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32° Dia de Estudo Bíblico

No 32º dia do nosso estudo bíblico, refletimos sobre a riqueza dos quatro Evangelhos, a sabedoria dos Padres da Igreja e a forma como a Igreja lida com as fraquezas humanas. A Palavra de Deus não esconde os erros dos seus discípulos, mas os transforma em caminho de conversão e salvação.

🕊️ Santo Ambrósio e a Leitura dos Evangelhos

Santo Ambrósio (340–397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja, foi responsável pela conversão e batismo de Santo Agostinho. Em sua obra Commentarium in Lucan, ele associa os Evangelhos a figuras simbólicas:

  • Mateus → Livro moral, voltado aos costumes humanos.
  • Marcos → Leão, pela força divina expressa logo no início:
    “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1).
  • João → Águia, pela profundidade dos mistérios da ressurreição.

✒️ São João Crisóstomo: A Força da Verdade em Quatro Testemunhos

Em sua obra Homiliae in Matthaeum, São João Crisóstomo explica por que não bastava um único Evangelho:

“Se todos estivessem acordes em tudo, pensariam os adversários que houve entre os autores um entendimento prévio... As pequenas divergências provam a veracidade. Se um só tivesse dito tudo, os demais seriam supérfluos.”

A diversidade dos relatos confirma a autenticidade da mensagem. Como afirma o Bispo José Falcão, a vinda de Jesus foi um evento único na história — e por isso exigiu múltiplas visões.


📚 A Verdade que Não Oculta as Fraquezas

Os Evangelhos não escondem os erros dos discípulos:

  • Pedro negou Jesus.
  • Judas Iscariotes traiu o Mestre.
  • Paulo perseguiu os cristãos.
  • Tomé duvidou da ressurreição.

Essa honestidade é prova da virtude dos textos. A Igreja não ignora as fraquezas, mas as enfrenta com fé e caridade.


⚔️ A Correção Fraterna e a Expulsão Pastoral

Em 1Coríntios 5,5, São Paulo fala sobre um homem que vivia em pecado:

“Entreguem esse homem a Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor.”

Essa expressão significa expulsar da comunidade quem persiste no pecado sem arrependimento. Jesus ensina o mesmo em Mateus 18,15–17:

“Se teu irmão pecar... trata-o como um pagão ou um publicano.”

A exclusão não é punição, mas um ato de caridade — como uma mãe que interna o filho dependente para salvá-lo.


🧠 Judas e o Livre Arbítrio

Em João 13,26–27, Jesus entrega Judas ao demônio:

“É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado... Depois do pão, Satanás entrou nele.”

Judas escolheu o pecado, e Deus — que respeita a liberdade humana — permitiu que seguisse seu caminho. Como diz Romanos 1:

“Deus os entregou às suas paixões.”


🧱 Himeneu e Alexandre: A Disciplina para Salvar

Em 1 Timóteo 1,18–20, Paulo entrega dois homens a Satanás:

“...a fim de que aprendam a não mais blasfemar.”

A finalidade é educativa, não punitiva. A disciplina é um remédio para a alma.


🔥 Mortificar o Corpo para Salvar a Alma

A correção exige renúncia. Como ensina Colossenses 3,5:

“Façam morrer aquilo que em vocês pertence à terra: fornicação, impurezas, paixão, desejos maus e a cobiça, que é idolatria.”

Mortificar o corpo é renunciar às paixões para que a alma seja livre para Deus.


🙏 Conclusão: A Igreja Corrige para Salvar

Os Evangelhos são verdadeiros porque não escondem as fraquezas. A Igreja, como mãe, corrige com amor. A exclusão pastoral, quando necessária, é um ato de caridade — para que o pecador, ao se afastar, possa reencontrar o caminho da salvação.

Que possamos aprender com os erros dos discípulos e permitir que a Palavra nos transforme. Porque, como disse Jesus, “quem crer será salvo” — mas é preciso crer com o coração aberto e a vida convertida.

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