O chocante caso da britânica ligada à realeza e condenada por morte de bebê
O chocante caso da britânica ligada à realeza e condenada por morte de bebê
Metropolitan Police Handout via Getty Images e BBC
No início da noite de 5 de janeiro de 2023, a polícia foi chamada por conta de um carro em chamas abandonado no acostamento da rodovia M61, perto de Bolton, na Inglaterra.
Dentro dos destroços, os policiais encontraram 2 mil libras (cerca de R$ 15 mil) em espécie, 34 celulares baratos e o passaporte de uma mulher.
Uma placenta enrolada em uma toalha foi encontrada no banco de trás. Ela revelou à polícia a existência de um bebê recém-nascido.
A dona do passaporte e seu parceiro, como viria à tona, eram bem conhecidos dos serviços sociais. Teve início então uma busca nacional para encontrá-los, que rapidamente ganhou destaque no noticiário.
Mas pelos dois meses seguintes, durante um inverno rigoroso, o casal fez de tudo para evitar ser pego. Apesar de ter acesso a muito dinheiro, eles viveram de forma precária em uma barraca barata, revirando lixeiras.
Quando acabaram sendo presos no fim de fevereiro, a bebê não estava mais com eles — e se recusaram a dizer à polícia onde ela estava.
O casal estava tentando desesperadamente ficar fora do alcance das autoridades porque não era seu primeiro filho. Eles tinham outros quatro filhos — todos eles haviam sido retirados da tutela deles pela assistência social.
Poucos dias depois, a polícia fez uma descoberta terrível em um galpão em Brighton, perto de onde os dois haviam sido presos. Dentro de uma sacola reutilizável de supermercado, coberta de terra e lixo, foi encontrado o corpo de uma menina, com apenas algumas semanas, enrolado em um lençol rosa.
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A BBC vem investigando a vida de Constance Marten e Mark Gordon, assim como os acontecimentos que levaram à morte de Victoria, quinto filho do casal.
Marten é de uma família rica com fortes conexões com a realeza — ela contou a amigos que brincava com os príncipes William e Harry quando era criança. Gordon é filho de uma enfermeira que emigrou do Caribe para o Reino Unido.
Na adolescência, ela viajou para a Nigéria para se juntar a uma igreja evangélica, enquanto ele foi enviado para uma prisão na Flórida por estupro.
A história de como as vidas de Constance Marten e Mark Gordon se cruzaram, depois mergulharam no caos e, por fim, levaram a uma tragédia, começa logo após a Segunda Guerra Mundial.
No fim de novembro de 1949, um casamento deslumbrante da alta sociedade, com a presença do rei e da rainha, foi realizado no Palácio de St James.
A noiva era afilhada da rainha, uma herdeira fascinante que possuía uma das mais belas casas de campo da Inglaterra, a Crichel House.
Uma década depois, ela deu à luz um filho, Napier. Educado no Eton College, ele serviu como pajem de honra da rainha Elizabeth 2ª — uma distinção concedida aos filhos adolescentes de membros da nobreza.
Napier se casou com uma socialite chamada Virginie Camu em 1986 e, posteriormente, teve três filhos. A mais velha, chamada Constance, nasceu em maio de 1987 — e logo ficou conhecida por quase todo mundo pelo apelido "Toots".
A mãe de Mark Gordon, Sylvia, chegou ao Reino Unido como parte da geração Windrush. Ela se casou com Luckel Satchell, também da Jamaica, com quem teve quatro filhos. Mas o casamento terminou quando ela estava grávida de Gordon, seu quinto filho, que deu à luz em 1974.
Karen Satchell, irmã de Gordon, disse à BBC que seu irmão mais novo era um garoto tímido que podia ser "um pouco travesso".
"Eu nunca vi ele brigar", ela afirmou. "Não mesmo, nunca."
Quando Gordon ainda era pequeno, Sylvia deixou seu emprego como enfermeira na fábrica de automóveis Chrysler, em Midlands, e se mudou para os EUA, se estabelecendo na Flórida. Foi lá, aos 14 anos, enquanto crescia não muito longe do centro de Miami, que Gordon, na foto abaixo, cometeu um crime brutal.
Mark Gordon cometeu um crime brutal aos 14 anos
Florida State Attorney
Os crimes
Os documentos judiciais nos EUA mostram que, nas primeiras horas de uma manhã de abril de 1989, ele invadiu a casa da vizinha de 30 anos, armado com uma tesoura de jardinagem e uma faca de cozinha.
Vestido de preto, com uma máscara de meia sobre o rosto, Gordon disse à mulher, conforme foi informado no julgamento, que não gritasse ou mataria seu filho e sua filha, que estavam dormindo no quarto ao lado. Durante as quatro horas e meia seguintes, ele a estuprou sob a ameaça de uma faca.
"Ele me disse para me despedir dos meus filhos porque esse era o dia em que eu iria morrer", contou a vítima ao tribunal durante o anúncio da sentença.
Nos dias que se seguiram ao ataque, um policial que patrulhava a vizinhança encontrou uma meia-calça de náilon com furos para os olhos e nariz, do lado de fora da casa de Gordon, que foi levado para interrogatório.
Gordon inicialmente se declarou culpado, mas depois voltou atrás, e foi a julgamento.
Na audiência para anúncio da sentença em 1990, a mulher que ele havia estuprado implorou ao juiz para impor uma pena severa a Gordon, que já estava com 15 anos.
"Peço que você garanta que esse homem não tenha a oportunidade de destruir mais vidas", ela disse. "Não tenha misericórdia."
Mark Gordon foi condenado a 40 anos de prisão.
Enquanto Gordon estava atrás das grades na Flórida, Marten — 13 anos mais nova — estava crescendo em Dorset, na Inglaterra.
Ela frequentava a St Mary's, em Shaftesbury, uma escola particular para meninas, onde tinha a reputação de ser um pouco rebelde. Aos sete anos, seus pais se separaram. Seu pai teria deixado a família para uma jornada de descoberta espiritual na Austrália, enquanto a mãe de Marten estava grávida do quarto filho. Mais tarde, ela se casou novamente.
A BBC apurou que, depois de concluir os estudos na escola em 2006, Marten e a mãe viajaram para a Nigéria para visitar uma igreja chamada Sinagoga de Todas as Nações (Scoan, na sigla em inglês), em Lagos.
A mãe de Marten, agora conhecida como Virginie De Selliers, voltou para o Reino Unido, enquanto a filha ficou por lá para se tornar discípula.
Uma investigação da BBC Africa Eye encontrou evidências de abuso e tortura generalizados na Scoan sob a liderança de TB Joshua, incluindo alegações de estupro cometidos pelo próprio Joshua e abortos forçados, durante quase 20 anos. O pregador morreu em 2021.
Vários ex-discípulos disseram à BBC que foram abusados física e sexualmente por Joshua, na foto abaixo em 2014, a quem chamavam de "daddy" ("papai"). A BBC não tem motivos para acreditar que Marten — que tinha 19 anos na época — tenha sido submetida a qualquer tipo de abuso no local.
T.B. Joshua é um dos evangelistas mais influentes da África, com políticos importantes entre seus seguidores
AFP
Enquanto estava na Scoan, Marten conheceu uma discípula chamada Angie, que desde então já deixou a igreja.
Ela se lembra de Marten como "brilhante, espirituosa, compassiva, engraçada, gentil e muito independente".
Angie diz que todas as discípulas do sexo feminino — inclusive Marten — moravam no mesmo dormitório. Solicitadas a denunciar umas às outras em reuniões públicas humilhantes, elas muitas vezes passavam fome e eram privadas de sono.
"É muito difícil explicar como aquele lugar era assustador", diz Angie, que passou 10 anos na igreja enquanto era liderada por Joshua. "Era um lugar de tortura e abuso psicológico, abuso físico, abuso espiritual e abuso sexual."
A BBC entrou em contato com Virginie de Selliers para comentar o assunto, mas ela não respondeu.
Depois de quatro meses, Marten foi expulsa da Scoan, e retornou ao Reino Unido, onde se matriculou no curso de Estudos Árabes e do Oriente Médio na Universidade de Leeds, e passou um ano no Cairo.
Ainda estudante, Marten apareceu na revista Tatler, aos 21 anos, sendo apresentada como "babe of the month", algo como "garota do mês". No artigo de janeiro de 2009, ela fala sobre uma festa organizada por um visconde como "um banquete libertino da Grécia antiga", e diz que planeja fazer uma tatuagem de tartaruga.
Seis anos depois de deixar Lagos, Marten entrou em contato com Angie no Facebook. Nas mensagens, às quais a BBC teve acesso, ela fala sobre sua temporada na igreja de Tb Joshua.
"Eu não falei com ninguém sobre o que aconteceu na sinagoga", ela escreve em outubro de 2012. Ela nunca quis acreditar que Scoan era uma seita, ela continua.
"Levei anos para voltar ao normal."
A Scoan não respondeu às alegações na investigação da BBC Africa Eye, mas disse que as alegações anteriores eram infundadas e: "Fazer alegações infundadas contra o profeta TB Joshua não é uma ocorrência nova ... Nenhuma das alegações foi jamais comprovada".
Depois da universidade, Marten trabalhou como pesquisadora no canal de notícias da Al Jazeera, e tentou fazer um documentário sobre TB Joshua. Mas em 2015, ela havia deixado o jornalismo, e estava estudando para se tornar atriz.
Ade Oshineye estudou com ela na East 15 Acting School.
"Ela é uma daquelas pessoas que se destacam na multidão", diz Ade. "É uma pessoa marcante."
Outra amiga de Marten na época era SHNO — hoje atriz e artista musical.
"Ela era uma pessoa muito legal", afirma SHNO. "Era muito especial, sempre via o melhor nas pessoas."
Marten dizia aos amigos da escola de teatro que era a ovelha negra da família. E, segundo ela, havia se afastado dos pais, mas ainda era muito amiga de um de seus irmãos. SHNO também se lembra de Marten falando sobre aspectos de sua infância que revelavam sua origem privilegiada.
