Hoje visitei a Bitcoin Beach, uma praia chamada El Zonte. Fica perto da praia onde estou, uma zona conhecida pelo surf, com ondas de classe
mundial. Aqui há muitos sĂtios onde podemos pagar com Bitcoin, mas a maior parte ainda prefere dĂłlares. Na Bitcoin Beach Ă© o contrário, por isso fui lá ver. Toda a vila e praia aceita Bitcoin — atĂ© as barracas ambulantes junto Ă estrada.
Nada nos faz sentir mais “ricos” do que visitar paĂses pobres para sabermos como somos priveligiados pois já nĂŁo valorizamos coisas basicas como saneamento. Há dez anos, El Salvador tinha uma das maiores taxas de homicĂdio da AmĂ©rica — talvez atĂ© do mundo — e agora Ă© um paĂs seguro, cheio de polĂcias em todo o lado. Os polĂcias sĂŁo simpáticos, cumprimentam as pessoas.
O paĂs está claramente a ser construĂdo. Ainda há muita pobreza e lixo nas ruas, aquelas caracterĂsticas tĂpicas de paĂses do terceiro mundo, mas tambĂ©m se veem muitas obras em andamento. O lado menos positivo Ă© que esta zona verde e montanhosa, cheia de palmeiras, já está a ficar marcada pela construção. Provavelmente, nos prĂłximos anos, vai transformar-se num destino turĂstico gigante para americanos virem gastar dĂłlares.
Mesmo assim, impressiona ver um paĂs subdesenvolvido onde há comunidades que já vivem no futuro, com economias baseadas em Bitcoin. É verdade que sĂŁo pequenas comunidades espalhadas por El Salvador, nĂŁo Ă© ainda algo generalizado. No resto do paĂs as pessoas continuam a preferir dĂłlares. Mas Ă© curioso como, nestes locais, já se vive aquilo que para mim seria o futuro: um futuro com padrĂŁo Bitcoin. NĂŁo sei se estou no passado ou no futuro — mas Ă© fascinante.
As pessoas são afáveis e simpáticas. O clima é ótimo. O sol nasce e põe-se no mar, algo que me fez confusão, El Salvador tem 2 "golden hours".
