos do Partido Democrata e estará ainda mais longe dos Republicanos, em caso de vitória de Donald Trump. Está em rota de colisão com os países europeus que se posicionam contra a Rússia. E, mesmo no seu quintal, Lula não tem apoio da Argentina de Javier Milei, por óbvios motivos. Líderes esquerdistas do continente têm se distanciado da posição do petista, caso de Gabriel Boric, mandatário do Chile, e José Mujica, ex-presidente do Uruguai – ambos têm condenado ações autoritárias cometidas por Nicolas Maduro. Na verdade, hoje, que país ou grupos de países relevantes que o Brasil lidera? Neste momento, nenhum. Lula então se distancia dos moderados e se isola no panorama internacional. O que ganha o Brasil em ser severo contra as posições das democracias ocidentais e estar no lado contrário de Joe Biden, dos EUA, Emmanuel Macron, da França, e Olaf Scholz, primeiro-ministro alemão? A necessidade da compra de fertilizantes da Rússia parece ser um argumento insuficiente no apoio velado a Putin (nesse caso, paradoxalmente, Lula tem a companhia algo desairosa tanto de Jair Bolsonaro como de Donald Trump). Ao sair do governo em 2010, Lula tinha altíssimos índices de popularidade e certa relevância internacional. Agora enfrenta um país dividido, calcificado, e não conseguiu encontrar ainda seu papel na arena internacional. Há década e meia atrás ele era “o cara”, segundo o ex-presidente Barack Obama. Hoje não mais. Segundo Obama, em suas memórias, “Lula tinha os escrúpulos de um chefão do Tammany Hall e circulavam boatos de clientelismo governamental, negócios por debaixo do pano e propinas na casa dos milhões”. Está na Página 353 de Uma Terra Prometida, para quem quiser conferir. Tammany Hall, não por acaso, é uma quadrilha política que agiu por décadas no estado de Nova York. Após a glória e o ocaso na prisão, e até mesmo com perda de prestígio internacional, Lula se reinventou politicamente como o salvador da democracia brasileira, líder de uma frente ampla que unia esquerda, centristas, moderados, empresários e muita gente que apertou o 13 para evitar os riscos e as bizarrices do governo Bolsonaro. Do ponto de vista internacional coloca tudo a perder ao apoiar, velada ou abertamente, ditadores e terroristas em diferentes locais do mundo
Um presidente pequeno Diego Escosteguy, O Bastidor (18/02/2024) As declarações de Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, em Adis Abeba, na Etiópia, expuseram, mais uma vez, um presidente aprisionado numa visão de mundo simplista e sectária - um presidente ideologicamente seletivo tanto em sua solidariedade quanto em sua indignação. Quanto mais fala, mais o líder que se pretende um estadista do século XXI revela-se um caudilho do século XX. Apresenta-se como um presidente, antes de tudo, pequeno. Como se pode assistir abaixo (na íntegra e sem cortes), Lula ainda divide o mundo entre ricos e pobres. Os ricos são maus e colonizadores. Os pobres são bons e explorados - são, em resumo, “as soluções”, como ele diz, para os problemas do planeta. Parece um discurso extraído de uma reunião esfumaçada de calouros de um centro estudantil da década de 1970. Lula se propõe a liderar os pobres do “Sul Global” num movimento rumo à prosperidade. As boas intenções não escondem a pobreza intelectual e a ingenuidade política. A raiz das ideias (mal) articuladas por Lula está num bolo ideológico pseudomarxista que já era bolorento na década de 1980, embora ainda seja consumido sem moderação em algumas universidades brasileiras. Entre os ingredientes, estão uma hostilidade atávica e paranoica aos Estados Unidos e à Europa, reduzidos, nas versões mais generosas, a colonizadores ricos. Por contraponto ao capitalismo, e por incapacidade de manter pensamentos contraditórios na cabeça, a então União Soviética era fonte de inspiração e de respeito. Como a Rússia totalitária e assassina de Vladimir Putin o é hoje, embora de maneira um tanto envergonhada. Essa prisão ideológica, na qual Lula se sente confortável para porfiar estultices, permite o silêncio sobre os abusos de poder e as violações sistemáticas de Direitos Humanos na Venezuela, incluindo as mais recentes, sobre os quais o presidente brasileiro disse ainda "não ter as informações". O petista também pediu cautela quanto à morte na prisão de Alexey Navalny, principal opositor do regime de Putin, ao ser perguntado sobre o assunto. "É preciso ter bom senso", disse. "É preciso ter uma investigação para saber do que o sujeito morreu. (...) Para que essa pressa?" Parece inacreditável que Lula acredite ser possível esperar alguma investigação séria da Rússia sobre a morte de Navalny. Afinal, somente alguém ignorante quanto à natureza do