"Ela me disse que costumava brincar com o príncipe Harry e o príncipe William", conta SHNO. "Ela dizia isso como se fosse bastante normal."
Tanto Ade quanto SHNO presumiram que Marten teria uma carreira de atriz bem-sucedida pela frente.
Mas no início de 2016, Marten desapareceu. Ela não aparecia mais nas aulas, não retornava as ligações, e ninguém conseguia entrar em contato com ela nas redes sociais.
"Foi um salto enorme de ser muito sociável para, de repente, você não conseguir entrar em contato com ela", diz Ade.
"Ela simplesmente desapareceu sem deixar rastros".
Gordon havia sido libertado da prisão no início de 2010, após cumprir 20 anos. Ele foi deportado de volta para o Reino Unido, onde foi colocado no registro de criminosos sexuais.
Sua irmã, Karen Satchell, afirma que ele sempre foi reservado sobre o tempo que passou na prisão.
"Até hoje, ele nunca falou sobre isso", diz ela. "Essa é a maneira dele de lidar com isso — ele guardou para si toda a turbulência e o trauma que passou lá dentro."
Marten diz que seu primeiro contato com Gordon foi em uma loja de incensos em Tottenham, no norte de Londres. Sua família o conheceu logo no início, eles dizem, e ficou muito apreensiva com o relacionamento. Mas, em 2017, Marten e Gordon estavam fazendo mochilão pela América do Sul e, quando retornaram ao Reino Unido, Marten — agora com 30 anos — estava grávida do primeiro filho.
Havia preocupações com o bebê mesmo antes do nascimento.
Marten não compareceu aos exames pré-natais até os seis meses de gestação, e disse às parteiras que morava em um trailer. Quando ela parou de comparecer às consultas, a equipe médica preocupada emitiu um alerta nacional, pedindo a outros hospitais que ficassem atentos a ela e Gordon. Mas eles já haviam deixado Londres.
Mais tarde, Marten disse que eles se mudaram para o País de Gales para se afastar da família dela, que, segundo ela, havia contratado detetives particulares para segui-la, pois não aprovavam Gordon.
À medida que a data prevista para o parto de Marten se aproximava, ela e Gordon estavam vivendo em uma barraca perto de um estacionamento de supermercado em Carmarthen.
Ao chegar ao hospital após entrar em trabalho de parto, Marten apresentava sinais de paranoia crescente. Ela deu um nome falso e falou com um sotaque irlandês — dizendo à equipe que era da comunidade nômade.
Mas a equipe não ficou convencida e, lembrando-se do alerta nacional emitido em Londres, chamou a polícia.
Houve confronto, e os policiais, auxiliados por outros pais que estavam na ala da maternidade, tiveram que usar gás lacrimogêneo para conter Gordon. Ele foi preso e posteriormente condenado a 20 semanas de prisão por agredir duas policiais, perdendo as primeiras semanas de vida do filho recém-nascido.
Com o parceiro atrás das grades, Marten foi para uma casa de acolhimento para mães e bebês que precisam de apoio extra. Mas logo surgiram dúvidas sobre sua capacidade de cuidar do filho de forma segura.
Assistentes sociais encontraram garrafas de vinho no quarto dela, e alertaram Marten sobre os riscos de adormecer com o bebê no peito. Em seis meses, foi emitida uma ordem de supervisão, permitindo que os serviços sociais monitorassem a criança.
Esse foi o início de uma longa jornada pelas varas de família.
Documentos obtidos pela BBC revelam a extensão das interações do casal com os serviços sociais.
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Eles também mostram que Marten e Gordon muitas vezes se representavam, em vez de usar advogados, contavam mentiras, às vezes não compareciam às audiências, e pareciam evitar deliberadamente fornecer evidências.
No fim de 2018, o casal estava de volta a Londres. Eles moraram em vários endereços, e saíram sem pagar o aluguel mais de uma vez, de acordo com os proprietários.
Ex-vizinhos dizem que Marten e Gordon não pareciam ter emprego, raramente saíam e, às vezes, tinham brigas acaloradas.
Após o nascimento do segundo filho, os serviços sociais foram novamente envolvidos.
Mas um juiz da vara de família ficou especialmente preocupado depois que Marten caiu de uma janela do primeiro andar, quando estava grávida de 14 semanas do terceiro filho. Quando uma equipe de ambulância chegou, Gordon inicialmente se recusou a deixá-los entrar, e a polícia foi chamada.
Marten passou oito dias no hospital, mas o bebê que estava no útero não se machucou.
Quando saiu do hospital, Marten fugiu para a Irlanda com os dois filhos, mas eles foram levados para um abrigo assim que ela voltou. Marten e Gordon nunca conseguiram recuperá-los.
Marten disse à polícia que estava tentando consertar a antena da televisão quando caiu da janela, mas um juiz determinou mais tarde, com base no princípio de preponderância de provas, que foi Gordon quem "causou" a queda.
O casal colocou seu relacionamento acima de "todas as outras considerações", escreveu o juiz da vara de família em fevereiro de 2021, e considerou "todas as ofertas de apoio como hostis".
Os vizinhos se lembram de policiais passando por lá várias vezes antes da chegada do terceiro filho do casal, e de serem solicitados a "nos avisar se ouvirem o som de um bebê".
Duas semanas após o nascimento, essa criança também foi retirada da tutela deles.
Marten e Gordon podiam visitar os filhos — eles tocavam música ou levavam presentes para eles. Também consolavam as crianças quando estavam chateadas, cantavam e dançavam com elas. Gordon plantou sementes de maçã no jardim do centro de contato — uma para cada membro da família.
Até que ele e Marten começaram a perder as sessões de contato com os filhos.
Eles não deram nenhuma explicação às crianças sobre as ausências e, por fim, pararam de comparecer completamente.
Em maio de 2021, Marten deu à luz um quarto filho, que foi removido da tutela delas depois de apenas uma semana. Oito meses depois, em janeiro de 2022, um juiz da vara de família decidiu que, embora houvesse "imagens vívidas do que poderia, se fosse o panorama completo, ser uma família amorosa e integrada", todas as quatro crianças — todas elas com menos de 10 anos — deveriam ser removidas permanentemente da tutela do casal.
No último minuto, Marten ofereceu se separar de Gordon a fim de obter a custódia dos filhos — mas o juiz simplesmente não acreditou que ela realmente faria isso.
"Quando foi dada a eles a opção de considerar o que é certo para as crianças, e o que é certo para eles mesmos, eles escolheram a si mesmos", diz Samantha Yelland, promotora que trabalhou no caso.
"Eles são obcecados um pelo outro — a ponto de priorizarem um ao outro em vez dos filhos."
Em setembro de 2022, Marten estava grávida novamente. Temendo que esse bebê fosse levado embora, ela e Gordon deixaram sua casa no sudeste de Londres —novamente sem pagar o aluguel —, e se prepararam para desaparecer.
Marten estava juntando dinheiro e, nos quatro meses seguintes, ela e Gordon viveram em vários AirBnBs, se mudando com frequência para evitar serem descobertos.
Ela escondeu a gravidez com tanto cuidado que, se o carro deles não tivesse pegado fogo na rodovia em janeiro de 2023, a existência do novo bebê poderia ter permanecido em segredo.
Sem o passaporte de Marten, que havia ficado no carro, eles não podiam deixar o país. Em vez disso, ela e Gordon seguiram para o sul, chegando ao litoral perto de Brighton, onde viveram em uma barraca pequena e frágil no auge do inverno inglês.
À medida que a busca pela família desaparecida continuava, e a cobertura da imprensa se intensificava, Marten e Gordon foram avistados com o bebê, e foram capturados por câmeras de segurança.
Victoria foi vista vestida de forma inadequada para o clima frio — às vezes, sem meia, sem gorro e sem cobertor. Seus pais compraram um carrinho de bebê que não era apropriado para um recém-nascido, jogaram fora no mesmo dia, e carregavam a filha dentro do casaco de Marten, fechado com um zíper.
Marten diz que pegou no sono na barraca enquanto amamentava Victoria dentro do casaco. Ela alega ter acordado curvada sobre o bebê, com a testa no chão. Victoria não estava mais se movendo. "Ela estava completamente mole", e seus lábios estavam azuis, contou Marten aos detetives.
Ela e Gordon tentaram ressuscitar a filha, fazendo respiração boca a boca, e massageando o peito dela. Mas não houve resposta.
"Foi uma das piores coisas que já vi na minha vida", disse Gordon à polícia.
Constance Marten, de 38 anos, e Mark Gordon, de 51 anos, negaram ter feito mal a Victoria e ocultado sua morte
Metropolitan Police via BBC
O casal carregou o corpo dela em uma sacola de compras — e levou até para a praia em Brighton. Eles disseram que queriam enterrá-la, mas haviam comido tão pouco durante a fuga que não tiveram forças para cavar um buraco fundo o suficiente. Marten considerou cremar Victoria, e comprou uma garrafa de gasolina — mas depois teve dúvidas.
"Não acho que seja algo que eu vá superar", afirmou ela mais tarde perante um tribunal.
Após 54 dias, os policiais localizaram Marten e Gordon, e eles foram presos. O corpo de Victoria foi encontrado dois dias depois.
Um patologista concluiu que não era possível determinar a causa da morte, mas disse que a bebê poderia ter morrido devido ao frio ou por dormir junto com eles.
Constance Marten, de 38 anos, e Mark Gordon, de 51 anos, negaram ter feito mal a Victoria e ocultado sua morte, mas agora foram considerados culpados de homicídio culposo por negligência grave. Em seu primeiro julgamento, eles foram condenados por crueldade infantil, ocultação de nascimento e obstrução da Justiça.
O comportamento do casal durante o julgamento no Tribunal Central Criminal, conhecido como Old Bailey, em Londres, demonstrou sua persistente paranoia e desconfiança em relação às autoridades. Eles causavam disrupção e pareciam ter pouco respeito pelo tribunal criminal. Em determinado momento, o juiz os acusou de tentar "sabotar" o processo.
Marten negou que a filha tenha sido exposta a condições perigosas, dizendo que a recém-nascida foi mantida aquecida dentro do seu casaco. Ela classificou os serviços sociais como uma "abominação", e disse que seus quatro filhos sobreviventes haviam sido "roubados" dela "pelo Estado".
Ela disse ao tribunal que sua família havia sido dilacerada por discussões sobre o testamento da avó. Ao prestar depoimento, ela se referiu a um evento "traumático" da infância envolvendo um membro da família. Ela disse que havia "denunciado um abuso grave", e afirmou ao tribunal que sua família havia tentado tirar os filhos dela "como uma forma de se vingar de mim".
"Você está enfrentando essas pessoas que não vão parar por nada", ela disse.
O júri ouviu que os pais de Marten haviam contratado investigadores particulares para tentar localizá-la em três ocasiões.
O advogado de Gordon descreveu Marten como uma "leoa" que amava sua "cria". Seu próprio advogado disse que a morte de Victoria foi "um acidente terrível e trágico".
Gordon afirmou que a culpa pela morte da filha foi da polícia. A perseguição havia "forçado" eles a acampar em South Downs em circunstâncias que "não eram ideais".
Mas o advogado de acusação afirmou que mentiras haviam saído da boca de Marten "como confete ao vento". Marten e Gordon eram "indivíduos egoístas e arrogantes", ele disse, e "no meio desse relacionamento tóxico estava um bebê que claramente não estava sendo cuidado adequadamente".
Victoria era o quinto filho de dois pais caóticos que já haviam tido quatro filhos removidos da tutela deles. Não se sabe exatamente quando ela nasceu — ou quando morreu. Ela nunca havia sido examinada por um profissional de saúde ou recebido um lar seguro e acolhedor para viver. Seus pais tomaram decisões que colocaram sua vida em perigo e, por fim, levaram à sua morte.
Como a acusação disse no tribunal, Victoria "'não tinha nenhuma chance".
O Painel de Revisão de Práticas de Proteção à Criança está realizando uma análise nacional sobre a morte de Victoria, para examinar como "as agências podem proteger melhor as crianças em circunstâncias semelhantes".
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Metropolitan Police Handout via Getty Images e BBC
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Dentro dos destroços, os policiais encontraram 2 mil libras (cerca de R$ 15 mil) em espécie, 34 celulares baratos e o passaporte de uma mulher.
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A dona do passaporte e seu parceiro, como viria à tona, eram bem conhecidos dos serviços sociais. Teve início então uma busca nacional para encontrá-los, que rapidamente ganhou destaque no noticiário.
Mas pelos dois meses seguintes, durante um inverno rigoroso, o casal fez de tudo para evitar ser pego. Apesar de ter acesso a muito dinheiro, eles viveram de forma precária em uma barraca barata, revirando lixeiras.
Quando acabaram sendo presos no fim de fevereiro, a bebê não estava mais com eles — e se recusaram a dizer à polícia onde ela estava.
O casal estava tentando desesperadamente ficar fora do alcance das autoridades porque não era seu primeiro filho. Eles tinham outros quatro filhos — todos eles haviam sido retirados da tutela deles pela assistência social.
Poucos dias depois, a polícia fez uma descoberta terrível em um galpão em Brighton, perto de onde os dois haviam sido presos. Dentro de uma sacola reutilizável de supermercado, coberta de terra e lixo, foi encontrado o corpo de uma menina, com apenas algumas semanas, enrolado em um lençol rosa.
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A BBC vem investigando a vida de Constance Marten e Mark Gordon, assim como os acontecimentos que levaram à morte de Victoria, quinto filho do casal.
Marten é de uma família rica com fortes conexões com a realeza — ela contou a amigos que brincava com os príncipes William e Harry quando era criança. Gordon é filho de uma enfermeira que emigrou do Caribe para o Reino Unido.
Na adolescência, ela viajou para a Nigéria para se juntar a uma igreja evangélica, enquanto ele foi enviado para uma prisão na Flórida por estupro.
A história de como as vidas de Constance Marten e Mark Gordon se cruzaram, depois mergulharam no caos e, por fim, levaram a uma tragédia, começa logo após a Segunda Guerra Mundial.
No fim de novembro de 1949, um casamento deslumbrante da alta sociedade, com a presença do rei e da rainha, foi realizado no Palácio de St James.
A noiva era afilhada da rainha, uma herdeira fascinante que possuía uma das mais belas casas de campo da Inglaterra, a Crichel House.
Uma década depois, ela deu à luz um filho, Napier. Educado no Eton College, ele serviu como pajem de honra da rainha Elizabeth 2ª — uma distinção concedida aos filhos adolescentes de membros da nobreza.
Napier se casou com uma socialite chamada Virginie Camu em 1986 e, posteriormente, teve três filhos. A mais velha, chamada Constance, nasceu em maio de 1987 — e logo ficou conhecida por quase todo mundo pelo apelido "Toots".
A mãe de Mark Gordon, Sylvia, chegou ao Reino Unido como parte da geração Windrush. Ela se casou com Luckel Satchell, também da Jamaica, com quem teve quatro filhos. Mas o casamento terminou quando ela estava grávida de Gordon, seu quinto filho, que deu à luz em 1974.
Karen Satchell, irmã de Gordon, disse à BBC que seu irmão mais novo era um garoto tímido que podia ser "um pouco travesso".
"Eu nunca vi ele brigar", ela afirmou. "Não mesmo, nunca."
Quando Gordon ainda era pequeno, Sylvia deixou seu emprego como enfermeira na fábrica de automóveis Chrysler, em Midlands, e se mudou para os EUA, se estabelecendo na Flórida. Foi lá, aos 14 anos, enquanto crescia não muito longe do centro de Miami, que Gordon, na foto abaixo, cometeu um crime brutal.
Mark Gordon cometeu um crime brutal aos 14 anos
Florida State Attorney
Os crimes
Os documentos judiciais nos EUA mostram que, nas primeiras horas de uma manhã de abril de 1989, ele invadiu a casa da vizinha de 30 anos, armado com uma tesoura de jardinagem e uma faca de cozinha.
Vestido de preto, com uma máscara de meia sobre o rosto, Gordon disse à mulher, conforme foi informado no julgamento, que não gritasse ou mataria seu filho e sua filha, que estavam dormindo no quarto ao lado. Durante as quatro horas e meia seguintes, ele a estuprou sob a ameaça de uma faca.
"Ele me disse para me despedir dos meus filhos porque esse era o dia em que eu iria morrer", contou a vítima ao tribunal durante o anúncio da sentença.
Nos dias que se seguiram ao ataque, um policial que patrulhava a vizinhança encontrou uma meia-calça de náilon com furos para os olhos e nariz, do lado de fora da casa de Gordon, que foi levado para interrogatório.
Gordon inicialmente se declarou culpado, mas depois voltou atrás, e foi a julgamento.
Na audiência para anúncio da sentença em 1990, a mulher que ele havia estuprado implorou ao juiz para impor uma pena severa a Gordon, que já estava com 15 anos.
"Peço que você garanta que esse homem não tenha a oportunidade de destruir mais vidas", ela disse. "Não tenha misericórdia."
Mark Gordon foi condenado a 40 anos de prisão.
Enquanto Gordon estava atrás das grades na Flórida, Marten — 13 anos mais nova — estava crescendo em Dorset, na Inglaterra.
Ela frequentava a St Mary's, em Shaftesbury, uma escola particular para meninas, onde tinha a reputação de ser um pouco rebelde. Aos sete anos, seus pais se separaram. Seu pai teria deixado a família para uma jornada de descoberta espiritual na Austrália, enquanto a mãe de Marten estava grávida do quarto filho. Mais tarde, ela se casou novamente.
A BBC apurou que, depois de concluir os estudos na escola em 2006, Marten e a mãe viajaram para a Nigéria para visitar uma igreja chamada Sinagoga de Todas as Nações (Scoan, na sigla em inglês), em Lagos.
A mãe de Marten, agora conhecida como Virginie De Selliers, voltou para o Reino Unido, enquanto a filha ficou por lá para se tornar discípula.
Uma investigação da BBC Africa Eye encontrou evidências de abuso e tortura generalizados na Scoan sob a liderança de TB Joshua, incluindo alegações de estupro cometidos pelo próprio Joshua e abortos forçados, durante quase 20 anos. O pregador morreu em 2021.
Vários ex-discípulos disseram à BBC que foram abusados física e sexualmente por Joshua, na foto abaixo em 2014, a quem chamavam de "daddy" ("papai"). A BBC não tem motivos para acreditar que Marten — que tinha 19 anos na época — tenha sido submetida a qualquer tipo de abuso no local.
T.B. Joshua é um dos evangelistas mais influentes da África, com políticos importantes entre seus seguidores
AFP
Enquanto estava na Scoan, Marten conheceu uma discípula chamada Angie, que desde então já deixou a igreja.
Ela se lembra de Marten como "brilhante, espirituosa, compassiva, engraçada, gentil e muito independente".
Angie diz que todas as discípulas do sexo feminino — inclusive Marten — moravam no mesmo dormitório. Solicitadas a denunciar umas às outras em reuniões públicas humilhantes, elas muitas vezes passavam fome e eram privadas de sono.
"É muito difícil explicar como aquele lugar era assustador", diz Angie, que passou 10 anos na igreja enquanto era liderada por Joshua. "Era um lugar de tortura e abuso psicológico, abuso físico, abuso espiritual e abuso sexual."
A BBC entrou em contato com Virginie de Selliers para comentar o assunto, mas ela não respondeu.
Depois de quatro meses, Marten foi expulsa da Scoan, e retornou ao Reino Unido, onde se matriculou no curso de Estudos Árabes e do Oriente Médio na Universidade de Leeds, e passou um ano no Cairo.