regime de Putin poderia afirmar algo tão desprovido de sentido. Basta, porém, acompanhar a rede de blogs e sites de quem se diz da esquerda brasileira para entender por que Lula fala tanta bobagem. Nesse rincão, prevalecem, com status de informação factual, as peças de propaganda disseminadas pelo Kremlin - agitprop de péssimo nível, diluída em erros grosseiros, mas, ainda assim, agitprop suficiente para quem precisa de sua dose cotidiana de ficção ideológica. É simples produzir esse novichok informacional. Misture três substâncias: “CIA”, “mídia ocidental” e “nazistas”. A paralisia cerebral do alvo é garantida; os retuítes, também. O silêncio de Lula sobre as atrocidades de Putin, e os riscos existenciais que elas representam à civilização ocidental, espelha o silêncio de Donald Trump. Para o gângster russo, tanto Trump quanto Lula são peças úteis, e idiotas úteis, na mais benigna da hipóteses, em sua campanha expansionista e belicosa contra o Ocidente. As propagandas do Kremlin fazem sucesso entre a direita americana e a esquerda brasileira porque ambas estão unidas pela desconfiança e, não raro, pelo desprezo às instituições que compõem as democracias liberais. É o alicerce daquilo que chamamos de Estado Democrático de Direito - esse edifício que, dizem alguns, Lula foi eleito para proteger. Lula pode falar asneiras antidemocráticas e iliberais impunemente porque o país que ele preside pouco se importa com essas vulgaridades burguesas - coisa da Direita, afirmam os bonequinhos brasileiros abastecidos pelo Kremlin. É essa ordem ocidental, imperfeita como é e que, se seguir existindo, sempre será, que permite o avanço da defesa de Direitos Humanos e a proteção de minorias, como mulheres, negros, indígenas e a comunidade LGBTQIA+, entre tantas outras. Como, por exemplo, uma minoria pouco citada: os judeus, que são alvos constantes de críticas e ataques - mas nunca, jamais, veja bem, de antissemitismo. Imaginem que absurdo. É por beber dessa ideologia venenosa e, também, por sua predileção por enxergar o mundo entre opressores e oprimidos que Lula expõe sua incoerência e sua seletividade, para não falar de sua ignorância ultrajante, ao mencionar a guerra em Gaza. O presidente poderia insistir em sua preocupação, compartilhada por muitos, sobre as vítimas civis da campanha israelense no território palestino. É perfeitamente possível apontar a falta de proporcionalidade nos ataques militares em Gaza, condenar o governo autoritário de Benjamin Netanyahu e, ao mesmo tempo, reconhecer que: 1. O Hamas é uma organização terrorista, cuja formação visa ao extermínio de judeus e à eliminação de Israel; 2. A incursão do Hamas em Israel foi um ato terrorista - o pior desde o Holocausto; e 3. Israel tem direito de se defender e enfrenta um inimigo num conflito assimétrico e de combate difícil. Se, desde o ataque do Hamas em outubro, que precipitou a guerra, Lula tivesse condenado de modo inequívoco o ato terrorista e prestado verdadeira solidariedade a Israel e ao povo judaico, sua indignação pelas vítimas palestinas, entre elas milhares de crianças, não seria percebida como incoerente e seletiva. É assim percebida por ser, de fato, incoerente e seletiva. É por isso que não há surpresa quando Lula recorre a um ardil retórico retirado das peças de propaganda antissemita para atacar Israel. Ao comparar as ações de Netanyahu em Gaza ao que Hitler fez no Holocausto, o presidente brasileiro não revela somente sua ignorância histórica e sua seletividade moral. Demonstra estar com o discurso alinhado com os terroristas do Hamas. Tanto que a organização não tardou a agradecê-lo. Para o Hamas, Lula é grande. Para alguns brasileiros, sobretudo em Brasília e na opinião pública, Lula pode não ser grande, mas era a melhor opção disponível para impedir um segundo mandato de Jair Bolsonaro, um ex-capitão do Exército que se notabilizou por defender a barbárie da ditadura militar, incluindo torturas e prisões políticas. Eleito, mobilizou o medo de um comunismo inexistente, promoveu o negacionismo sanitário em meio a uma pandemia global, elevou malucos da extrema direita ao poder, instrumentalizou a liberdade de expressão para atacar seus inimigos no Judiciário e, fosse isso pouco, planejou um golpe militar para se manter no poder. Não é preciso meter-se em exercícios inúteis de comparação entre Lula e Bolsonaro, os dois principais líderes políticos do país, para saber que o Brasil está mal de democratas.
Seguindo a máxima do brasileiro de beber até cair e nesse processo virar um presidente de um país decadente de terceiro mundo. 😜
É por isso que não uso drogas. Os neurônios que me sobram, faz uma falta tremenda na cognição de Monark. image