Ainda estudante, Marten apareceu na revista Tatler, aos 21 anos, sendo apresentada como "babe of the month", algo como "garota do mês". No artigo de janeiro de 2009, ela fala sobre uma festa organizada por um visconde como "um banquete libertino da Grécia antiga", e diz que planeja fazer uma tatuagem de tartaruga.
Seis anos depois de deixar Lagos, Marten entrou em contato com Angie no Facebook. Nas mensagens, às quais a BBC teve acesso, ela fala sobre sua temporada na igreja de Tb Joshua.
"Eu não falei com ninguém sobre o que aconteceu na sinagoga", ela escreve em outubro de 2012. Ela nunca quis acreditar que Scoan era uma seita, ela continua.
"Levei anos para voltar ao normal."
A Scoan não respondeu às alegações na investigação da BBC Africa Eye, mas disse que as alegações anteriores eram infundadas e: "Fazer alegações infundadas contra o profeta TB Joshua não é uma ocorrência nova ... Nenhuma das alegações foi jamais comprovada".
Depois da universidade, Marten trabalhou como pesquisadora no canal de notícias da Al Jazeera, e tentou fazer um documentário sobre TB Joshua. Mas em 2015, ela havia deixado o jornalismo, e estava estudando para se tornar atriz.
Ade Oshineye estudou com ela na East 15 Acting School.
"Ela é uma daquelas pessoas que se destacam na multidão", diz Ade. "É uma pessoa marcante."
Outra amiga de Marten na época era SHNO — hoje atriz e artista musical.
"Ela era uma pessoa muito legal", afirma SHNO. "Era muito especial, sempre via o melhor nas pessoas."
Marten dizia aos amigos da escola de teatro que era a ovelha negra da família. E, segundo ela, havia se afastado dos pais, mas ainda era muito amiga de um de seus irmãos. SHNO também se lembra de Marten falando sobre aspectos de sua infância que revelavam sua origem privilegiada.
"Ela me disse que costumava brincar com o príncipe Harry e o príncipe William", conta SHNO. "Ela dizia isso como se fosse bastante normal."
Tanto Ade quanto SHNO presumiram que Marten teria uma carreira de atriz bem-sucedida pela frente.
Mas no início de 2016, Marten desapareceu. Ela não aparecia mais nas aulas, não retornava as ligações, e ninguém conseguia entrar em contato com ela nas redes sociais.
"Foi um salto enorme de ser muito sociável para, de repente, você não conseguir entrar em contato com ela", diz Ade.
"Ela simplesmente desapareceu sem deixar rastros".
Gordon havia sido libertado da prisão no início de 2010, após cumprir 20 anos. Ele foi deportado de volta para o Reino Unido, onde foi colocado no registro de criminosos sexuais.
Sua irmã, Karen Satchell, afirma que ele sempre foi reservado sobre o tempo que passou na prisão.
"Até hoje, ele nunca falou sobre isso", diz ela. "Essa é a maneira dele de lidar com isso — ele guardou para si toda a turbulência e o trauma que passou lá dentro."
Marten diz que seu primeiro contato com Gordon foi em uma loja de incensos em Tottenham, no norte de Londres. Sua família o conheceu logo no início, eles dizem, e ficou muito apreensiva com o relacionamento. Mas, em 2017, Marten e Gordon estavam fazendo mochilão pela América do Sul e, quando retornaram ao Reino Unido, Marten — agora com 30 anos — estava grávida do primeiro filho.
Havia preocupações com o bebê mesmo antes do nascimento.
Marten não compareceu aos exames pré-natais até os seis meses de gestação, e disse às parteiras que morava em um trailer. Quando ela parou de comparecer às consultas, a equipe médica preocupada emitiu um alerta nacional, pedindo a outros hospitais que ficassem atentos a ela e Gordon. Mas eles já haviam deixado Londres.
Mais tarde, Marten disse que eles se mudaram para o País de Gales para se afastar da família dela, que, segundo ela, havia contratado detetives particulares para segui-la, pois não aprovavam Gordon.
À medida que a data prevista para o parto de Marten se aproximava, ela e Gordon estavam vivendo em uma barraca perto de um estacionamento de supermercado em Carmarthen.
Ao chegar ao hospital após entrar em trabalho de parto, Marten apresentava sinais de paranoia crescente. Ela deu um nome falso e falou com um sotaque irlandês — dizendo à equipe que era da comunidade nômade.
Mas a equipe não ficou convencida e, lembrando-se do alerta nacional emitido em Londres, chamou a polícia.
Houve confronto, e os policiais, auxiliados por outros pais que estavam na ala da maternidade, tiveram que usar gás lacrimogêneo para conter Gordon. Ele foi preso e posteriormente condenado a 20 semanas de prisão por agredir duas policiais, perdendo as primeiras semanas de vida do filho recém-nascido.
Com o parceiro atrás das grades, Marten foi para uma casa de acolhimento para mães e bebês que precisam de apoio extra. Mas logo surgiram dúvidas sobre sua capacidade de cuidar do filho de forma segura.
Assistentes sociais encontraram garrafas de vinho no quarto dela, e alertaram Marten sobre os riscos de adormecer com o bebê no peito. Em seis meses, foi emitida uma ordem de supervisão, permitindo que os serviços sociais monitorassem a criança.
Esse foi o início de uma longa jornada pelas varas de família.
Documentos obtidos pela BBC revelam a extensão das interações do casal com os serviços sociais.
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Eles também mostram que Marten e Gordon muitas vezes se representavam, em vez de usar advogados, contavam mentiras, às vezes não compareciam às audiências, e pareciam evitar deliberadamente fornecer evidências.
No fim de 2018, o casal estava de volta a Londres. Eles moraram em vários endereços, e saíram sem pagar o aluguel mais de uma vez, de acordo com os proprietários.
Ex-vizinhos dizem que Marten e Gordon não pareciam ter emprego, raramente saíam e, às vezes, tinham brigas acaloradas.
Após o nascimento do segundo filho, os serviços sociais foram novamente envolvidos.
Mas um juiz da vara de família ficou especialmente preocupado depois que Marten caiu de uma janela do primeiro andar, quando estava grávida de 14 semanas do terceiro filho. Quando uma equipe de ambulância chegou, Gordon inicialmente se recusou a deixá-los entrar, e a polícia foi chamada.
Marten passou oito dias no hospital, mas o bebê que estava no útero não se machucou.
Quando saiu do hospital, Marten fugiu para a Irlanda com os dois filhos, mas eles foram levados para um abrigo assim que ela voltou. Marten e Gordon nunca conseguiram recuperá-los.
Marten disse à polícia que estava tentando consertar a antena da televisão quando caiu da janela, mas um juiz determinou mais tarde, com base no princípio de preponderância de provas, que foi Gordon quem "causou" a queda.
O casal colocou seu relacionamento acima de "todas as outras considerações", escreveu o juiz da vara de família em fevereiro de 2021, e considerou "todas as ofertas de apoio como hostis".
Os vizinhos se lembram de policiais passando por lá várias vezes antes da chegada do terceiro filho do casal, e de serem solicitados a "nos avisar se ouvirem o som de um bebê".
Duas semanas após o nascimento, essa criança também foi retirada da tutela deles.
Marten e Gordon podiam visitar os filhos — eles tocavam música ou levavam presentes para eles. Também consolavam as crianças quando estavam chateadas, cantavam e dançavam com elas. Gordon plantou sementes de maçã no jardim do centro de contato — uma para cada membro da família.
Até que ele e Marten começaram a perder as sessões de contato com os filhos.
Eles não deram nenhuma explicação às crianças sobre as ausências e, por fim, pararam de comparecer completamente.
Em maio de 2021, Marten deu à luz um quarto filho, que foi removido da tutela delas depois de apenas uma semana. Oito meses depois, em janeiro de 2022, um juiz da vara de família decidiu que, embora houvesse "imagens vívidas do que poderia, se fosse o panorama completo, ser uma família amorosa e integrada", todas as quatro crianças — todas elas com menos de 10 anos — deveriam ser removidas permanentemente da tutela do casal.
No último minuto, Marten ofereceu se separar de Gordon a fim de obter a custódia dos filhos — mas o juiz simplesmente não acreditou que ela realmente faria isso.
"Quando foi dada a eles a opção de considerar o que é certo para as crianças, e o que é certo para eles mesmos, eles escolheram a si mesmos", diz Samantha Yelland, promotora que trabalhou no caso.
"Eles são obcecados um pelo outro — a ponto de priorizarem um ao outro em vez dos filhos."
Em setembro de 2022, Marten estava grávida novamente. Temendo que esse bebê fosse levado embora, ela e Gordon deixaram sua casa no sudeste de Londres —novamente sem pagar o aluguel —, e se prepararam para desaparecer.
Marten estava juntando dinheiro e, nos quatro meses seguintes, ela e Gordon viveram em vários AirBnBs, se mudando com frequência para evitar serem descobertos.
Ela escondeu a gravidez com tanto cuidado que, se o carro deles não tivesse pegado fogo na rodovia em janeiro de 2023, a existência do novo bebê poderia ter permanecido em segredo.
Sem o passaporte de Marten, que havia ficado no carro, eles não podiam deixar o país. Em vez disso, ela e Gordon seguiram para o sul, chegando ao litoral perto de Brighton, onde viveram em uma barraca pequena e frágil no auge do inverno inglês.
À medida que a busca pela família desaparecida continuava, e a cobertura da imprensa se intensificava, Marten e Gordon foram avistados com o bebê, e foram capturados por câmeras de segurança.
Victoria foi vista vestida de forma inadequada para o clima frio — às vezes, sem meia, sem gorro e sem cobertor. Seus pais compraram um carrinho de bebê que não era apropriado para um recém-nascido, jogaram fora no mesmo dia, e carregavam a filha dentro do casaco de Marten, fechado com um zíper.
Marten diz que pegou no sono na barraca enquanto amamentava Victoria dentro do casaco. Ela alega ter acordado curvada sobre o bebê, com a testa no chão. Victoria não estava mais se movendo. "Ela estava completamente mole", e seus lábios estavam azuis, contou Marten aos detetives.
Ela e Gordon tentaram ressuscitar a filha, fazendo respiração boca a boca, e massageando o peito dela. Mas não houve resposta.
"Foi uma das piores coisas que já vi na minha vida", disse Gordon à polícia.
Constance Marten, de 38 anos, e Mark Gordon, de 51 anos, negaram ter feito mal a Victoria e ocultado sua morte
Metropolitan Police via BBC
O casal carregou o corpo dela em uma sacola de compras — e levou até para a praia em Brighton. Eles disseram que queriam enterrá-la, mas haviam comido tão pouco durante a fuga que não tiveram forças para cavar um buraco fundo o suficiente. Marten considerou cremar Victoria, e comprou uma garrafa de gasolina — mas depois teve dúvidas.
"Não acho que seja algo que eu vá superar", afirmou ela mais tarde perante um tribunal.
Após 54 dias, os policiais localizaram Marten e Gordon, e eles foram presos. O corpo de Victoria foi encontrado dois dias depois.
Um patologista concluiu que não era possível determinar a causa da morte, mas disse que a bebê poderia ter morrido devido ao frio ou por dormir junto com eles.
Constance Marten, de 38 anos, e Mark Gordon, de 51 anos, negaram ter feito mal a Victoria e ocultado sua morte, mas agora foram considerados culpados de homicídio culposo por negligência grave. Em seu primeiro julgamento, eles foram condenados por crueldade infantil, ocultação de nascimento e obstrução da Justiça.
O comportamento do casal durante o julgamento no Tribunal Central Criminal, conhecido como Old Bailey, em Londres, demonstrou sua persistente paranoia e desconfiança em relação às autoridades. Eles causavam disrupção e pareciam ter pouco respeito pelo tribunal criminal. Em determinado momento, o juiz os acusou de tentar "sabotar" o processo.
Marten negou que a filha tenha sido exposta a condições perigosas, dizendo que a recém-nascida foi mantida aquecida dentro do seu casaco. Ela classificou os serviços sociais como uma "abominação", e disse que seus quatro filhos sobreviventes haviam sido "roubados" dela "pelo Estado".
Ela disse ao tribunal que sua família havia sido dilacerada por discussões sobre o testamento da avó. Ao prestar depoimento, ela se referiu a um evento "traumático" da infância envolvendo um membro da família. Ela disse que havia "denunciado um abuso grave", e afirmou ao tribunal que sua família havia tentado tirar os filhos dela "como uma forma de se vingar de mim".
"Você está enfrentando essas pessoas que não vão parar por nada", ela disse.
O júri ouviu que os pais de Marten haviam contratado investigadores particulares para tentar localizá-la em três ocasiões.
O advogado de Gordon descreveu Marten como uma "leoa" que amava sua "cria". Seu próprio advogado disse que a morte de Victoria foi "um acidente terrível e trágico".
Gordon afirmou que a culpa pela morte da filha foi da polícia. A perseguição havia "forçado" eles a acampar em South Downs em circunstâncias que "não eram ideais".
Mas o advogado de acusação afirmou que mentiras haviam saído da boca de Marten "como confete ao vento". Marten e Gordon eram "indivíduos egoístas e arrogantes", ele disse, e "no meio desse relacionamento tóxico estava um bebê que claramente não estava sendo cuidado adequadamente".
Victoria era o quinto filho de dois pais caóticos que já haviam tido quatro filhos removidos da tutela deles. Não se sabe exatamente quando ela nasceu — ou quando morreu. Ela nunca havia sido examinada por um profissional de saúde ou recebido um lar seguro e acolhedor para viver. Seus pais tomaram decisões que colocaram sua vida em perigo e, por fim, levaram à sua morte.
Como a acusação disse no tribunal, Victoria "'não tinha nenhuma chance".
O Painel de Revisão de Práticas de Proteção à Criança está realizando uma análise nacional sobre a morte de Victoria, para examinar como "as agências podem proteger melhor as crianças em circunstâncias semelhantes".
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Amigo conta que praticante de highline que morreu tinha recorde de Goiás
O praticante de highline, Gustavo Guimarães, 29 anos, chegou a ser o recordista da região Centro-Oeste por atravessar 800m na fita do esporte sem cair, de acordo com a Comunidade de Highline Brasil. O recorde foi registrado em Cocalzinho de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O atleta Matheus Waeny contou que esteve com Gustavo durante o registro (veja acima).
"Estamos aqui em uma via de 1km, seria o novo recorde do Gusta. Com certeza, todo mundo tinha fé no talento dele, que ele tinha, e a gente sabia que ele ia quebrar mais esse recorde, assim como ele quebrou junto comigo no ano passado", afirmou Matheus.
Gusta, como era conhecido pela comunidade e amigos, morreu após cair de cerca de 50 metros de uma fita do highline enquanto praticava o esporte na Cachoeira da Usina, na Chapada dos Veadeiros, na sexta-feira (25). O recorde dos 800m foi alcançado por ele em junho de 2024. Na data, Matheus contou ao g1 que a fita usada era a 3ª maior do Brasil e que o amigo alcançou a marca logo na primeira tentativa.
"Nós montamos o maior highline do centro oeste, a 3ª maior fita do Brasil na epoca, e o Gusta quebrou esse recorde na primeira tentativa", afirmou.
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A comunidade explicou que é uma tradição de quem realiza a primeira travessia na fita nomear a linha que foi utilizada, que foi intitulada por Gustavo de "King Kong Baiano", em homenagem ao atleta baiano Matheus Vidal.
Segundo Waeny, Gustavo estava se preparando para quebrar novamente seu recorde em uma fita de 1,1km, distância que o praticante sonhava em atravessar e faria novamente junto com o amigo.
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Matheus também explicou que Gustavo era profundo conhecedor do esporte e trabalhava como alpinista industrial em uma empresa especializada. Ele também lamentou a perda do amigo.
"É muito importante que as pessoas saibam que Gusta não era um simples aventureiro que não sabia o que estava fazendo e, infelizmente, sofreu esse acidente. Não. Ele era um profissional que trazia muito orgulho para a comunidade do highline, era uma personalidade um ícone conhecido e respeitado, que fará muita falta", afirmou Matheus.
Foto tirada de Gustavo com amigos no dia do recorde, em Goiás
Reprodução/Arquivo pessoal de Matheus Waeny
Acidente
Gustavo morreu após cair de uma altura de 50 metros na Cachoeira da Usina, localizada na Chapada dos Veadeiros, segundo o Corpo de Bombeiros. De acordo com a Associação Internacional de Slackline (ISA, na sigla em inglês), ele usava a cadeirinha de segurança no momento da queda, mas o equipamento não estava preso.
Ao g1, o delegado Rafael Rossi explicou que a polícia acredita que o equipamento tenha se soltado ou que o praticante tenha esquecido de conectar a corda de segurança. O delegado afirmou que, como não houve indícios de crime, o caso não será investigado pela Polícia Civil e as circunstâncias do acidente só poderão ser comprovadas por meio da perícia Polícia Científica.
A Associação Internacional destacou que esquecer de prender o equipamento de segurança é o maior causador de mortes no esporte.
Gustavo foi sepultado no domingo (27), em Ouro Branco (MG).
Comoção
Praticante de highline morreu ao cair de uma cachoeira na Chapada dos Veadeiros
Segundo a associação, Gustavo era um praticante amado pela comunidade brasileira do slackline, tendo trabalhado em grandes projetos, sendo um membro ativo que promovia acesso e incentivava muitas pessoas a praticarem o highline.
Gustavo praticava o highline desde 2020, que é uma modalidade do slackline, que consiste em atravessar uma fita especial esticadas. No caso do highline, isso é feito em grandes alturas.
A irmã de Gustavo disse que está em pedaços com a partida do irmão e que praticante morreu fazendo o que ama.
“Gustavo morreu fazendo o que ama, ainda que a poesia disso paire sobre nossas cabeças como fantasmas”, declarou Ana Letícia em sua rede social.
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Moto roubada em 2016 foi encontrada por trabalhador rural em área de mata em São Sebastião do Oeste
PM/Divulgação
Um autônomo de 55 anos — que teve o nome preservado por segurança — viveu uma surpresa que chamou de “milagre”. O motivo: ele reencontrou a moto que havia sido roubada à mão armada há oito anos. O veículo foi achado em perfeito estado em uma área de mata fechada na zona rural São Sebastião do Oeste, a cerca de 40 km do local do crime.
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Era dezembro de 2016 quando ele seguia para o trabalho por uma estrada na comunidade rural de Amadeu Lacerda, em Divinópolis, e foi abordado por dois homens de moto.
“Eles me enquadraram na estrada. Era 7h da manhã. Primeira vez que fui assaltado. Fiquei sem reação. Entreguei a moto e só pedi a Deus pra que me deixassem ir”, contou.
Sem seguro, a moto era o principal instrumento de trabalho dele.
“Paguei R$ 8 mil nela. E depois de tudo, ainda tive que me virar sem transporte. Mas Deus é tão bom comigo que, três meses depois do roubo, ganhei outra moto num sorteio de uma distribuidora de eletrônicos da qual sou cliente”, contou.
Reencontro inesperado
O reencontro aconteceu depois que um trabalhador rural, de 52 anos, encontrou a moto abandonada em uma área de mata em São Sebastião do Oeste e acionou a Polícia Militar (PM). Os militares conseguiram acessar o local, de difícil acesso, e confirmaram que se tratava da mesma motocicleta roubada em 2016.
A maior surpresa dos militares foi o estado de conservação do veículo. Mesmo após tanto tempo desaparecida, a moto estava praticamente intacta. A partir da identificação da moto, a PM localizou o dono.
“Quando me ligaram eu nem acreditei. Uns dias antes eu tinha tirado uma folga para organizar meus papéis e, por sorte, estava com a ocorrência em mãos. Deus foi muito bom comigo", afirmou.
A moto foi levada para um pátio credenciado da Polícia Civil e deverá ser devolvida para o dono após os trâmites legais.
Ele já faz planos: quer levar o veículo ao mecânico para uma revisão, atualizar a documentação de 2025 e voltar a usá-lo. Segundo ele, o modelo pode valer cerca de R$ 13 mil atualmente.
“Nunca perdi a fé. Sempre acreditei que Deus não ia me deixar na mão. E aí está a prova: depois de oito anos, a moto voltou para mim. Isso é um milagre", finalizou.
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Forte ventania atinge litoral paulista
A última semana de julho e os primeiros dias de agosto serão marcados por frio intenso em boa parte do Brasil, com possibilidade de até mesmo neve nos pontos mais altos da Serra Catarinense nesta terça-feira (29).
A combinação entre o avanço de uma massa de ar polar e a atuação de um ciclone extratropical no oceano muda o tempo não só no Sul, mas também no Sudeste, Centro-Oeste e até em parte do Nordeste ao longo desta semana.
🌀Os ciclones extratropicais são sistemas de baixa pressão atmosférica – regiões causadoras de tempo adverso em grande escala – que surgem normalmente em latitudes médias. Eles são formados pelo contraste de temperaturas de diferentes massas de ar (quente e fria).
A previsão é de geada ampla, temperaturas negativas no Sul e umidade relativa do ar abaixo de 30% em vários estados.
🌡️ Veja abaixo os destaques por capital:
Curitiba (PR): 5 °C nesta terça, 4 °C na quarta. Tempo firme com nevoeiro ao amanhecer.
São Paulo (SP): 10 °C na terça, 8 °C na quarta, 8 °C na quinta. Sol e ar seco.
Porto Alegre (RS): 8 °C na terça, 6 °C na quarta. Máxima não passa de 16 °C.
Rio de Janeiro (RJ): chuva nesta terça, mínima de 16 °C. Quarta começa com 12 °C e sol.
Campo Grande (MS): manhãs frias e tardes amenas, com mínima de 11 °C e máxima de 30 °C.
🌨️O destaque da semana é a chance de neve em cidades como São Joaquim, Urupema e Bom Jardim da Serra (SC), que estão acima dos 1.500 metros de altitude.
A previsão aponta que o amanhecer desta terça reúnem as condições ideais para o fenômeno: temperaturas negativas, umidade suficiente e vento frio persistente.
Se a previsão se confirmar, de acordo com a Climatempo, será o terceiro episódio de neve no Brasil em 2025 - algo incomum, segundo os meteorologistas.
Previsão de neve e geada nesta terça
Arte/g1
E mesmo mais longe da costa, o ciclone continua atuando no oceano, na altura da Região Sul, e deve provocar rajadas de vento moderadas a fortes ao longo do litoral das regiões Sul e Sudeste.
"Com o afastamento desse sistema, um corredor de ar frio que vem atrás da frente fria começa a avançar com mais força. E esse ar mais gelado passa a atuar com maior presença no estado de São Paulo, provocando uma queda acentuada nas temperaturas. E esse resfriamento não atinge apenas São Paulo, mas também o Rio de Janeiro e toda a Região Sul", explica César Soares, meteorologista da Climatempo.
Assim, além da neve, geadas devem se espalhar pelo Sul e também avançar para áreas do Sudeste, como o sul de Minas Gerais, a região de Campinas e o interior paulista.
O frio será mais intenso entre terça e quinta-feira, com mínimas abaixo de 5 °C em capitais do Sul. Curitiba (PR) registra mínima de 5 °C nesta terça e 4 °C na quarta.
Em Porto Alegre (RS), a mínima será de 6 °C na quarta, com máximas que não passam dos 16 °C. Florianópolis (SC) também terá frio intenso, com 8 °C de mínima na quarta.
No Sudeste, o frio também chega com força. São Paulo (SP) terá mínima de 8 °C na quarta (30) e 10 °C nesta terça.
A capital paulista deve seguir com tempo firme e céu limpo, mas a umidade relativa do ar despenca, ficando abaixo de 30% em áreas do interior.
Mapa mostra previsão de temperatura máxima para o dia 1º de agosto de 2025 às 15h.
Inmet/Reprodução
Em Belo Horizonte (MG), a semana começa com pancadas de chuva, mas a temperatura cai a partir de quarta: mínima de 12 °C e tempo seco.
Já no Rio de Janeiro (RJ), a terça ainda será de tempo fechado, com mínima de 16 °C e garoa. O sol volta na quarta, quando a mínima cai para 12 °C.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a massa polar vai derrubar as temperaturas em uma faixa que vai desde o Sul até o norte de São Paulo, Triângulo Mineiro, sul de Minas e parte do Mato Grosso do Sul.
❄️ O órgão também alerta para a formação de geadas mais intensas na quarta (30) e para o risco de granizo em áreas serranas, ainda como resquício das instabilidades causadas pelo ciclone.
Umidade baixa no interior do país
Na Região Centro-Oeste, o tempo seco domina. Campo Grande (MS) terá mínima de 11 °C nesta terça e máximas que sobem aos poucos, chegando a 30 °C na quinta.
Em Cuiabá (MT), o calor reaparece com força: as máximas podem ultrapassar os 37 °C no dia 1º de agosto, com umidade despencando para menos de 25% à tarde. Goiás e o Distrito Federal também enfrentam ar seco e dias quentes.
Já o Nordeste apresenta dois cenários: no interior, predomina o calor e a baixa umidade; no litoral, especialmente entre Recife (PE) e Maceió (AL), o tempo continua instável.
O Inmet prevê volumes acima de 20 mm em alguns trechos da costa, com alerta para chuvas mais intensas entre a terça e a quinta-feira.
Mapa mostra a formação do ciclone extratropical
Arte/g1
No interior da Bahia, sul do Maranhão e sudoeste do Piauí, o tempo segue firme e seco, com índices de umidade abaixo de 30%.
No Norte, os extremos também se destacam. Enquanto o centro do Amazonas deve registrar volumes de chuva superiores a 80 mm nesta semana, outras áreas como o sul do Pará, Tocantins, leste de Rondônia e sul do Amazonas seguem sob influência do tempo seco.
Nessas regiões, o alerta é para o risco de incêndios florestais, devido à baixa umidade do ar e temperaturas elevadas.
Em Manaus (AM), a terça será abafada, com máxima de 34 °C. A capital deve seguir com sol e poucas nuvens até o fim da semana.
🌊 ALERTA DE RESSACA: Além do frio e da neve no Sul, os ventos fortes continuam soprando no litoral das regiões Sul e Sudeste.
Segundo o Inmet, as rajadas podem ultrapassar os 70 km/h em áreas costeiras, especialmente entre o litoral do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e sul do Espírito Santo.
A Marinha do Brasil mantém alerta de ressaca com ondas de até 3,5 metros entre Mostardas (RS) e Macaé (RJ), ao menos até quinta-feira (31).
Mapa mostra passagem do ciclone extratropical.
Arte/g1 - Thalita Ferraz
Agosto começa com calor acima da média
O mês de agosto deve manter o Brasil sob um padrão climático já conhecido para esta época do ano, mas com algumas surpresas.
A previsão do Inmet indica que o centro do país - incluindo boa parte das regiões Sudeste, Centro-Oeste e áreas do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) - terá chuvas abaixo ou próximas da média histórica e temperaturas mais altas do que o normal.
Isso significa dias mais quentes e secos, o que reforça os alertas para baixa umidade do ar, risco de incêndios e impacto na agricultura.
Já o litoral do Nordeste e algumas áreas do Sul devem escapar dessa tendência, com acumulados de chuva acima da média e temperaturas um pouco mais amenas.
Na prática, o que se espera para agosto é um cenário de pouca reposição hídrica no centro do país. A previsão aponta chuvas dentro ou ligeiramente abaixo da média em regiões como o centro-sul de Roraima, centro do Pará, grande parte de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Por outro lado, há chance de volumes acima do normal no litoral da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, o que pode favorecer o encerramento da safra de milho e feijão nessas áreas.
Também há indicativo de chuvas acima da média no oeste do Paraná e noroeste do Rio Grande do Sul, onde acumulados podem ultrapassar os 80 mm ao longo do mês.
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Concessionária orienta população a reservar água durante manutenção que vai afetar mais de 300 áreas em Manaus.
Reprodução/TV Globo
A Águas de Manaus orienta os moradores a reservarem água para esta terça-feira (29), quando uma manutenção programada no Complexo Ponta do Ismael, no bairro Compensa, vai impactar mais de 300 áreas da capital amazonense.
A Águas de Manaus recomenda que moradores de mais de 300 áreas reservem água antes da manutenção programada para esta terça-feira (29), no Complexo de Produção de Água Ponta do Ismael (PDI), na Compensa. A ação tem como objetivo garantir a qualidade do abastecimento durante o Verão Amazônico, período de maior consumo na cidade, segundo a concessionária.
As intervenções começam às 5h e seguem até as 17h, com 35 ações preventivas, incluindo manutenções elétricas, mecânicas, troca de válvulas, registros e reparos em redes de grande porte.
🚰 Clique aqui para conferir a lista das áreas da cidade que ficarão sem água nesta terça.
Entre os serviços está a manutenção de uma rede de 500 mm na Avenida Max Teixeira, bairro Cidade Nova, que exigirá bloqueio parcial de uma faixa com apoio do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU).
Também será substituída uma válvula na esquina da rua São Luiz com a Avenida Mário Ypiranga, sem bloqueio de vias, além da troca de válvulas nos reservatórios do Coroado e do Mocó.
Por conta do desligamento temporário do sistema de abastecimento, a concessionária orienta o uso moderado da água, priorizando o consumo humano e atividades essenciais, e evitando banhos longos, lavagem de carros e roupas durante o período.
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O abastecimento será retomado gradativamente a partir das 17h, com as regiões centrais e bairros próximos à Ponta do Ismael sendo atendidos primeiro. A normalização completa deve ocorrer em até 48 horas, com áreas mais altas por último.
Durante a manutenção, equipes da Águas de Manaus estarão com carros-pipa para abastecer hospitais, unidades básicas de saúde e escolas nas áreas afetadas.
Emergências devem ser comunicadas pelo telefone 0800-092-0195 (WhatsApp e SAC) ou pelo site www.aguasdemanaus.com.br.

Trânsito na orla de Santos, SP
g1
Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Santos, no litoral de São Paulo, propõe a cobrança de estacionamento rotativo, a Zona Azul, para veículos com placas de outras cidades que estacionem na orla da praia.
A proposta do vereador Adriano Piemonte (União Brasil) voltou a tramitar na última quinta-feira (24), após parecer contrário da Procuradoria da Câmara.
O Projeto de Lei nº 228/2025 foi apresentado na Câmara na sessão do dia 17 de junho, valendo para toda a extensão da orla, entre os bairros José Menino e Ponta da Praia.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp.
Segundo o vereador, a intenção é aumentar a rotatividade das vagas públicas, principalmente em feriados, finais de semana e na alta temporada. O texto aponta que a medida favorece os moradores de Santos e contribui com a arrecadação voltada à mobilidade urbana.
A medida estabelece que o descumprimento da norma sujeita o infrator às penalidades previstas na legislação municipal referente ao estacionamento rotativo, incluindo multa e remoção. Veículos emplacados em Santos estão isentos da cobrança.
Parecer contrário
A Procuradoria da Câmara emitiu um parecer desfavorável, alegando que o projeto estaria interferindo nas funções do poder Executivo, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos), responsável por gerir o trânsito e o estacionamento na cidade.
Apesar da negativa, Piemonte decidiu manter a tramitação do projeto. Em 24 de julho, o texto foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde aguarda a designação de um relator e ainda poderá ir a votação.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

Mortes de ovelhas atacadas por cachorros preocupam produtores no RS
Reprodução/RBS TV
Em menos de um mês, a Polícia Civil do RS recebeu 101 registros de ataques de cães a rebanhos — uma média de três ocorrências por dia. O aumento nos casos foi registrado após a primeira reportagem da RBS TV sobre o problema. Desde então, a pressão por providências cresceu, e 19 tutores de cães já foram indiciados.
Na fronteira com o Uruguai, em Santana do Livramento, o produtor Fernando Marvel Ferreira diz que já perdeu 15 ovelhas só neste ano. Na vizinhança, os prejuízos são ainda maiores: 88 animais mortos em apenas 45 dias, relata.
"Isso representa um desestímulo na própria produção. Muita gente pensa em parar de produzir porque acaba perdendo valores", lamenta o produtor.
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Casos semelhantes se repetem pelo estado. Em Tunas, no Norte, uma propriedade contabiliza 28 ovelhas abatidas desde setembro de 2024. Em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, um produtor perdeu seis animais só este ano — 26 no total desde o ano passado. Já em Canguçu, um vídeo mostra uma ovelha agonizando após ser atacada, enquanto cordeiros ainda tentam mamar no animal ferido.
O diretor da Divisão de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato (DICRAB), delegado Heleno dos Santos, afirma que o número de inquéritos vem aumentando e que as prefeituras serão acionadas formalmente.
"Vamos requisitar aos municípios serviços de controle dos animais, que são de responsabilidade deles. Também é fundamental o trabalho de prevenção para evitar esses danos que já somam milhares de reais", disse o delegado.
Além disso, o delegado explica que os tutores podem ser responsabilizados por até cinco crimes, incluindo introdução de animal em propriedade alheia. Desde que a RBS TV abordou o assunto, 19 tutores já foram indiciados.
Cães perdidos acabam atacando, diz associação
Segundo a Associação Brasileira de Ovinocultores, muitos dos ataques têm origem em cães que se perdem durante caçadas. O presidente da entidade, Edmundo Gressler, destaca que o abandono após as incursões nos campos é recorrente.
“Os cães se extraviam e acabam sobrevivendo sozinhos. Eles formam matilhas e passam a atacar rebanhos. Isso independe do tamanho da propriedade”, explica.
A Rede de Proteção Ambiental e aos Animais, com sede em Teutônia, monitora os ataques no estado e prepara uma cartilha com orientações aos produtores. Uma das recomendações é o uso de cercas com pequenos choques elétricos, capazes de manter os predadores afastados à noite.
Enquanto as medidas institucionais não avançam, produtores rurais tentam se proteger por conta própria. Em Santana do Livramento, um criador montou armadilhas no mato para capturar os cães. Em Passo Fundo, o produtor rural Gilberto Simor instalou câmeras de vigilância e contabiliza prejuízos também com outras espécies de animais: mais 100 galinhas e patos foram exterminados de sua propriedade.
"Eles vêm de noite, arrombam os viveiros. A gente não consegue mais dormir", desabafa o produtor.
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Policiais atuaram durante Operação Escudo em Guarujá (SP)
Alexsander Ferraz/ A Tribuna Jornal Santos
Um relatório sobre a Operação Escudo, elaborado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI/UFF), em parceria com a Defensoria Pública de São Paulo, apontou o abuso de força policial durante a ação, caracterizada como vingança contra jovens negros e pobres da Baixada Santista.
A Operação Escudo foi deflagrada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo na região em 28 de julho de 2023, completando dois anos nesta segunda-feira (28). A ação, considerada uma das mais letais da história recente do estado, deixou 28 mortos e dois feridos graves em pouco mais de um mês.
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O relatório analisou 29 Procedimentos de Investigação Criminal (PICs) e cinco ações penais. De acordo com o documento, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) optou pelo arquivamento sem denúncia de 24 deles. Apenas quatro mortes resultaram em denúncias criminais, envolvendo oito policiais.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que todas as ocorrências de mortes decorrentes de intervenção policial foram "rigorosamente investigadas pela Polícia Civil, por meio do Deic de Santos, com acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, do Ministério Público e do Poder Judiciário" (veja o posicionamento completo adiante).
Abuso de poder
O documento apontou a "supervalorização" dos depoimentos de policiais, além de "falhas graves na produção de provas" e um padrão de violência letal contra homens negros e vulneráveis da região.
O estudo considerou que a Operação Escudo ocorreu como forma de "vingança" pela morte de Patrick Reis, PM da Rota que foi baleado em Guarujá (SP). Além disso, foi apontada uma falta de preparo e planejamento dos batalhões envolvidos, devido a jornadas exaustivas de trabalho e à pressão feita por superiores hierárquicos sobre aqueles que estavam "sob forte impacto pela morte do colega".
“As ações foram fruto de precário planejamento e aconteceram sem qualquer ação prévia de inteligência para a definição de objetivos precisos, como indivíduos por quem procurar ou locais específicos a serem vasculhados”, destacou o estudo.
PMs atuaram de 28 de julho a 5 de setembro na Operação Escudo em Guarujá, SP, que resultou em 28 mortes
Divulgação/PM
Perfil das vítimas
O estudo traçou um perfil das vítimas: homens, com média de 30 anos e 66,7% negros. Além disso, a maioria (77,7%) tinha antecedentes criminais, sendo que "houve depoimentos acusando policiais de previamente acessarem a ficha criminal de indivíduos posteriormente mortos". Apesar disso, segundo o relatório, nenhuma diligência "visou apurar se houve consulta aos nomes".
A análise apontou que 52,3% eram moradores das comunidades onde foram mortos, e pelo menos 20% estavam em situação de extrema vulnerabilidade — entre eles, usuários abusivos de drogas (6), pessoas em situação de rua (4) e pessoas com sofrimento mental (2).
“O direcionamento das ocorrências contra pessoas com antecedentes criminais e/ou em condições de extrema vulnerabilidade social sugerem indícios de práticas de extermínio”, pontuou o relatório.
PMs que viraram réus por homicídio durante Operação Escudo vão a júri popular
Falta de perícia
Para os pesquisadores, as investigações dos casos “se desenvolveram com base em uma inversão da lógica processual”.
O documento ressaltou que a palavra dos próprios policiais envolvidos nas ocorrências foi tratada como principal fio condutor das investigações, enquanto provas materiais e testemunhos externos foram desconsiderados ou ignorados.
A análise também apontou os seguintes pontos:
Apenas 14,7% dos casos contam com imagens válidas de Câmeras Operacionais Portáteis (COPs), uma vez que grande parte dos Batalhões envolvidos não possuía câmeras, o equipamento estava descarregado ou as imagens foram obstruídas na incursão.
Em 40% das mortes, não há indícios de que a arma atribuída à vítima tenha sido disparada;
Em dois casos, o MP-SP reconheceu que houve forjamento de provas por parte dos policiais e em um terceiro que os agentes destruíram provas que poderiam incriminá-los;
Em apenas uma ocorrência foi realizada reprodução simulada da cena.
Segundo o relatório, durante a operação os policiais dispararam 61 armas de fogo, sendo 26 fuzis, 34 pistolas e uma espingarda. Em 76,6% dos casos, houve pelo menos um agente que efetuou disparos de fuzil.
"O emprego em grande quantidade de armas com alto poder letal e a não referência à disponibilização ou uso de qualquer instrumento de menor potencial ofensivo ou de letalidade reduzida, sinaliza para o cenário de guerra e terror criado", pontuou o documento.
Operação Escudo acontece em Guarujá após a morte do soldado da Rota
Carlos Abelha/TV Tribuna e Reprodução
Conclusões
O relatório recomendou a adoção de medidas estruturais, como: atenção a casos de vingança institucional; responsabilização da cadeia de comando; revalorização das COPs; obrigatoriedade de perícias independentes; investimento em protocolos forenses alinhados aos direitos humanos; responsabilização de agentes envolvidos em violações.
O documento foi elaborado pelos pesquisadores Cássio Thyone Almeida de Rosa, Renato Dirk, Luciana Fernandes, Carolina Grillo, Flávia Palladino, Matheus Cavalcanti Pestana, Marília Fabbro de Moraes e Thayná Maldonado Marques, sob coordenação do professor Daniel Hirata.
Câmeras corporais mostram PMs da Rota comemorando morte de homem durante a Operação Escudo
O que diz a SSP?
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que a Operação Escudo foi uma ação realizada para combater o crime organizado e o tráfico de drogas na Baixada Santista.
Veja o posicionamento na íntegra:
"A Operação Escudo foi uma ação realizada para combater o crime organizado e o tráfico de drogas na Baixada Santista. A operação resultou em importantes avanços no enfrentamento à criminalidade, com a prisão de 388 foragidos da Justiça, a captura de aproximadamente 600 criminosos, a apreensão de 119 armas de fogo, incluindo fuzis de uso restrito, além da retirada de cerca de uma tonelada de drogas das ruas.
Todas as ocorrências de mortes decorrentes de intervenção policial foram rigorosamente investigadas pela Polícia Civil, por meio do Deic de Santos, com acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, do Ministério Público e do Poder Judiciário. As investigações contaram com a análise do conjunto probatório, incluindo imagens de câmeras corporais, e os materiais foram devidamente compartilhados com os órgãos de controle e fiscalização competentes.
A Polícia Militar é uma instituição legalista, que atua com base na Constituição e nas leis, e não tolera desvios de conduta. A Corregedoria tem papel ativo e rigoroso na apuração de eventuais irregularidades, com responsabilização dos agentes que descumprirem os protocolos operacionais ou infringirem a lei.
A atual gestão tem investido de forma contínua na formação e qualificação do efetivo, com foco na redução da letalidade, no uso proporcional da força e no combate a todas as formas de discriminação. Todos os policiais recebem formação em Direitos Humanos, com ênfase no enfrentamento ao racismo, à violência de gênero e a crimes de intolerância, além de participar de iniciativas como o Movimento Antirracista – Segurança do Futuro, em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares".
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

Neoenergia realiza manutenção preventiva com desligamentos programados em Petrolina
Divulgação/Neoenergia
A Neoenergia Pernambuco inicia, nesta terça-feira (29), uma série de manutenções preventivas na rede elétrica de Petrolina, no Sertão do estado. As ações, que seguem até sexta-feira (1º), visam reforçar a estrutura do sistema elétrico local, com a substituição de equipamentos antigos por modelos mais modernos e eficientes.
Para garantir a segurança das equipes e da população durante a execução dos serviços, será necessário interromper temporariamente o fornecimento de energia elétrica em alguns bairros da cidade. Todos os desligamentos são programados e têm horários definidos de início e fim, confira abaixo:
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Locais que passarão por manutenção:
Terça-feira – 29/07
Boa Esperança: Estrada das Pedrinhas, BR 428, Alameda Monza e ruas do condomínio Buona Vita – 08h30 às 14h30
Caititu: Fazenda Mari, Rua dos Milagres e diversos sítios – 10h às 16h
Centro: Sítios KM 45, São Gerônimo, Porteira e Porteiras – entre 09h e 16h
Lotto Vale Dourado: Ruas Graciliano Ramos, Ana das Carrancas, Cid de Almeida Carvalho, entre outras – 09h às 15h
Mandacaru: Ruas Melodia, Parque do Cassimiro, Bernardino, Dracena, entre outras – 09h às 15h
Pau Ferro: Sítio Espereiro, Serafim, Poço Dantas, entre outros – 09h às 14h
Petrolina Rural: Sítio Rio Verde – 10h às 16h
Núcleo 9 (Senador Nilo Coelho): Ruas Antônio Cassimiro, Massangano e avenidas principais – 09h às 15h
Quarta-feira – 30/07
Antônio Cassimiro: Av. Mal. Hermes da Fonseca e ruas Nossa Senhora das Grotas e do Rosário – 09h às 15h
Centro: Projeto Maria Tereza, Vila KM 22, LO Agrícola – 08h30 às 15h
Núcleo 08: Projeto Senador Nilo Coelho – 10h às 16h
Petrolina Rural: Porte da Ilha, Poço da Cruz, Av. Principal – 09h às 15h
Rajada: Sítios Manteiga e Xique-Xique – 10h às 16h
Núcleo 11 (Senador Nilo Coelho): Ruas A, D, do Canal e adjacências – 08h30 às 14h30
Quinta-feira – 31/07
Boa Esperança: Estrada das Pedrinhas, Rua Urucuia – 10h às 16h
Cohab V: Ruas Natan Reis, Rubem Amorim e Martinho Pereira Barros – 09h às 15h
Petrolina Rural: Projeto Pontal Sul – 10h às 16h
Rural (diversas áreas): Projetos Massangano, Senador Nilo Coelho, Fazenda Frutave, BR 407 – 09h às 15h
Vila Eulália: Ruas do Futuro, Galileia, Arimateia e outras – 09h às 15h
Sexta-feira – 01/08
Caititu: Sítios São José, Canudo, Baixa do Manso e outros – 10h às 16h
Gercino Coelho: Av. Senador Nilo Coelho e ruas como Ana das Carrancas, Frei Caneca e Matias de Albuquerque – 09h às 15h
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Município de Crateús
Sebrae Ceará
No coração do semiárido cearense, entre solos desafiadores e um povo movido pela persistência, o Sertão de Crateús reafirma sua vocação produtiva com cada rebanho que cresce, cada mel que é colhido e cada peça artesanal que ganha forma. A região, composta por 13 municípios, é um verdadeiro celeiro de oportunidades sustentadas por cadeias produtivas estratégicas como a bovinocultura, ovinocaprinocultura, apicultura e o artesanato. Setores estes que geram renda, movimentam a economia e fortalecem o sentimento de pertencimento a um território resiliente e fértil.
A pecuária é uma das colunas vertebrais da economia do Sertão de Crateús. Funciona como motor do desenvolvimento gerando uma identidade econômica para a região. Com rebanhos de bovinos, ovinos e caprinos, o setor não apenas abastece o mercado local como também impulsiona empreendimentos familiares e cooperativas organizadas em torno da produção e da comercialização de derivados.
No campo, a força do sertão ainda em desenvolvimento, se transforma em produtividade. Nem as adversidades do clima impedem os avanços da região. Para Luiz Gonçalves, articulador do Sebrae Regional, a ausência da cultura do espírito coletivo e a visão empreendedora limitada ainda são os principais desafios enfrentados no dia a dia. “Pouco a pouco estamos avançando. Nosso foco está na agregação de valor aos produtos e na conexão com novos canais de mercado”, destaca.
Um outro eixo estruturante que também se destaca na economia local é a bovinocultura leiteira que tem presença expressiva em municípios como Nova Russas, Ipueiras e Santa Quitéria. A cadeia movimenta dezenas de pequenos produtores que encontram no Sebrae apoio técnico e gerencial para ampliar produtividade, reduzir custos e acessar novos mercados. Por meio de parcerias com secretarias municipais e entidades de classe, o Sebrae vem promovendo soluções que vão do manejo alimentar ao uso de tecnologias para gestão de produção.
“Através da nossa rede de atendimento e parceiros locais conseguimos elaborar ações alinhadas com a realidade de cada produtor. A bovinocultura é uma grande oportunidade para fortalecer a economia familiar e regional”, reforça Luiz.
A agroindústria como transformadora da produção
Em terras áridas, entre chuvas incertas e longos períodos de estiagem, a criação de caprinos e ovinos se impõe como símbolo de resistência e maleabilidade produtiva. Os rebanhos adaptados ao semiárido sustentam as cooperativas locais, alimentam famílias e geram negócios.
A cadeia ganha um novo fôlego com a implantação do Frigorífico Terra Conquistada, fruto da parceria entre o Sebrae Regional e a COOPERAMUNS. A nova agroindústria, instalada com suporte técnico e estratégico do Programa AgroNordeste, atende cerca de 50 produtores da região e já nasceu orientada para certificações, rotulagem, design de rótulo e boas práticas.
“A agroindustrialização é uma alternativa estratégica para transformar a produção da agricultura familiar. Com ela, agregamos valor à matéria-prima, diminuímos a dependência do setor primário e ampliamos o alcance da produção”, ressalta Luiz Gonçalves.
Rebanhos de caprinos sustentam a região.
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A saborosa carne de carneiro tempera a economia regional
Na mesa sertaneja é a carne de carneiro que alimenta e impulsiona a economia local. Preparada em receitas tradicionalmente cearenses como o cozido, a buchada, a panelada e o tão famoso sarapatel, essa iguaria regional move não somente a culinária local, mas uma cadeia inteira que vai da produção à comercialização.
Com o apoio do Sebrae e da nova agroindústria regional, a carne de ovinos e caprinos de Crateús tem ganhado certificação, identidade visual, acesso a feiras e abertura para mercados fora da região. O alimento que antes era priorizado para o consumo local, hoje é oportunidade de negócio com valor agregado.
No Sertão de Crateús a presença do Sebrae é a certeza de resultados reais
O Escritório Regional do Sebrae em Crateús atua de forma descentralizada sempre presente nos 13 territórios atendidos. Por meio de uma rede de analistas, agentes de campo e com o suporte das Salas do Empreendedor, o Sebrae executa ações em eixos como agropecuária familiar, agroindústria rural e artesanato.
Com educação empreendedora e inovação, a atuação do Sebrae no Sertão de Crateús vai além do atendimento técnico. É uma presença ativa que escuta, entende e projeta a valorização de quem trabalha com a terra e dela retira o seu sustento.
“Os produtores que ainda não tiveram contato com o Sebrae podem procurar o Escritório Regional em Crateús, as Salas do Empreendedor de cada município ou os nossos parceiros institucionais. Estamos prontos para apoiar, orientar e impulsionar o que o Sertão tem de melhor: sua gente e sua força produtiva”, finaliza Luiz Gonçalves.
Sede do Sebrae Regional Sertão de Crateús
Sebrae Ceará
